domingo, 9 de julho de 2017

Temer volta da Alemanha e é recebido na base aérea por Rodrigo Maia em clima de desconfiança

Sob um ambiente de desconfiança alimentado pela crise política, o presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tiveram uma breve conversa reservada na base aérea de Brasília, no início da noite deste sábado (8). Rodrigo Maia foi até o local acompanhado do ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) para receber Temer, que desembarcava de sua viagem à Alemanha para o encontro do G20. Em outras ocasiões, o presidente da Câmara também foi à base aérea para receber Temer após viagens internacionais, mas havia dúvidas sobre sua presença neste sábado, devido à intensificação da crise política e a articulações para a possível substituição do presidente por Maia no poder.

Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir interinamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o Supremo Tribunal Federal aprovem o recebimento da denúncia que acusa Temer de corrupção passiva. O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessário aval da Câmara por ao menos 342 votos. Parlamentares de partidos da base do governo, como PSD, PP, Podemos e DEM já manifestaram apoio ao prosseguimento da denúncia contra o presidente.

Temer e o presidente da Câmara conversaram a sós na base aérea por cerca de cinco minutos. Combinaram que marcariam um novo encontro reservado nos próximos dias. Rodrigo Maia tem dado declarações públicas em que enfatiza sua lealdade a Temer. Ele não tem feito movimentos para minar a sustentação dada ao presidente no Congresso, mas já recebeu em sua casa dezenas de deputados que participam dessas articulações. Na Alemanha, na sexta-feira (7), Michel Temer disse que confia no presidente da Câmara. "Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade", afirmou. Apesar disso, discussões sobre como deve ser um governo de transição de Rodrigo Maia já começaram em partidos da base. O principal consenso é a necessidade de manutenção da equipe econômica, dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) e o comprometimento com as reformas.

Um comentário:

Antenor disse...

Esses não brigam fácil...