terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Polícia gaúcha prende delegado e comissário por suspeita de ligação com quadrilhas de bandidos

O delegado Omar Abud e o comissário de polícia aposentado Luís Gonaçves, foram presos em ação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil na manhã desta terça-feira, em Porto Alegre, suspeitos de financiar grupos criminosos envolvidos com roubo de cargas, receptação e estelionatos. Os dois foram presos preventivamente. Eles são investigados pelos crimes de lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa. 

O delegado Omar Abud, responsável pela 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, e o comissário aposentado Luis Armindo de Mello Gonçalves foram presos preventivamente em ação do Ministério Público e da Polícia Civil. Eles são suspeitos de envolvimento com uma quadrilha de roubo de cargas. A operação “Financiador” apura crimes de lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa. Conforme a investigação, os suspeitos utilizavam contas correntes de terceiros e de empresas de fachada para financiar grupos criminosos que praticavam roubo de cargas, receptação e estelionato. O Ministério Público confirmou que os investigados, em contrapartida, recebiam parte dos lucros da atividade. Até o momento foi apurado que a lavagem de dinheiro alcançou aproximadamente R$ 1,1 milhão. A investigação começou em novembro do ano passado, quando o Ministério Público denunciou integrantes de uma organização criminosa que utilizava um supermercado de Alvorada para lavagem de dinheiro. Segundo o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen, os policiais financiavam "uma importante facção criminosa do Rio Grande do Sul". Mais três pessoas são investigadas, no entanto, respondem em liberdade. De acordo com o sub-procurador, entre eles está um familiar de Abud:."O papel do delegado era de elo nessa organização. Financiava e controlava o sistema de proteção ao grupo criminoso". Foram apreendidos quatro veículos de luxo e apartamentos em Porto Alegre, Capão da Canoa e Xangri-Lá. O objetivo, segundo o chefe da Polícia Civil, Emerson Wendt, é ressarcir os cofres públicos ao fim da investigação. "Um dos imóveis, pelo que me foi passado, chega a R$ 3 milhões", disse Emerson Wendt, sobre um dos apartamentos adquiridos pelo delegado investigado. Ele explicou que a apuração criminal é paralela à situação funcional dos servidores. Um processo administrativo pode resultar no desligamento dos investigados da Polícia Civil. O delegado Abud era responsável pela delegacia que atende o Centro de Porto Alegre. 

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