quarta-feira, 17 de maio de 2017

Promotoria recorre de decisão que absolveu Vaccari e mais 11 no caso Bancoop

O promotor José Carlos Blat recorreu da sentença de absolvição do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e de mais 11 réus acusados de estelionato em empreendimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). A sentença que absolveu os réus, da juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, é de abril deste ano. Além de Vaccari Neto, foi absolvido o empreiteiro José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, da OAS. Tanto Léo Pinheiro quanto Vaccari estão presos em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista nesta terça-feira (16), na sede do Ministério Público, Blat disse que a absolvição dos réus surpreendeu os promotores do caso. “Estamos falando em cerca de 7 mil famílias que viveram um drama com o maior golpe imobiliário do País. A juíza (...) se equivocou nesse caso. Ou ela não leu o processo, ou foi induzida a erro pelas argumentações trazidas pelos réus”, afirmou Blat, que integra a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, órgão do Ministério Público do Estado de São Paulo, Criada nos anos 90, a cooperativa habitacional Bancoop faliu em 2009, e a empreiteira OAS assumiu as obras. De acordo com o promotor, inicialmente, a cooperativa foi um sucesso. Montada pelo Sindicato dos Bancários e voltada para essa categoria, a Bancoop acabou se tornando "uma cooperativa de fachada" e passou a vender para qualquer interessado, disse o promotor. "As pessoas compraram apartamentos e pagaram suas prestações. Depois de pagos e quitados, ou não receberam, porque os imóveis não foram construídos, ou receberam e foram cobradas indevidamente por aportes financeiros absurdos. E não receberam suas escrituras, ficando sem a propriedade dos imóveis". Um dos imóveis sob suspeita é o triplex no Guarujá Solaris, que levou o Ministério Público Estadual, há pouco mais de um ano, a pedir a prisão preventiva do ex-presidente Lula, sob a alegação de crimes de lavagem de dinheiro – na modalidade ocultação de patrimônio – e falsidade ideológica. 

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