segunda-feira, 3 de julho de 2017

O peemedebista Sérgio Cabral recebeu R$ 122,8 milhões em propinas de empresas de ônibus


As investigações do Ministério Público Federal,  que levaram à deflagração da Operação Ponto Final, revelaram que o ex-governador do Rio de Janeiro, o peemedebista Sergio Cabral recebeu 122,8 milhões de reais em propinas de empresas de ônibus entre os anos de 2010 e 2016. Ele deixou o cargo, em favor de seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 2014. 

O esquema alcançou cerca de 260 milhões de reais, pagos a políticos e agentes públicos. Três pessoas foram presas entre ontem e hoje: o empresário Jacob Barata Filho, herdeiro do “rei do ônibus”, o presidente da Federação das Empresas de Transportes do Estado (Fetranspor), Lélis Teixeira, e o ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), que fiscaliza o setor, Rogério Onofre. Segundo o Ministério Público Federal, “os pagamentos de propinas foram feitos nos moldes dos realizados pelas empreiteiras, só que dessa vez no setor de transporte público com o objetivo de garantir tarifas e contratos com o Governo do Estado do Rio”.

Rogério Onofre, então à frente do Detro, recebeu 44 milhões de reais em propinas pagas pelas empresas de ônibus, diz o Ministério Público, sendo que os valores eram pagos nas próprias sedes das transportadoras. Para os procuradores, o esquema se dividia em quatro núcleos: o econômico, formado pelas empresas organizadas em cartel; o operacional, com a responsabilidade de fazer a lavagem de dinheiro; o administrativo, composto por gestores públicos do Estado; e o político, integrado “pelo líder da organização Sergio Cabral”. A Operação Ponto Final decorre das investigações das operações Calicute e Eficiência.

A PF se baseou em delações premiadas do doleiro Álvaro Novis e do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes, alvos de operações anteriores. A ação desta segunda-feira envolveu oitenta agentes para cumprir nove mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e trinta de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Barata Filho foi preso no aeroporto internacional Tom Jobim, prestes a embarcar para Lisboa. Ele divulgou nota, informando que tem negócios na cidade e que viaja para lá regularmente. A Polícia Federal já estava com sua prisão na mira e a antecipou quando soube da viagem. 

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