domingo, 21 de maio de 2017

Me inclua fora dessa, advogado Adão Paiani, defensor de Onyx Lorenzoni


O advogado gaúcho Adão Paiani, que já passou por diversos partidos e cargos em governos, publica um artigo neste final de semana para livrar a cara do deputado federal gaúcho Onyx Lorenzoni, do DEM, que confessou ter recebido dinheiro sujo dos empresários bucaneiros caipiras Wesley e Joesley Batista, da JBS. Na sua tentativa de livrar a cara de Onyx Lorenzoni, Adão Paiani tenta distribuir a culpa a todos os brasileiros. Senhor Adão Paiani, me inclua fora dessa lista, não queira me incluir no cesto da sujeira que todos esses metidos na política produziram. Senhor Adão Paiani, eu nunca me deixei enganar por esses vigaristas todos, a começar por Lula, enquanto tanto outros se atiravam nos braços dele. Antes mesmo de nascer o PT meus antigos companheiros jornalistas petistas, em São Paulo, já sabiam que eu era contra o PT e Lula. Não participei desse e de outros banquetes. Não aceitei também aquele outro salvador da Pátria, caçador de marajás, chamado Collor de Mello. Quer saber mais, Adão Paiani, eu era um menininho e fazia campanha, a meu modo, nas ruas de Bagé, lá onde o diabo perdeu as botas, lá no fim do mundo, fronteira do Brasil com o Uruguai, contra o grande vigarista Jânio Quadros, o homem da vassourinha. Adão Paiani, o seu texto é um desastre, a vida não é como você acha que seja. Do seu amigo Onyx Lorenzoni, se vivêssemos no Japã, eu só esperaria que ele praticasse haraquiri. Mas, como aqui é Brasil, tenho certeza de que, no próximo ano, ele estará se apresentando candidato novamente. Fará isso sabe por que? Porque conhece o comportamento da maioria dos gaúchos e dos brasileiros. Segue abaixo o artigo de Adão Paiani, para que todos os brasileiros conheçam de que estofo moral é feita a política brasileira:
A VIDA COMO ELA É
Em respeito aos que me acompanham, não tenho como passar batido e deixar de comentar em relação ao episódio envolvendo o Deputado Onyx Lorenzoni, com quem mantenho uma longa relação de amizade, trabalho, propósitos, idéias e objetivos comuns. Estamos vivendo uma oportunidade ímpar de limpar a merda que nós próprios fizemos neste país nos últimos 30 anos. Nós fizemos. Coletivamente. Não foi o vizinho argentino, o sujeito na África ou o cara sentado em Washington. Fomos nós. Reconhecer que pessoas, populações inteiras, países e nós mesmos temos uma capacidade inata de fazer grandes cagadas, em algum momento da vida (e às vezes mais de uma vez), é o primeiro passo para o amadurecimento. A seqüência inacreditável de erros que temos cometido ao longo de nossa história como nação é muito explicada pela falta de maturidade pessoal e coletiva do povo brasileiro. Na ânsia juvenil de acertar, nos deixamos levar pela propaganda disposta a nos vender o salvador da pátria. E nós compramos. De tempos em tempos aparece o cara puro ou a vestal, que nunca erra, que vai nos salvar e levar ao paraíso, e nós acreditamos que isso exista. E compramos Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e outros menos cotados, com suas figuras de comercial de margarina. Não é a toa que o Brasil é o país dos marqueteiros. Eles nos vendem qualquer bosta, e nós compramos. No fundo, o que queremos não é um líder; um cara com qualidades e defeitos, fragilidades e contradições, mas com boas idéias, capacidade de trabalhar e de oferecer o melhor de si em benefício do coletivo. Queremos o cara do comercial de margarina. Somos tão imaturos que muitas vezes, já de cabelos brancos, buscamos o pai, um modelo daquilo que nós mesmos gostaríamos de ser e não conseguimos. E não conseguimos por um único motivo: somos humanos, não o Super-Homem ou a Mulher Maravilha. Sinceramente, esse é um problema menos político e mais psiquiátrico. É inusitado um cara – ainda mais um político – vir a público e reconhecer que errou. E foi o que fez, corajosamente, Onyx Lorenzoni. Um cara com o qual convivo cotidianamente há quase uma década; que sei que não ficou rico fazendo política; muito pelo contrário. Muito mesmo. E do qual conheço bem as qualidades e defeitos. Sim, defeitos, fragilidades, contradições. Onyx não é o cara da margarina. É gente. Não é o cara que veio nos salvar. É alguém que busca a salvação tanto como qualquer um de nós; com a diferença de que ele não quer se salvar sozinho. Ele quer levar com ele o maior número possível de pessoas, e de preferência sem deixar ninguém pelo caminho. A verdade é incômoda, mas libertadora. A mentira reconforta, mas aprisiona. Onyx demonstrou decência, dignidade e hombridade em reconhecer que errou. Esse erro não o desmerece, ao contrário; apenas reafirma sua trajetória e demonstra, na prática, que ele continua sendo aquele cara em quem se pode confiar. Mas quem quiser, pode continuar confiando no cara da margarina. Só não vale tentar me convencer a fazer o mesmo, principalmente aqui. Não perca seu tempo. Eu prefiro gente de verdade; que vacile, erre e faça merda de vez em quando; exatamente como eu. Eu prefiro gente que acredite que estamos aqui para oferecer o nosso melhor em benefício deste país, do mundo e das pessoas que vivem nele. Eu prefiro as pessoas como elas são, e a vida como ela é. Adão Paiani - advogado em Brasília/DF.

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