quinta-feira, 11 de maio de 2017

Empresário confirma lavagem de dinheiro de ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, a "Riqueza", garota do Leblon



O empresário Luiz Alexandre Igayara afirmou nesta quarta-feira (10) que emitiu notas frias em nome do escritório da ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, a "Riqueza" do peemedebista Sérgio Cabral, também conhecida como "Garota do Leblon". Ele disse que pagou à empresa R$ 2,5 milhões sem a prestação de serviços. Igayara firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e foi o primeiro a confirmar à Justiça o uso do escritório de Adriana Ancelmo no esquema do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O empresário disse que recebia em dinheiro o valor em sua empresa, a Reginaves (Frangos Rica) entre 2012 e 2014. Por vezes, o montante era transportado em carros-fortes da empresa Trans-Expert para a sede da empresa. A guarda de valores já havia sido citada pelo ex-secretário Hudson Braga. Ele afirmou que recursos de caixa dois de campanha do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ficavam guardados no cofre da Trans-Expert. Igayara disse ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que o peemedebista Sérgio Cabral caracterizava o dinheiro como "sobras de campanha". "Ele sempre falou que era sobra de campanha. Ele me pediu quando fui reclamar de uma autuação da Receita", disse o empresário, que afirmou sempre ter tratado do ato ilícito com o ex-governador. A ""garota do Leblon" Adriana Ancelmo negou em depoimento que tenha cometido qualquer crime. Ela disse que prestou serviços à Reginaves, por meio de reuniões, pareceres e análise de documentos. "A empresa tinha muitos passivos trabalhistas. Em 2012, reorganizamos a empresa para sanar o problema. Em 2014, o serviço tinha como objetivo sanar essas passivos uma vez que isso estava afastando interessados em comprá-la", disse Adriana Ancelmo. A ex-primeira dama negou com veemência a Bretas participação no esquema criminoso descrito pelo Ministério Público Federal. "Nenhum empresário, operador ou o que for pode dizer que lavou dinheiro através do meu escritório. Jamais tive participação ou conhecimento sobre o que supostamente foi realizado", disse ela. A lavagem de dinheiro também é alvo de outra ação penal que envolve o empresário Eike Batista. A EBX repassou R$ 1 milhão à firma em 2011. Para a procuradoria, a movimentação refere-se a pagamento de propina. Ela também negou crime na operação.

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