quarta-feira, 29 de março de 2017

Banco Central aumenta projeção de déficit das contas externas para US$ 30 bilhões este ano

O Banco Central espera um déficit maior nas contas externas este ano. A estimativa, divulgada no dia 24, para o saldo negativo das transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do País com o mundo, subiu de US$ 28 bilhões para US$ 30 bilhões. Esse valor vai corresponder a 1,45% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no País. Nos dois primeiros meses deste ano, o déficit ficou em US$ 6,020 bilhões. A maior parte do saldo negativo previsto para este ano está na conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), com déficit estimado em US$ 47,6 bilhões. A previsão anterior era US$ 44,1 bilhões. A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) deve apresentar resultado negativo de US$ 36,7 bilhões, contra US$ 31,2 bilhões, previstos anteriormente. Para a conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) a estimativa positiva permaneceu em US$ 3,3 bilhões. A balança comercial (exportações e importações de produtos) deve contribuir para reduzir o déficit nas transações correntes. A estimativa para o ano é de superávit de US$ 51 bilhões. A previsão anterior era US$ 44 bilhões. O aumento dos preços dos produtos brasileiros deve impulsionar as exportações, mesmo com a repercussão da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, a operação não afeta as projeções para as contas externas devido à representatividade das exportações de carnes em relação ao total exportado e à incerteza sobre os impactos das investigações. Os dados do balanço de pagamentos também incluem os investimentos estrangeiros. De janeiro a fevereiro, o investimento direto no país (IDP), recursos que entram e vão para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 16,834 bilhões. A previsão para o ano foi mantida em US$ 75 bilhões. Também foi registrada a entrada de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento no total de US$ 1,614 bilhão, nos dois meses do ano, com previsão para o ano de US$ 10 bilhões. No primeiro bimestre, houve saída de investimentos em títulos negociados de US$ 1,057 bilhão. A previsão para o ano é de saída de US$ 7 bilhões, contra a previsão anterior, também negativa, de US$ 10 bilhões. 

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