quinta-feira, 30 de março de 2017

Ministério Público Federal processa blogueiro que acusou Janot de fazer acordo para blindar políticos

O Ministério Público Federal entrou na quinta-feira (23) com ação contra um blogueiro de Brasília que gravou um vídeo dizendo que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tinha se reunido com políticos em um restaurante para fechar um acordo a fim de evitar que o presidente Michel Temer e senadores fossem investigados e denunciados na Lava Jato. A postagem, que também qualifica Janot de “rato”, é de 12 de fevereiro. Caso a Justiça aceite a denúncia, o blogueiro irá responder por calúnia e injúria contra o chefe da PGR. Na internet, o vídeo que motivou o processo foi visto ao menos 85 mil vezes. No processo, o MPF defende que o encontro “jamais ocorreu” e negou que houvesse qualquer tratativa com o objetivo de barrar investigação de autoridades. Ainda segundo o órgão, o blogueiro sabia que as informações eram falsas. “Ao imputar falsamente – e ciente da falsidade -, a perpetração de crime de prevaricação pelo procurador-geral da República atingiu a incolumidade moral do ofendido, agredindo-lhe a honra objetiva”, argumenta o procurador Raphael Barbosa, responsável pelo processo. Para o MPF, o blogueiro ofendeu a dignidade de Janot ao xingá-lo. O órgão usa como prova o próprio vídeo postado na internet, em que o internauta diz que não conseguiu fazer um vídeo do suposto encontro de Janot no restaurante porque não conseguiu chegar a tempo. “Infelizmente, ratos, muitas vezes, conseguem escapar, de uma maneira rápida e ligeira”, cita o Ministério Público como trecho da fala no vídeo. Com isso, o MPF pede à Justiça que o internauta pague indenização e seja punido por até dois anos e seis meses pelo crime. Para o órgão, também cabe um acréscimo de um terço na pena porque o alvo foi um funcionário público. O caso será julgado pela Justiça Federal em Brasília.

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