sexta-feira, 17 de março de 2017

A mulher sapiens petista Dilma Rousseff diz que PMDB e PSDB “criminalizam a política”


O jornal Valor Econômico publicou nesta sexta-feira uma entrevista com a ex-presidente Dilma Rousseff, que recebeu a reportagem em sua residência em Porto Alegre. Apesar das irregularidades na Petrobras ocorridas durante seu governo e antes, sob sua gestão no Conselho da estatal, ex-presidente atacou a corrupção como problema dos outros partidos. Na conversa, a petista faz ataques diretos a integrantes importantes do PMDB, entre eles o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ministro Moreira Franco. Segundo Dilma, ela impediu Moreira, atualmente chefe da Secretaria-Geral da Presidência, de “roubar” quando ele integrava o seu governo. Abre aspas: “O gato angorá tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar, querida. É literal isso: eu não deixei o gato angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil”. Segundo delações premiadas, “Angorá” era o apelido de Moreira em negociações com a Odebrecht. Apesar das críticas ao peemedebista, ele foi ministro em duas áreas no primeiro mandato de Dilma: foi responsável pela pasta dos Assuntos Estratégicos de 2011 a 2013, com status de ministro; e comandou a Aviação Civil até o fim de 2014. Na entrevista, ela disse ainda que não se aliou a Eduardo Cunha porque não queria “assaltar o País”. Dilma afirmou o seguinte: “Eles assaltam o País. Assaltam. Do verbo assaltar. Além de outras coisas, né? Ele tem uma postura, em relação a direitos, coletivos e individuais, extremamente sectária”. Ainda sobre o ex-presidente da Câmara, Dilma disse também que ele é protagonista de seu “capítulo preferido” na “novela da Lava Jato”, referindo-se às perguntas que Cunha enviou ao presidente Michel Temer – parte delas foi vetada pelo juiz Sergio Moro. “Quando li a primeira vez, lá sabia quem era José Yunes? Mas lá está Eduardo Cunha dizendo que quem roubava na Caixa Econômica Federal, no FGTS, é o Temer. Leia, minha filha. Não tenho acesso às delações, mas sei o que é um roteiro. E lá está explícito roteiro da delação de Eduardo Cunha”.

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