terça-feira, 27 de junho de 2017

Promotor confirma que vai recorrer contra prisão domiciliar do médico-monstro Roger Abdelmassih


O promotor Luiz Marcelo Negrini, da 1ª vara de Execuções penais de Taubaté, confirmou que o Ministério Público paulista vai recorrer contra a decisão da Justiça, que concedeu prisão domiciliar ao médico-monstro Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estuprar as pacientes. “O que nós vemos é que não foi comprovado de forma concreta que o sentenciado (Abdelmassih) não tem condições de cumprir a pena na unidade prisional. É fato, realmente, que ele apresenta uma série de doenças graves, como a grande maioria da população carcerária. A unidade vem prestando todo o atendimento necessário e toda vez que ele foi internado a situação física melhorou”, disse Negrini.

O promotor salienta que o Ministério Público vai utilizar dois instrumentos diferentes para tentar reverter a decisão da juíza Sueli Zeraik. “Quem apresenta esse quadro de melhora não está em condições de receber esse benefício. É isso que motiva o agravo que estamos preparando para ser interposto perante ao tribunal e também o mandado de segurança. Ele não tem efeito suspensivo, ou seja, a decisão da juíza permanece válida até o julgamento do agravo, o que leva aproximadamente um ano. Já o mandado de segurança tem esse objetivo de trazer uma concessão de liminar para que ele volte ao regime fechado”, explicou.

De acordo com o promotor, Abdelmassih teria condições de receber o tratamento dentro da prisão, pois o laudo pericial confirma que o tratamento que deve ser ministrado ao ex-médico é apenas clínico, com ingestão de comprimidos. “A mesma medicação que ele vai tomar em casa é o que tomaria na unidade prisional. A unidade tem condição de prestar essa assistência. Sempre que ele precisou ser transferido para qualquer hospital, foi internado e se recuperou e voltou”, declarou Negrini.

Na visão do promotor, Abdelmassih, que tem sido monitorado por uma tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar o País, acabou beneficiado pela decisão da Justiça. “O grande risco que nós temos, até pelo comportamento do sentenciado, que já fugiu uma vez, é que essa melhora clínica também permite a fuga. Sabemos que ele não tem opção a não ser cumprir a pena, que vence em 2292. Então, mesmo assim o risco de fuga é muito grande”, finalizou.

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