terça-feira, 27 de junho de 2017

Procuradoria Geral da República encerra o processo de eleição dos possíveis substitutos de Janot


Os membros da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) escolheram nesta terça-feira os nomes dos três subprocuradores que comporão a lista tríplice à sucessão de Rodrigo Janot na chefia da Procuradoria-Geral da República. Nicolao Dino (621 votos), Raquel Dodge (587 votos) e Mario Bonsaglia (564 votos) foram os três mais votados no pleito realizado hoje, que teve 1.108 eleitores, um recorde, e quórum de 85% de comparecimento dos procuradores. A lista será encaminhada pela ANPR ao presidente Michel Temer (PMDB), a quem cabe escolher o sucessor de Janot. Continuam não votando outros procuradores, de outras categorias, que também integram a Procuradoria Geral da República. Constitucionalmente o presidente não está obrigado a votar nesses nomes apresentados pelos procuradores, pode indicar livremente um chefe para o Ministério Público Federal.

O presidente Michel Temer poderá ignorar os nomes mais votados pela classe e indicar outro procurador ao posto, ou mesmo alguém que não seja procurador de carreira. O escolhido pelo presidente ainda passará por sabatina no Senado antes de ter a nomeação à Procuradoria Geral confirmada.

Durante os governos corruptos do PT, sindicaleiros, entre 2003 e 2016, as escolhas de #LulaX9 e da mulher sapiens petista Dilma Rousseff foram de nomear ao comando do Ministério Público Federal o mais votado na lista tríplice. Com Michel Temer à frente do Executivo, no entanto, Nicolao Dino, o “vencedor”, dificilmente será o novo procurador-geral. Ele é visto como candidato mais alinhado a Janot na eleição. Além disso é irmão do governador comunista do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Nesta terça-feira, Temer fez duros ataques a Rodrigo Janot, que ontem o denunciou ao Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva a partir das delações de executivos do Grupo J&F.

Outro ponto a jogar contra a nomeação de Nicolao Dino foi sua atuação como vice-procurador-geral-eleitoral, em que pediu ao Tribunal Superior Eleitoral a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico nas eleições de 2014.

Os outros dois nomes na lista tríplice, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia, têm maior interlocução política e diálogo com o PMDB, especialmente a subprocuradora. Raquel e Bonsaglia já haviam figurado na última lista tríplice encaminhada ao Palácio do Planalto, em agosto de 2015. Naquela disputa, Rodrigo Janot recebeu 799 votos, Mario Bonsaglia teve 462 votos e Raquel Dodge recebeu 402 votos. A mulher sapiens petista e então presidente Dilma Rousseff indicou Janot à sabatina no Senado e ele acabou reconduzido ao posto. O atual mandato do procurador-geral da República termina no dia 17 de setembro.

Os outros candidatos na eleição da ANPR neste ano foram Ela Wiecko (424 votos), Carlos Frederico Santos (221 votos), Eitel Santiago (120 votos), Sandra Cureau (88 votos) e Franklin Rodrigues da Costa (85 votos).

A nomeação do próximo chefe do Ministério Público Federal se dará no momento em que o governo Temer, encurralado pelas delações dos executivos do Grupo J&F, lança sua maior ofensiva contra a Lava Jato, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal. O presidente chegou a a afirmar, em um duro pronunciamento nesta terça-feira, que a lógica empregada na denúncia do procurador-geral contra ele permitiria sugerir que Janot recebeu dinheiro do ex-procurador da República, Marcello Miller, que deixou a Procuradoria Geral para ser advogado da JBS.

Temer comparou, no discurso, a relação entre ele e o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures e a relação entre Janot e Miller. Na acusação formal por corrupção contra Temer e Rocha Loures, o procurador-geral da República sustenta que o presidente se valeu do cargo para receber para si, por intermédio do ex-assessor, 500.000 reais em propina do Grupo J&F, valor combinado com o empresário Joesley Batista e entregue pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, em troca da resolução de um problema da empresa no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O que não resta dúvida é que o Ministério Público Federal é uma instituição quase totalmente infiltrada pelo pensamento petista, pelo jacobinismo e pela noção pretoriana de exercício do poder. Procuradores comportam-se como "legionários" do Estado Democrático de Direito. 

Nenhum comentário: