quinta-feira, 6 de abril de 2017

Banco Central informa que errou em projeção de inflação para 2017


Duas das principais projeções divulgadas na semana passada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central estavam erradas. O problema foi divulgado pela própria instituição que corrigiu os números e citou “erro operacional”. O problema atingiu projeções no cenário de referência e no quadro híbrido com câmbio projetado pelo mercado e a taxa Selic constante. Corrigidos, os números indicam inflação ainda menor para os anos de 2017 e 2018. Essas estimativas estão entre os itens mais aguardados pelo mercado financeiro no documento. Em uma nota divulgada à imprensa no início da noite de terça-feira, o Banco Central citou que “em 4 de abril de 2017 foi corrigido erro operacional no cálculo dos valores referentes às projeções de inflação”. As estimativas erradas foram publicadas no capítulo 2 do Relatório de Inflação e indicavam os valores referentes à projeção central e aos intervalos de probabilidade de dois dos quatro cenários publicados pelo Banco Central. No cenário de referência – aquele com juros e câmbio constantes, a projeção para a inflação em 2017 era de 3,9%. Corrigido, o cenário passa a prever alta dos preços de 3,6%. Também estava errada a previsão para 2018 no mesmo cenário, que estimava alta do IPCA de 4%. Corrigida, a previsão indica alta dos preços de 3,3% – bem perto do piso da meta de inflação de 3%. Também estava errada a projeção do cenário híbrido que usa juros constantes e a trajetória do dólar prevista pelo mercado na pesquisa Focus. Nesse quadro, a previsão errada para o IPCA em 2017 indicava 3,9%. Corrigido, o cenário passa a indicar alta de 3,7%. Para 2018, a estimativa errada indicava inflação de 4,2%. Corrigida, a previsão passou a indicar alta de 3,5%. O texto que acompanha o cenário de referência também foi ajustado. “A projeção é menor do que no cenário anterior porque, como a trajetória da inflação é de queda, o pressuposto de taxa de juros nominal constante resulta em aumento na taxa de juros real, pressionando ainda mais a inflação para baixo”, cita o texto corrigido. A versão anterior terminava com a avaliação sobre o juro real um pouco diferente: “pressionando ainda mais a inflação para baixo em horizontes mais longos”.

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