quinta-feira, 29 de junho de 2017

Petista Vaccari, preso em Curitiba, diz em bilhete para amigos: "Vou sair daqui"


Absolvido em um dos processos que responde na Lava Jato, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto enviou um mensagem a amigos que fretaram um ônibus para Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, na expectativa que ele fosse solto na quarta-feira (28). No recado, Vaccari diz estar bem, sentindo-se feliz com a presença de amigos e acrescenta: "Vou sair daqui, não roubei, não matei, fui preso porque era o tesoureiro do PT. Cheguei aqui pela política num carro de polícia e vou sair daqui pela política junto com meus companheiros". 

O texto de Vaccari foi publicado no blog "Nocaute", do jornalista cubanófilo Fernando Morais. Embora o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, tenha revertido na terça-feira (27) uma sentença de 15 anos de prisão do juiz Sérgio Moro, Vaccari permanece preso. Ele foi condenado pelo juiz em mais quatro ações. Durante a tarde, Moro expediu o alvará de soltura de Vaccari, mas manteve a prisão do petista porque ele tinha a prisão preventiva decretada em outra ação, "baseada em outras provas". 

No julgamento que absolveu Vaccari, dois dos três juízes do TRF entenderam que as provas do caso são insuficientes porque eram baseadas apenas em delações premiadas. Em sua decisão, de setembro de 2015, Moro cita falas de cinco delatores para condenar Vaccari: Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras), Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras), Alberto Youssef (doleiro), Augusto Mendonça (executivo da Toyo Setal) e Eduardo Hermelino Leite (ex-vice-presidente da Camargo Corrêa). 

Vaccari havia sido acusado de articular repasses de ao menos R$ 4,3 milhões da propina para o PT. "A justiça foi realizada, porquanto a acusação e a sentença basearam-se, exclusivamente, em palavra de delator, sem que houvesse nos autos qualquer prova que pudesse corroborar tal delação", disse o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa Vaccari, quando os juízes deram o voto de absolvição. A decisão da segunda instância servirá de precedente para o julgamento de outros casos similares da Lava Jato, inclusive por Moro.

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