segunda-feira, 10 de abril de 2017

Moody's eleva nota da Petrobras e muda perspectiva para positiva

A agência de classificação de riscos Moody's elevou nesta segunda-feira (10) a nota de crédito da Petrobras de "B2" para "B1" e mudou a perspectiva para positiva. Apesar da revisão para cima, o rating da petroleira está 4 níveis abaixo do grau de investimento, o "selo de bom pagador" que assegura baixo risco de investimento.


Segundo a Moody's, a melhora na nota e na perspectiva da Petrobras reflete a expectativa de "contínuas melhoras no portfólio de liquidez da companhia e métricas financeiras para os próximos 12 meses, o que reduz o risco de crédito" da empresa. A Petrobras perdeu o selo de boa pagadora na Moody's, em fevereiro de 2015 e, em fevereiro de 2016, foi rebaixada para o nível mais baixo do grau especulativo. Em outubro do ano passado, a agência elevou a nota da estatal em um nível, para "B2". De acordo com a Moody's, a melhora no perfil de liquidez da Petrobras ajudou a manter o acesso aos mercados de capitais e refinanciar sua dívida com a emissão de títulos. "O ambiente regulatório no Brasil também melhorou, dando maior suporte aos investimentos de longo prazo", diz a agência. Ainda segundo o relatório sobre a elevação da nota, a Moody's afirma que reconhece que a gestão da Petrobras "mostrou comprometimento com suas metas financeiras e operacionais, como exibido em recentes operações de refinanciamento de sua dívida, uso disciplinado do dinheiro, aumento na produção do petróleo cru e queda nos custos". A agência ponderou que, apesar da melhora, o risco de liquidez ainda preocupa. "É positivo, contudo, que a companhia tenha conseguido negociar com 19 de 27 investidores individuais em disputas judiciais relacionadas à operação lava Jato, reduzindo de alguma forma as incertezas sobre acordos adicionais e multas", diz a Moody's. Altamente endividada, a Petrobras anunciou em setembro um corte de 25% nos investimentos previstos para o período 2017-2021. O plano apresentado pela estatal também incluiu a "vendas de ativos", chamada de desinvestimentos -– uma espécie de privatização, por se tratar de uma empresa com controle estatal. De acordo com a companhia, estavam previstos US$ 19,5 bilhões de "parcerias e desinvestimentos" entre 2017 e 2018, além de US$15,1 bilhões projetados em vendas de ativos entre 2015-2016.

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