domingo, 16 de abril de 2017

Delator relata como PT gaúcho intermediou R$ 250 mil para o PCdoB



O executivo propineiro delator Valter Lana, da construtora Odebrecht, detalhou como se deu a negociação de R$ 250 mil repassados ao PCdoB em 2010, durante campanha de Tarso Genro (PT). No depoimento ele disse que a intenção da construtora era doar o dinheiro na via caixa 2 à campanha do petista, mas que a oferta foi recusada por Estilac Xavier, então coordenador da campanha do PT e pessoa designada para negociar as referidas contribuições. O atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-deputado estadual pelo PT exigia que a doação fosse feita de forma legal. No entanto, segundo Lana, uma alternativa foi oferecida: doar em caixa 2 para o PCdoB, que estava na aliança encabeçada pelo PT. "O PCdoB toparia receber esse dinheiro (de caixa 2)", disse Estilac, segundo o delator. Estilac, então, teria intermediado um encontro entre uma pessoa chamada André, ligada ao PCdoB, com quem Lana concretizou a doação não declarada. Com isso, nas palavras do executivo, o "dinheiro (de caixa 2) que era para ser do PT, acabou indo para o PCdoB", destacou Lana. Mesmo tendo se encontrado com André, o representante da Odebrecht diz não saber qual era a função exata dele junto à legenda  "Este André eu não sei quem é. Encontrei com ele uma vez", disse Lana. O caso será enviado ao Superior Tribunal de Justiça, onde Estilac tem prerrogativa de foro em função do cargo de conselheiro do TCE. Como não tem foro no Supremo Tribunal Federal, o relator da Lava-Jato na Corte, ministro Edson Fachin, determinou o envio ao STJ do depoimento de Valter Lana e dos documentos apresentados por ele com as provas do repasse a Estilac Xavier. Caberá ao tribunal decidir se instaura inquérito para investigar o conselheiro. Um dos quadros mais tradicionais do PT no Estado, Estilac Xavier esteve no alto escalão de praticamente todas as administrações do partido na prefeitura de Porto Alegre. Ex-vereador e deputado, era secretário-geral do governo Tarso Genro, em 2011, quando foi indicado para a vaga no TCE.

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