sexta-feira, 7 de julho de 2017

Procuradores da Lava Jato entram em polvorosa e dizem que fim da força tarefa da Polícia Federal é retrocesso



Os procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba afirmaram em nota, nesta quinta-feira (6), que a decisão da Polícia Federal de extinguir a força-tarefa da investigação é "um evidente retrocesso". Para eles, a medida "prejudica as investigações da Lava Jato e dificulta que prossigam com a eficiência com que se desenvolveram até recentemente". Os procuradores reclamam que o efetivo da Polícia Federal dedicado à Lava Jato em Curitiba teve uma "drástica redução" no governo de Michel Temer (PMDB) e não está adequado à demanda de milhares de documentos pendentes de análise.

Segundo eles, o fim do grupo dedicado à Lava Jato "não contribui para priorizar ainda mais as investigações". "Pelo contrário, a distribuição das investigações para um número maior de delegados e a ausência de exclusividade na Lava Jato prejudicam a especialização do conhecimento e da atividade, o desenvolvimento de uma visão do todo, a descoberta de interconexões entre as centenas de investigados e os resultados", afirmaram, em nota.

Os delegados e agentes dedicados à Lava Jato serão agora integrados à equipe da Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas). A Polícia Federal negou que a decisão tenha motivações políticas ou orçamentárias, disse que a opção foi "operacional" e que a sobrecarga de trabalho diminuirá com a mudança. É o tipo da explicação que explica mas não justifica. É óbvia a intenção. Só que o próprio Ministério Público Federal é responsável por este retrocesso, causado pela pusilanimidade do procurador geral, Rodrigo Janot, que até hoje não pediu a prisão do petista Lula, nem sua prisão, e nem o denunciou por formação de quadrilha. Isso é mortal. Há um grande preço a ser pago por coisas assim. 

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