segunda-feira, 17 de julho de 2017

Gaúchos continuam se negando a perceber que o Estado quebrou e só soluções radicais podem apontar saída

Quando Jair Soares assumiu o governo do Rio Grande do Sul, em 15 de março de 1983, avisou que o governo do Estado caminhava para uma situação crítica, porque o número de aposentados era cada vez maior em relação aos funcionários na ativa, e a arrecadação mensal não era suficiente para o pagamento das folhas de pagamento. Na época, a solução a cada mês era a emissão de cada vez mais títulos da Divida Pública Mobiliária do Estado. Agora, finalmente, o Estado do Rio Grande do Sul esgotou toda as "mandrakices" possíveis, não existem mais fontes de "arrecadação extraordinária", um artifício que mascarou por décadas o fato de que a arrecadação não alcançava o rol dos pagamentos programados (orçamentos escancaradamente mentirosos, falsos, fraudulentos, que serviam para garantir o permanente aumento de salários do funcionalismo público), e faliu rotundamente. 

Então as radiografias do desastre são divulgadas a todo o instante. O secretário da Fazenda, deputado federal peemedebista Giovani Feltes (tão incompetente e inapetente quanto o governador José Ivo Sartori), uma figura que nada fez para conscientizar os gaúchos sobre a dramaticidade da situação econômico-financeira do Estado, começa a emitir sinais alarmantes. Ele diz que a realidade chegou a um ponto insustentável, aquele em que 153,4 mil funcionários inativos (aposentados) gaúchos já consomem 54, 1% da folha de pessoal do Estado. Grande novidade!!!!! Só agora ele descobriu o que Jair Soares já sabia em março de 1983? A gestão dos peemedebistas Giovani Feltes e José Ivo Sartori é tão fracassada que eles chegarão ao fim do governo sem ao menos conseguirem assinar contrato com a União de recuperação fiscal. E não assinarão porque não conseguem convencer os 55 deputados na Assembléia Legislativa da inevitabilidade da aprovação de venda de patrimônio público (CEEE, Sulgás e CRM) para alcançar um equilíbrio precário das contas públicas. As duas partes (governo vs. oposição) fazem um joguinho eleitoral, esperando outubro de 2018. 

A oposição quer ver o desgaste do governo do PMDB, quer ver o governo sangrando, que não consegue sequer pagar os salários do funcionalismo em dia. E o governador peemedebista incompetente José Ivo Sartori faz de conta que faz alguma coisa, para poder dizer na campanha que foi impedido de fazer algo pela oposição. Nesse jogo de faz de conta, ele fez de conta que convocava um plebiscito, enviando à Assembléia um projeto contendo erros formais que não foi aceito. Esgotado o prazo legal para a realização do plebiscito ainda este ano, ele então apresentou o projeto correto, para aprovação de um plebiscito sobre a privatização de órgãos públicos junto com as eleições gerais de outubro do próximo ano. Ou seja, era tudo que ele, e também a oposição, desejavam. Assim, já sabemos que teremos eleições polarizadas, plebiscitárias, com ambos os lados se acusando. E a real é que o Estado sangrará por mais um ano, e por mais uma década na sequência, por conta desta irresponsabilidade criminosa coletiva. Faz parte desse jogo de cena o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, emitir outro alerta apavorante, sobre o buraco em que se meter a folha de pagamento do Estado do Rio Grande do Sul. 

Os número são os seguintes:  
Inativos
153.222
Ativos
129.978
Custo mensal
Inativos
R$ 763,9 milhões
% da Folha, 54,1%
Ativos
R$ 583,3 milhões
% da Folha, 45,9%

As aposentadorias precoces no magistério e no aparato da segurança pública aumentam essa folha de maneira devastadora. E para ainda este ano estão em condições de aposentadoria mais um exército de cerca de 10 mil funcionários. É para arrebentar qualquer tesouro, não há quem resista!!!

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