sexta-feira, 5 de maio de 2017

Justiça espanhola exige depósito de R$ 15 milhões do Santos em caso Neymar


O Santos foi obrigado pela Justiça espanhola na terça-feira a depositar R$ 15 milhões (4.304.533 euros) em razão de processo criminal aberto pelo Grupo DIS pela venda de Neymar. O juiz José de la Mata, que cuida do caso, determinou que haverá julgamento por fraude e corrupção nos negócios por causa da transação que levou o jogador para o Barcelona. Neymar, seus pais e a empresa de que são donos estão incluídos apenas neste último caso, de corrupção em negócios. O Barcelona, Alexandre Rosell Feliu e Josep Maria Bartolomeu I Floreta também irão a Julgamento. Santos, Barcelona, o ex-presidente do clube paulista, Odilio Rodrigues Filho, além de Rosell Feliu e Bartolomeu serão julgados por fraude. "O Santos Futebol Clube deve assegurar a quantidade de 4.304.533 euros (3.228.400 mais 1/3), para cobrir a responsabilidade que puderem resultar procedentes em conceito de multa"., diz o texto da decisão. O valor deve ser pago como caução, para que o clube tenha direito de se defender. Se for inocentado, o dinheiro é devolvido. Ainda não há data para o julgamento. O clube brasileiro, que negociou Neymar com o Barcelona em 2013, também deverá pagar outro valor dividido com outros acusados. São eles Barcelona, Rosell, Bartolomeu e o Odilio Rodrigues. O total é de R$ 15,7 milhões para cobrir possíveis responsabilidades civis. Não fica claro, pela decisão, quem vai pagar quanto. Se a quantia for dividida em partes iguais, o Santos terá de desembolsar mais R$ 3,7 milhões. A Justiça espanhola não incluiu Neymar, sua empresa e familiares no processo de fraude. Apenas no que se refere à corrupção. Neste caso, o jogador, seu pai e mãe deverão pagar, cada um, R$ 232 mil (66.666 euros). A N&N Consultoria Esportiva e Empresarial Ltda, empresa dos pais do atacante da seleção brasileira, será obrigada a quitar R$ 33,4 mil (9.600 euros). 


Na conta geral, Neymar e sua família terão que fazer um o pagamento de cerca de R$ 729,4 mil para se defender. "Nós consideramos a decisão de hoje uma grande vitória", disse Altamiro Bezerra, CEO das empresas de Neymar. O Santos afirma não ter conhecimento da decisão. "Nós temos uma advogada em São Paulo cuidando deste caso para nós. Não tínhamos conhecimento de nada. Pedi para a ela verificar. Soubemos pela imprensa que houve uma decisão", afirma José Ricardo Tremura, responsável pelo departamento jurídico da equipe paulista. O Barcelona também vai pagar R$ 15 milhões para se defender no caso. Com problemas de caixa, o Santos fez empréstimo no mês passado R$ 13 milhões com o empresário de futebol Giuliano Bertolucci. A devolução será feita quando o clube vender algum jogador para o Exterior. A DIS, fundo de investimento brasileiro que move a ação, acusa as partes – Neymar, Santos e Barcelona – de ocultarem valores da transação do atacante para o Barcelona em 2013. Com isso, teriam deixado de pagar o valor correspondente aos 40% do montante total da venda do ex-santista. A DIS era dono de parte dos direitos do jogador. Neymar foi vendido por cerca de 17 milhões de euros do Santos para o Barcelona, em 2013. Antes disso, porém, o clube catalão pagou 40 milhões de euros à empresa da família do jogador. O Santos recebeu cerca de 12 milhões de euros em contratos extras, no momento da concretização da venda. Segundo os clubes, os valores correspondem a acordos de prioridade dada ao Barcelona em futuras vendas de jogadores santistas, entre outras parcerias. A DIS contesta essa versão. Diz que houve fraude e ocultação do valor total do negócio para prejudicar a empresa. Na sua ação, pede a prisão de Neymar por cinco anos. A empresa solicita ainda que o jogador fique impossibilitado de atuar durante o período da pena. "A gente deu oportunidade para eles fazerem um acordo. Quem causou isso foi ele (Neymar). Quem recebeu os 40 milhões de euros não fui eu. Quem jogou a final do Mundial de Clubes pelo Santos já vendido pelo Barcelona (em 2011), não fui eu"", contesta Roberto Moreno, diretor executivo da DIS. 

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