sexta-feira, 14 de abril de 2017

Justiça Federal libertou cinco presos da Operação Pripyat, em Angra 3

Cinco suspeitos presos preventivamente na Operação Pripyat, deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato em julho do ano passado, foram soltos neste sábado (8) no Rio de Janeiro. A decisão foi do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária confirmou a lista de presos que deixaram a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. Luiz Antonio de Amorim Soares, Edno Negrini, Persio José Gomes Jordani, Luiz Manuel Amaral Messias e José Eduardo Brayner Costa Mattos eram executivos de alto escalão da Eletronuclear.


De acordo com o Ministério Público Federal, todos fariam parte de uma organização criminosa que dividia um montante de R$ 48 milhões em propina e comandavam um esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro de contratos para as obras da Usina de Angra 3, que envolvia a Eletronuclear e as empresas Engevix e Andrade Gutierrez. A Operação Pripyat (referência a uma cidade da Ucrânia, abandonada após o acidente da usina de Chernobil em 1986) foi um desdobramento da Radioatividade, 16ª fase da Lava Jato, deflagrada em julho de 2015, quando foi levado à cadeia o vice-almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, por suspeitas de desvios nas obras da usina termonuclear Angra 3, investimento de R$ 17 bilhões no litoral sul do Rio de Janeiro. A Pripyat estudou as obras civis de Angra 3, a cargo da Andrade Gutierrez. Na operação Radioatividade, Othon passou à prisão domiciliar, mas voltou a ser preso na Pripyat. A operação do ano passado prendeu dez pessoas acusadas de desviar recursos de Angra 3. Segundo as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, o alto escalão da estatal recebeu R$ 26,4 milhões em propina. Othon teria ficado com R$ 12 milhões, R$ 4,5 milhões mapeados na Radioatividade. As investigações apontaram também que Othon seguiria exercendo influência na Eletronuclear mesmo após a prisão domiciliar. A operação policial ainda mostrou que executivos de alto escalão atuariam para atrapalhar a apuração.

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