quarta-feira, 28 de junho de 2017

Presidente Michel Temer nomeia Raquel Dodge para ser a Procuradora Geral da República


O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu indicar a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, segunda colocada na votação interna feita pelo Ministério Público Federal, para procuradora-geral,  em substituição a Rodrigo Janot, que deixa o cargo no dia 17 de setembro. O anúncio foi feito pelo porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, em um rápido pronunciamento na noite desta quarta-feira. Raquel Dodge ainda passará por sabatina no Senado antes de ser confirmada como nova procuradora-geral da República.

Na lista tríplice entregue pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) a Michel Temer nesta quarta-feira estavam os nomes dos subprocuradores Nicolao Dino (que teve 621 votos na eleição interna), Raquel Dodge (587 votos) e Mario Bonsaglia (564 votos).

Nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, a prática foi a de nomear o primeiro colocado da lista – foi assim com Roberto Gurgel e Rodrigo Janot -, mas estava claro que Dino não seria nomeado. Além de candidato de Janot, desafeto do Planalto, ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), inimigo de José Sarney, que ainda tem influência no PMDB.

Já Raquel Dodge tinha o apoio dos caciques do PMDB e é vista como uma possibilidade de diminuir o ímpeto da Operação Lava Jato e da Procuradoria-Geral da República. A nomeação dela para chefiar o Ministério Público Federal se dá no momento em que o governo Temer, encurralado pelas delações dos executivos do Grupo J&F, lança sua maior ofensiva contra a Lava Jato, a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal.

Denunciado ao STF por corrupção passiva, o presidente chegou a afirmar, em um duro pronunciamento ontem, que a lógica empregada na acusação do procurador-geral contra ele permitiria sugerir que Janot recebeu dinheiro do ex-procurador da República, Marcello Miller, que deixou a Procuradoria Geral da República para ser advogado da JBS.

No Ministério Público Federal desde 1987, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República junto ao Superior Tribunal de Justiça em matéria criminal e integra o Conselho Superior do Ministério Público. Ela teve atuação na Operação Caixa de Pandora, que investigou o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda e, em primeira instância, foi membro da equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal, o “deputado da motosserra”, e o Esquadrão da Morte. Raquel Dodge é mestre em Direito pela Universidade de Harvard. 

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