sábado, 8 de julho de 2017

Preso em Portugal último procurado da Operação Ponto Final, a corrupção das empresas de ônibus no Rio de Janeiro

Último procurado na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato, o empresário José Carlos Reis Lavouras foi preso na noite de sexta-feira em Portugal, onde estava foragido. O conselheiro da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) é suspeito de ter recebido R$ 40 milhões no esquema de corrupção do setor, que se mantinha há 26 anos. De acordo com o delator Edimar Moreira Dantas, funcionário de uma corretora de valores e câmbio do doleiro Álvaro José Novis, a federação, a mando de Lavouras, passou a utilizar os serviços dele para guardar dinheiro e fazer pagamentos de vantagens indevidas a políticos, entre 1990 e 2016. As ordens para os pagamentos eram dadas unicamente por Lavouras, sempre em bilhetes. 

A Polícia Judiciária portuguesa localizou e prendeu, nesta sexta-feira, no Porto, o empresário de transportes José Carlos dos Reis Lavoura, acusado de envolvimento em um caso de corrupção de larga escala no Rio de Janeiro. José Lavoura, com nacionalidade brasileira e portuguesa, é um dos 12 suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que envolvia o pagamento de subornos às autoridades do Estado do Rio de Janeiro. O empresário de ônibus tinha em seu nome, desde a última segunda-feira, um mandado de captura internacional.


Segundo o Ministério Público Federal, Lavouras, enquanto responsável pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, articulou o pagamento de subornos a políticos estaduais, no montante que pode ultrapassar 133 milhões de euros (500 milhões de reais). Isso tudo foi tirado criminosamente do bolso dos cariocas que utilizam ônibus, porque o custo da propina era embutido no valor das passagens cobradas dos usuários. Esse valor precisa ser devolvido por esses empresários tubarões propineiros. A  acusação acredita que Lavoura recebeu mais de 10,5 milhões de euros (40 milhões de reais) indevidamente.

No âmbito da "Operação Ponto Final", que tem origem no caso Lava Jato, as autoridades brasileiras também prenderam o empresário propineiro Jacob Barata Filho, quando este se preparava para embarcar para Portugal, no último domingo. 

Jacob Barata Filho é gestor do grupo brasileiro Guanabara, que explora em Portugal as operadoras de transportes urbanos Scotturb, nos municípios de Cascais, Sintra e Oeiras, além de sete hotéis da rede hoteleira Fénix, quatro dos quais na cidade do Porto.

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