domingo, 23 de julho de 2017

Itaú entrega à Justiça 10 milhões de reais da "Riqueza", a garoto do Leblon, Adriana Ancelmo

O Itaú depositou na sexta-feira, 21, os R$ 10 milhões bloqueados pelo juiz federal Sérgio Moro oriundos de contas da ex-primeira dama do Rio de Janeiro, a "Riqueza", Adriana Ancelmo, conhecida também como "Garota do Leblon", absolvida da acusação de lavagem de dinheiro. Apesar de livrá-la da imputação, o magistrado mandou bloquear os valores identificados na conta da mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), condenado na Lava Jato. O montante será encaminhado à 7ª Vara Federal, do juiz Marcelo Bretas, onde ela responde pela acusação de lavagem de dinheiro de supostas propinas ao peemedebista. Moro chegou a cobrar que o banco depositasse, com urgência, os valores bloqueados de Adriana. A "Riqueza", Adriana Ancelmo, foi absolvida por Moro em processo no qual o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro de propinas de R$ 2,7 milhões no âmbito de contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Na mesma sentença Moro disponibilizou R$ 11 milhões bloqueados nas contas da ex-primeira-dama e de seu escritório de advocacia à Justiça Federal do Rio de Janeiro, onde é ré no âmbito da Operação Calicute, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Inicialmente, o Itaú atrasou os depósitos e foi alvo de notificação de Moro para que depositasse, com urgência, os valores em face da 13ª Vara Federal para que, em seguida, esta envie os R$ 10 milhões a contas indicadas pelo juiz federal Marcelo Bretas. O Itaú Unibanco informou a Moro, no dia 10, "que os valores pertencentes à Adriana de Lourdes Ancelmo, no valor de R$ 10.000.000,00, estão bloqueados mas não foram ainda transferidos para conta judicial pois há um fundo de investimento com prazo de resgate previsto para o dia 19/07/2017". A guia de depósito na conta indicada por Moro, datada desta sexta-feira, 21, foi anexada aos autos.

Nos próximos dias, a Justiça Federal do Paraná vai enviar o montante à 7ª Vara do Rio de Janeiro, que determinou sua prisão domiciliar. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, a atuação da ex-primeira dama enquanto advogada desperta "ao menos suspeitas da prática de atos de ocultação de proveitos decorrentes da atividade criminosa do ex-governador". A banca Ancelmo Advogados recebeu R$ 35.830.356,84 de dez empresas. "O escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo teve um crescimento vertiginoso durante os dois mandatos de seu marido Sérgio Cabral", afirma a força-tarefa.

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