segunda-feira, 26 de junho de 2017

Relatório da Polícia Federal afirma que presidente Michel Temer cometeu obstrução de Justiça


Em relatório enviado nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal afirma que o presidente Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o empresário bucaneiro caipira Joesley Batista cometeram o crime de obstrução de Justiça. 

De acordo com o documento, Temer "embaraçou a investigação de infração penal" ao incentivar pagamentos para o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB) e ao não comunicar às autoridades a suposta corrupção de juízes e procurador por parte do empresário bucaneiro caipira Joesley Batista. O empresário é acusado de atrapalhar as investigações ao manter pagamentos a Eduardo Cunha. 

"JOESLEY MENDONCA BATISTA, por embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa, ao manter pagamentos ilegítimos a EDUARDO COSENTINO DA CUNHA e a LUCIO BOLONHA FUNARO, enquanto presos, a pretexto de mantê-Ios em silêncio ou de não se ver envolvido em eventuais revelações de fatos comprometedores a si próprio e ao grupo empresarial que comandava", diz um dos trechos.

Geddel é acusado de tentar dissuadir o doleiro Lúcio Funaro de realizar delação premiada.

"GEDDEL QUADROS VIEIRA LlMA, por ter manifestado interesse junto a executivos do Grupo J&F na manutenção de pagamentos a LUCIO BOLONHA FUNARO, como forma dissuasaria de eventual colaboração com a Justiça, "monitorando" junto a familiares de FUNARO o seu ânimo para tai iniciativa".

Na semana passada, em relatório parcial, a Polícia Federal já havia indicado indícios de que o presidente havia cometido o crime de corrupção passiva. O documento foi encaminhado para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já apresentou denúncia contra os indiciados, a começar por Temer. No inquérito, Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures são investigados por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Em parecer ao Supremo, Janot disse não ter dúvida de que Temer cometeu crime de corrupção passiva, e sugeriu que a manutenção dele na Presidência contribui à continuidade do cometimento de crimes.

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