terça-feira, 23 de maio de 2017

Morre aos 89 anos Roger Moore, um dos maiores 007 do cinema


O ator britânico Roger Moore, famoso por interpretar James Bond sete vezes no cinema e por seu papel na série de TV O Santo, morreu nesta terça-feira na Suíça, aos 89 anos. Moore, que vivia no país há muitos anos, morreu após uma curta batalha contra o câncer. “Com grande pesar, anunciamos que nosso querido pai, Sir Roger Moore, morreu hoje na Suíça após a uma batalha breve, mas corajosa contra o câncer”, afirmou a família em uma nota divulgada no Twitter. “O amor que o cercou em seus últimos dias é tão grande que não pode ser medido em palavras”, acrescenta a nota, assinada por seus filhos Deborah, Geoffrey e Christian. Ao longo de doze anos, entre 1973 e 1985, o londrino Roger Moore protagonizou alguns dos maiores clássicos da franquia de James Bond, como "007 Viva e Deixe Morrer" (1973), que teve música de Paul McCartney (Live and Let Die); "007 – O Espião que me Amava" (1977), outro com música-tema inesquecível (Nobody Does It Better, de Carly Simon); "007 contra o Foguete da Morte" (1979); "007 contra Octopussy" (1983) e "007 – Na Mira dos Assassinos" (1985). O ator tornou o agente 007 um cavalheiro inglês com mais fleuma, após a fase viril do escocês Sean Connery. Humilde, embora seja um dos 007 preferidos do público, Moore declarou uma vez que, para ele, o maior de todos era Daniel Craig, que ainda não foi substituído no papel. Além de Moore e Craig, James Bond já foi interpretado por atores como Sean Connery e Timothy Dalton. Ao lado da defesa de Craig, se escondia o que para muitos era racismo: Moore era contra um ator negro no papel de James Bond. “James Bond já foi interpretado por um escocês, um galês e um irlandês. Acho que o próximo intérprete deveria ser um inglês-inglês. É uma ideia interessante, mas pouco realista”, disse à revista francesa Paris Match. Depois, contudo, o ator disse que suas colocações foram mal traduzidas. “Uma entrevista que eu dei à Paris Match sugere que eu disse algo racista sobre Idris Elba. Simplesmente, não é verdade”, escreveu no Twitter. “Quando um jornalista pergunta ‘se Bond deveria ser inglês’ e você concorda, não quer dizer que você tenha dito algo contra Idris Elba. A frase foi tirada do contexto”, acrescentou. Roger Moore também interpretou detetives. Ele foi Sherlock Holmes no telefilme "Sherlock Holmes in New York", de 1976, e deu vida ao inspetor Jacques Clouseau no filme "A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa" (1983). Na TV, o ator londrino participou de séries como "Ivanhoé" (1958-1959) e "O Santo" (1962-1969), seu papel televisivo de maior destaque, que o projetou pelo mundo, já que o programa, em que interpretou Simon Templar, foi exibido em diversos países. No início dos anos 1970, ele ainda participaria de outra série de grande sucesso, "The Persuaders", uma parceria com o americano Tony Curtis. O ator estava escalado para "Summer Night, Winter Moon", atualmente em pré-produção. 


Roger Moore se casou no total quatro vezes e em uma entrevista contou que apanhava das duas primeiras mulheres, já falecidas. No primeiro, com a patinadora Steyn Doorn Van, Moore chegou a ser atingido com uma chaleira. “Ela me arranhava. Minha mãe ficava gelada sempre que eu voltava para casa com novas cicatrizes”, contou o ator em um programa da TV. O casal se divorciou em 1953. Moore se casou em seguida com a cantora Dorothy Squires, que também batia nele. Segundo o ator, a jovem tinha “muito temperamento” e uma vez acertou sua cabeça com um violão.


O ator Roger Moore nasceu em 1927 em Londres e já imaginava ser artista desde pequeno. Serviu no exército militar durante a Segunda Guerra Mundial e foi morar nos Estados Unidos aos 26 anos. Com um talento excepcional, além de grande beleza, Roger logo assinou um contrato com a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), produtora de filmes e séries de Hollywood. Então, o ator começou a participar de filmes como "Melodia Interrompida" (1955) e "A Última Vez que Vi Paris". Moore também começou a atuar em programas na televisão e obteve reconhecimento pela série de faoreste "Maverick", em 1957.


A sua fama internacional começou com a participação em "O Santo", em 1962 e cresceu ainda mais com o protagonista no filme "O Homem que Não Era", em 1970. Roger considerava esse último o seu personagem favorito e havia afirmado que tinha sido o seu melhor desempenho na tela. Três anos depois, Moore apareceu como o novo James Bond em "Com 007 – Viva e Deixe Morrer", substituindo Sean Connery. Depois disso, o ator protagonizou mais seis filmes sobre o agente secreto. No seu último, "007 – Na Mira dos Assassinos", Roger tinha 57 anos e foi considerado velho demais para o papel. Timothy Dalton passou a interpretar Bond na sequência.


Nesse período, o ator ainda trabalhou em filmes como "Selvagens Cães de Guerra" e "Resgate Suicida". Em 1981, Moore participou da comédia "Quem Não Corre Não Voa", junto com Burt Reynolds. Depois disso, o ator apareceu em filmes menores, incluindo "Desafio Mortal", o primeiro filme dirigido por Jean-Claude Van Damme.






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