terça-feira, 21 de março de 2017

Veja a lista das pessoas que foram presas na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal


Prisão preventiva:

André Luis Baldissera - Diretor da BRF. Segundo a investigação, atuou junto ao chefe da fiscalização do Ministério da Agricultura para que a fábrica de Mineiros (GO) não fosse interditada, depois de terem sido encontrados traços de salmonela em produtos. 

Carlos Cesar - Agente de inspeção federal do Ministério da Agricultura no Paraná. Segundo a investigação, agia a mando da chefe da fiscalização para recolher "doações" de empresários do setor de carne. 

Daniel Gonçalves Filho - Ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná e apontado na investigação como chefe e "articulador" do esquema criminoso. É suspeito de ocultar imóveis em nome de terceiros. 

Dinis Lourenço da Silva - Chefe da fiscalização do Ministério da Agricultura em Goiás. Suspeito de ter revertido, após pedido de gerente da BRF, a interdição de uma unidade do grupo em Mineiros. Foi flagrado em conversa telefônica pedindo a um gerente da BRF R$ 300 mil para apoio em eleição municipal em Goiás. Outra conversa, segundo as investigações, revela que Dinis recebeu R$ 50 mil de um dono de curtume. 

Eraldo Cavalcanti Sobrinho - Fiscal agropecuário no Paraná e responsável por fiscalizar a Peccin. Foi apontado por uma funcionária da Peccin como tendo recebido propina para deixar de fiscalizar a empresa. Segundo a apuração, assinou certificados de liberação de cargas para exportação sem executar fiscalização, em troca de dinheiro. Também atuou na fiscalização da Seara, por indicação de um funcionário da empresa, diz a Polícia Federal.

Fabio Zanon Simão - Chefe da assessoria parlamentar do Ministério da Agricultura no Paraná. É suspeito de ter acertado com um frigorífico o pagamento de propina para liberação de abate de equinos. 

Flavio Evers Cassou - Funcionário da Seara e ex-fiscal do Ministério da Agricultura no Paraná, responsável, então, por fiscalizar a empresa. Acusado de ter acesso aos sistemas internos do ministério na condição de funcionário da Seara. Entregou aos cuidados da chefe da fiscalização no Paraná uma caixa com carnes e outros produtos. Pediu, segundo a investigação, para que fiscais assinassem certificados que permitiam a exportação de produtos, sem que houvesse fiscalização prévia. Segundo a Polícia Fedeeeral, é suspeito de usar o filho para movimentar recursos, enquanto ainda era fiscal do ministério. A investigação também suspeita da evolução patrimonial dele. 

Gercio Luiz Bonesi - Fiscal do Ministério da Agricultura em Londrina. Acusado de intermediar exportação de miúdos de frango para a China pela empresa Jaguafrangos. Atuou, ainda segundo a Polícia Federal, para favorecer o frigorífico Oregon em uma liberação de abate de cavalos.

Gil Bueno de Magalhães - Superintendente regional do Ministério da Agricultura no Paraná. Usou influência do cargo para beneficiar empresas em troca de favores pessoais, segundo a Polícia Federal. "Coordenador do esquema repulsivo de cobrança de propinas", diz trecho da investigação. 

José Eduardo Nogalli Giannetti - Representante do grupo Peccin. Tinha conhecimento de irregularidades na fabricação de produtos da empresa e no pagamento de propina aos fiscais, segundo a Polícia Federal.

Josenei Manoel Pinto - Agente de inspeção sanitária do Ministério da Agricultura no Paraná. Integra "cadeia criminosa" instalada no ministério, diz a investigação. Em gravação de câmeras de segurança, é flagrado levando produtos da empresa Madero, que era responsável por fiscalizar. 

Juarez José de Santana - Chefe da Unidade Técnica Regional da Agricultura de Londrina. Lidera, segundo a apuração, "célula autônoma criminosamente organizada" a mando dos responsáveis pela fiscalização do Ministério da Agricultura no Paraná. Acusado de atuar em favor de empresas em relação às quais deveria ser fiscal. 

Luiz Carlos Zanon Junior - Fiscal Federal Agropecuário da Unidade Técnica Regional de Agricultura de Londrina (PR). Cobrava das empresas MC Artacho, Wegmed Caminhos Medicinais e Unifrango Agroindustrial pagamento em troca da liberação de certificados de conformidade. Além disso, foi flagrado em conversas com seu filho, o também fiscal Sergio Ricardo Zanon, sobre movimentações de oficiais responsáveis pela fiscalização dentro do órgão. 

Maria do Rocio Nascimento - Médica veterinária e chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, na Superintendência Regional do Paraná. É suspeita de usar o cargo para beneficiar a BRF e a Seara, em troca de vantagens pessoais. Chegou a viajar para vários países da Europa com todas as despesas pagas pela BRF, diz a polícia. 

Idair Antonio Piccin - Dono do frigorífico Peccin, do Paraná. Acusado de usar aditivos não previstos ou não declarados na produção de linguiças e salsichas, além de fraudar análises laboratoriais dos produtos. Flagrado em conversa discutindo o uso de presunto vencido e estragado na linha de produção. Acusado ainda de pagar propina para fiscais ignorarem irregularidades. 

Nair Klein Piccin - Mulher de Idair Piccin e sócia na empresa Peccin. A polícia flagrou uma conversa do casal que mostra que eles usavam cabeça de porco no preparo de linguiça, o que é proibido pela legislação brasileira. Investigadores dizem que Nair pagou propina para fiscais agropecuários ignorarem as práticas sanitárias irregulares. 

Normélio Peccin Filho - Irmão de Idair Antonio Piccin e sócio da empresa Peccin. A Polícia Federal flagrou uma conversa entre Idair e Normélio que mostra que a empresa produzia linguiças e salsichas em desacordo com a legislação, usando mais analito amido, nitrito/nitrato e aditivos que o permitido. A empresa também mascarava presuntos podres, segundo investigadores. Diálogos comprovaram ainda a manipulação de amostras de carnes para fraudar exames laboratoriais de fiscalização.

Nilson Alves Ribeiro - Sócio do frigorífico Frigobeto, ao lado de seu filho, Nilson Umberto Saccheli. Ele é acusado de pagar R$ 350 mil em propina para fiscais do Ministério da Agricultura do Paraná, em troca de uma licença para abate de carne de cavalo no frigorífico Oregon, seu parceiro. 

Nilson Umberto Saccheli - Sócio do frigorífico Frigobeto, ao lado de seu pai, Nilson Alves Ribeiro. Ele é acusado de pagar R$ 350 mil em propina para fiscais do Ministério da Agricultura do Paraná, em troca de uma licença para abate de carne de cavalo no frigorífico Oregon, seu parceiro. 

Paulo Rogério Sposito - Dono do frigorífico Larissa, em Mauá (SP), e candidato a deputado federal por São Paulo em 2010. Foi flagrado orientando funcionários a trocar as etiquetas das datas de validade dos produtos e dizendo não se preocupar com uso de carne vencida há três meses para preparo de alimentos. É acusado de pagar propina a fiscais do Ministério da Agricultura para ignorarem as irregularidades. 

Renato Menon - Fiscal agropecuário no Paraná. Segundo as investigações, integra a cadeia criminosa no Ministério da Agricultura e coordenada por Daniel Gonçalves Filho e Maria do Rocio Nascimento. Recebia dinheiro ou produtos para liberar cargas sem fiscalizá-las, diz a PF. Também atuava na fiscalização da empresa Madero, que não cometia irregularidades, e mesmo assim a pressionava para pagar propina. 

Roberto Brasiliano Da Silva - Conhecido como Braz, é ex-assessor parlamentar do ex-deputado pecuarista José Janene e foi candidato a vereador em Londrina (PR) pelo PEN em 2016. Não tem cargo no Ministério da Agricultura, mas era colaborador de Juarez José de Santana, chefe Unidade Técnica Regional da Agricultura de Londrina. Recolhia propinas para Juarez e ajudava a camuflar os produtos dos crimes, segundo a investigação.

Roney Nogueira dos Santos - Gerente de Relações Institucionais e Governamentais da BRF e apontado como articulador do grupo junto a órgãos públicos. Segundo as investigações, praticou crimes contra a administração e saúde pública, em coautoria com servidores da Superintendência Regional do Paraná. É acusado de atuar para influenciar nas decisões dos fiscais do Ministério da Agricultura. 

Sebastião Machado Ferreira - Agente de Inspeção Sanitária e Industrial, subordinado a Juarez José de Santana. Recolhia produtos oriundos de extorsão junto a frigoríficos e armazenava as carnes em sua casa. 

Sergio Antonio de Bassi Pianaro - Agente de inspeção sanitária do Paraná. Integrava a cadeia criminosa coordenada por Daniel Gonçalves Filho e por Maria do Rocio Nascimento. Segundo as investigações, trabalhava em conjunto com Tarcísio Almeida de Freitas, fiscalizando a empresa Peccin. Diálogos interceptados mostram que eles sabiam das irregularidades sanitárias na Peccin, mas faziam vista grossa, em troca de dinheiro e alimentos. 

Tarcísio Almeida De Freitas - Agente de inspeção sanitária do Paraná. Integrava a cadeia criminosa coordenada por Daniel Gonçalves Filho e por Maria do Rocio Nascimento. Uma testemunha declarou que Tarcísio recebia dinheiro e benefícios para mentir em relatórios de fiscalização da Peccin. Diálogo interceptado pela polícia mostra Tarcísio reclamando para Sergio Pianaro sobre a qualidade dos produtos da Peccin.

Prisão temporária:

Alice Mitico Nojiri Gonçalves - Esposa de Daniel Gonçalves Filho, considerado o articulador do esquema criminoso no Paraná. A polícia diz que ela sabia da atividade criminosa do companheiro. Diálogos interceptados pela polícia indicam que Alice recebia em casa dinheiro de propina e "encomendas" fruto de extorsão a empresários. Tinha ainda empresas de fachada em sociedade com o marido. 

Rafael Nojiri Gonçalves - Advogado e filho de Daniel Gonçalves Filho, considerado o articulador do esquema criminoso no Paraná. Rafael recebia dinheiro de propina em sua conta bancária e atuava como parceiro nos negócios paralelos do pai. Segundo a polícia, ele tem empresas de fachada em sociedade com Daniel.

Brandízio Dario Junior - Fiscal federal agropecuário, responsável pela descentralizada do Ministério da Agricultura em Maringá (PR). Participou de uma reunião com empresários locais em um shopping, ao lado de Juarez José de Santana, que liderava uma célula criminosa autônoma no Paraná. 

Celso Dittert de Camargo - Agente de inspeção do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa) no Paraná. Atuava na empresa Madero ao lado do fiscal Renato Menon. Ele e Menon pressionavam a Madero, que não promovia irregularidades. Como a empresa não “ajudava” os fiscais, eles começaram a criar empecilhos. Celso mandou paralisar atividades da Madero alegando falta de higienização e disse que a situação se repetiria caso não houvesse “ajuda”. Os dois levavam carnes da empresa, como hambúrgueres, picanhas e filés mignon. Depois, começaram a receber dinheiro. A empresa mudou a sede para fugir dos fiscais. 

Leomar José Sarti - Classificador de Produtos da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), lotado em Foz do Iguaçu (PR), e também atuava em conjunto com o fiscal Antonio Garcez da Luz. A investigação diz que Leomar orientou fiscal a liberar carga de ervilha podre e mal cheirosa, apagando parte do laudo de vistoria que observava irregularidades.

Luiz Alberto Patzer - Agente de inspeção do Ministério da Agricultura e também auxilia Juarez José de Santana, que liderava uma célula criminosa autônoma no Paraná. Fez oito operações de crédito em uma conta de Juarez, num valor total de R$ 10 mil. Segundo a polícia, isso indica que Patzer recolhia propina de empresas fiscalização e a repassava para Santana.

Marcelo Tursi Toledo - Auditor fiscal federal agropecuário. Foi flagrado conversando com Osvaldo José Antoniassi sobre recebimento de propina, segundo a polícia. 

Osvaldo José Antoniassi - Fiscal federal agropecuário atuante em Foz do Iguaçu (PR). Foi flagrado conversando com Marcelo Tursi Toledo sobre recebimento de propina, segundo a polícia.

Sidiomar de Campos - Agente administrativo em unidade técnica regional de agricultura em Londrina. Era executor de ordens de Juarez José de Santana, que liderava uma célula criminosa autônoma no Paraná. Recolhia e entregava encomendas suspeitas. 

Antonio Garcez da Luz - Fiscal federal agropecuário, chefe do escritório do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu (PR). Era próximo de Daniel Gonçalves Filho e de Gil Bueno de Magalhães, mas não integrava essa organização criminosa. Agia paralelamente, mantendo seu grupo criminoso na cidade fronteiriça.

Mariana Bertipaglia de Santana - Filha de Juarez José de Santana, que liderava uma célula criminosa autônoma no Paraná. Teria atuado como "laranja" do pai e chegou a ser sócia em empresas agora investigadas pela polícia. 

Nenhum comentário: