quarta-feira, 29 de março de 2017

Adriana Ancelmo, a "Riqueza" do peemedebista Sérgio Cabral, começa a cumprir prisão domiciliar em seu apartamento no Leblon

A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, a "Riqueza", chegou ao seu apartamento no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, às 20 horas. O trajeto entre o Complexo Penitenciário de Gericinó, onde ela estava presa preventivamente desde dezembro do ano passado, e o prédio onde ela vai cumprir prisão domiciliar durou 1h20. O comboio que conduzia Adriana Ancelmo tinha três carros. Na chegada, o veículo foi cercado, e manifestantes gritaram "ladra" e "volta para Bangu", antes do carro entrar na garagem. Na portaria do prédio, os empregados e parentes deixaram os celulares em uma caixa vermelha antes de subirem para o apartamento. A determinação para o procedimento foi do juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, que ordenou ainda que o imóvel não deve ter linhas telefônicas e nem acesso à internet. A decisão do magistrado havia sido revertida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, mas o Superior Tribunal de Justiça voltou a restabelecer a prisão domiciliar para a ex-primeira-dama, desde que fossem obedecidas as exigências estabelecidas por Bretas. O advogado da "Riqueza", Adriana Ancelmo, Luis Guilherme Vieira, disse que não acompanhou a mulher do ex-governador no caminho, mas que a justiça havia sido feita. "Ninguém da equipe a acompanhou no percurso. Mas posso dizer que agora sim a Justiça foi feita e Adriana está com os filhos", declarou. Ao longo do dia, alguns curiosos perguntavam se Adriana já havia chegado em casa. Outros passavam e gritavam "ladra" em frente ao prédio. Um grupo de professoras ficou na calçada próxima ao prédio de Adriana Ancelmo e estavam indignadas. "Estou com o pagamento atrasado. Ainda bem que dou aula também no município", disse Dauana Ribeiro, professora de artes. "Todo o dinheiro que ele (Cabral) roubou tem que voltar", afirmou Debora Azevedo.


A prisão da advogada "Riqueza" aconteceu 19 dias após a do marido Sérgio Cabral, apontado como líder do grupo que desviou verba em obras com diversas empreiteiras como a reforma do Maracanã e o Arco Metropolitano, em troca de aditivos em contratos públicos e incentivos fiscais. Entre os principais motivos da prisão da ex-primeira-dama estão contratos do escritório Ancelmo Advogados com empresas que receberam durante a gestão Sérgio Cabral benefícios fiscais do governo fluminense e a suspeita de que ela estaria dando prosseguimento às práticas de corrupção e lavagem de dinheiro uma vez que não teria entregue todas as joias compradas pelo casal aos investigadores.

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