quinta-feira, 1 de junho de 2017

Morre Sereno Chaise, ex-prefeito de Porto Alegre, aos 89 anos


Sereno Chaise, ex-prefeito de Porto Alegre, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 89 anos, em decorrência de uma parada cardíaca. Ele estava internado há cerca de um mês no Hospital Mãe de Deus. O governador José Ivo Sartori, do PMDB, decretou luto oficial de três dias no Estado. A Assembleia Legislativa não terá sessão plenária nesta quinta-feira (1º). Figura menor da política gaúcha, ele só se destacou por ter sido preso em 1964 e pela longa subordinação ao chefe político Leonel de Moura Brizola. Afastou-se dele no fim da vida para aderir à organização criminosa petista que comandava o Estado, com o terrível, horroroso e desastroso governo do "exterminador do futuro", o petista Olívio Dutra. Na sua saída do PDT, do qual foi fundador e presidente, na migrança para o PT, em troca de algumas benesses, ele levou junto cerca de 300 "trabalhistas" menores do que ele, entre os quais a mulher sapiens, Dilma Rousseff, que sempre tinha sido uma revolucionária comunista (ex-membro da organização terrorista VPR e do partido comunista clandestino trotskista Polop - Política Operária). Sereno Chaise nasceu em 31 de março de 1928, em Soledade. Eleito prefeito de Porto Alegre, foi cassado pelo golpe militar de 1964. Empossado em janeiro, ficou menos de quatro meses no cargo de prefeito, ao lado do vice Ajadil de Lemos. No fim dos anos 40, estudante em Porto Alegre, Chaise aproximou-se da Ala Moça do PTB e tornou-se amigo de Leonel Brizola, com quem dividiu um quarto de pensão. Em 1951 elegeu-se vereador da capital do Rio Grande do Sul, pelo PTB, chegando à presidência da Câmara Municipal. Na eleição seguinte, em 1954, não tentou a reeleição para coordenar a campanha de Brizola à prefeitura. Com Brizola eleito, tornou-se secretário de Governo. Em 1958, Chaise foi o segundo deputado estadual mais votado, com 16.614 votos, para a 41ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1959 a 1963. Nesta eleição, o PTB fez 23 das 55 cadeiras do Legislativo. Foi o líder do PTB na Assembleia durante o governo de Brizola. No dia 10 de novembro de 1963, Chaise foi eleito prefeito de Porto Alegre, com cerca de 100 mil votos, derrotando Cândido Norberto, do Movimento Trabalhista Renovador, uma dissidência do PTB, por mais de 40 mil votos. O mandato, iniciado no dia 2 de janeiro do ano seguinte, foi interrompido quatro meses depois, no dia 8 de maio, no contexto do Golpe Militar de 1964. Em 2 de abril daquele ano, o PTB organizou uma grande manifestação contra o golpe no Paço Municipal de Porto Alegre, com o presença de Chaise e Brizola. A resistência que se tentou organizar, à maneira da Campanha da Legalidade de 1961, acabou não ocorrendo, devido à decisão do presidente João Goulart de se exilar no Uruguai. Logo depois do Golpe, o prefeito chegou a ser preso, mas foi liberado e continuou seu governo até o dia 7 de maio, quando foi anunciada sua cassação, por força do Ato Institucional nº 1, através do programa A Voz do Brasil, transmitido em rede nacional de rádio. Chaise teve os direitos políticos cassados por 10 anos e só os recuperou definitivamente na anistia, em 1979. Em 1966, entretanto, graças ao prestígio de Sereno, Terezinha Irigaray Chaise, então sua mulher, foi eleita a deputada estadual mais votada do Brasil, concorrendo pelo MDB. Durante a ditadura, ele trabalhou brevemente na iniciativa privada, como advogado, mas a dificuldade de conseguir clientes o levou a ser dono de um bar por dez anos. Após a redemocratização, participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista, depois do grupo de trabalhistas históricos liderados por Brizola perder a sigla PTB para o grupo de Ivete Vargas. Pelo PDT, foi candidato a governador do Rio Grande do Sul, em 1994, como candidato oficial, uma vez que o então governador era o pedetista Alceu de Deus Collares. Entretanto, Chaise ficou apenas em quarto lugar, com míseros 252.915 votos. Em 1998, o PDT apoiou, no segundo turno, o PT de Olívio Dutra ao governo do Rio Grande do Sul, impedindo a reeleição de Antônio Britto. O apoio do PDT ao PT foi costurado pessoalmente por Sereno, na época presidente do partido no Estado, que desejava uma coligação desde o primeiro turno. A participação do PDT no governo petista durou apenas um ano, período em que ele foi vice-presidente do Banrisul. Contrário à saída do PDT do governo, Chaise filiou-se ao PT juntamente com Dilma Rousseff, Emília Fernandes e Milton Zuanazzi. Após a morte de Brizola, Sereno lamentou não ter se reconciliado com o amigo de longa data. Após a eleição presidencial de Luís Inácio Lula da Silva, Sereno Chaise tornou-se diretor financeiro da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica. Depois, em 3 de abril de 2006, assumiu a presidência da CGTEE, em substituição a Júlio Quadros. Permaneceu no cargo até 2015. Com Sereno Chaise, no PDT, iniciou-se a fama de "partido da boquinha" da agremiação política. 

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