quarta-feira, 31 de maio de 2017

Copom reduz Selic em 1 ponto e indica redução de ritmo de corte


O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve o ritmo de cortes na taxa básica de juros e baixou a Selic em 1 ponto percentual, para 10,25%. Esta é a sexta redução consecutiva desde outubro do ano passado. A decisão foi tomada por unanimidade. Com isso, a taxa chega ao menor patamar desde janeiro de 2014, quando subiu a 10,50%. O Banco Central vinha sinalizando que poderia intensificar o ritmo de cortes na reunião dessa quarta-feira, por conta da inflação em queda e da atividade fraca. Agentes do mercado apostavam em queda de 1,25 ponto percentual ante redução de 1 p.p em abril. Mas a avaliação dos analistas é que o Banco Central refez seus cálculos por conta da instabilidade política criada a partir da delação premiada de Joesley Batista, um do donos da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer. A notícia veio a público há duas semanas, derrubou o Ibovespa, fez o dólar disparar e trouxe incerteza aos mercados, por causa da possibilidade de o presidente ser removido do cargo. Em nota divulgada hoje, o Copom indica que reduzirá o ritmo de corte da Selic. “Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião: ”O Banco Central afirma que o ritmo de corte “continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”. Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, a queda no ritmo de corte já era esperada, já que a taxa básica de juros deverá fechar o ano em torno de 8,5% - em linha com o que o governo prevê. “Nessa boa estratégia de comunicação do Banco Central, já foi deixado claro que o ano deverá fechar com a Selic em 8,5%, ou pouco menos a depender da aprovação das reformas. Por isso, dá tempo de chegar nessa meta mesmo com a redução do ritmo de cortes”, diz.

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