sábado, 27 de maio de 2017

Andrea Neves diz que prisão se baseia em acusações contra Aécio Neves


Irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB), a jornalista Andrea Neves recorreu na terça-feira ao Supremo Tribunal Federal, em Brasília, com pedido para que sua prisão preventiva decretada na Operação Patmos seja convertida em medidas cautelares diversas. O Código de Processo Penal estabelece como cautelares providências, entre outras, a proibição de falar com investigados, a obrigatoriedade de comparecer a audiências judiciais e o uso de tornozeleira eletrônica. No recurso, a principal linha de argumentação de Andrea Neves é a alegação de que ela está presa por fatos imputados ao irmão Aécio Neves. “Os argumentos aduzidos pelo Procuradoria Geral da República e, em parte, admitidos pelo Ministro Relator, na decisão agravada, para, pretensamente, justificar a necessidade da segregação cautelar da requerente/agravante Andrea Neves da Cunha são estranhos a sua pessoa, eis que dizem respeito a seu irmão, Senador Aécio Neves (hoje afastado cautelarmente de suas funções). À requerente/agravante Andrea Neves da Cunha não é (e nem poderia mesmo) imputada qualquer conduta no sentido de obstruir investigações através do exercício de atividade parlamentar ou de obter qualquer tipo de benefício a quem quer que seja através de atuação como agente público ou político. Ora, a requerente/agravante Andrea Neves da Cunha não pode sofrer restrição em seu status libertatis em decorrência de fatos atribuídos a terceira pessoa”, alegou o advogado Marcelo Leonardo, que atua na defesa de Andrea Neves. No recurso, a defesa não acusa Aécio Neves de nenhum crime, mas afirma que, se as acusações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, forem confirmadas, eventuais irregularidades são de responsabilidade de Aécio Neves. “Não há conduta da pessoa física de Andrea Neves da Cunha que, concretamente, possa ser apontada como risco à ordem pública ou a instrução criminal. O pedido do Procuradoria Geral da República e a decisão agravada, em verdade, apontam razões que, se existentes, poderiam ser aplicadas para a pessoa física do Senador Aécio Neves, nunca para sua irmã Andrea, residente na região de Belo Horizonte e sem qualquer ação política pessoal”, alega a defesa da irmã do senador. Presa preventivamente na última quinta-feira em Belo Horizonte, a jornalista Andrea Neves pediu 40 milhões de reais ao empresário Joesley Batista, delator da Operação Lava-Jato. A justificativa dada por Andrea, disse o delator, era a de que o dinheiro era o valor que deveria ser pago pelo apartamento da mãe, no Rio de Janeiro.

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