quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Banrisul apresenta balanço com lucro 14% menor do que o anterior, devido aos empréstimos camuflados ao setor público

Luiz Gonzaga Veras Mota, o presidente burocrata que poderá levar o banco estatal gaúcho à privatização.
O Banrisul divulgou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 659,7 milhões em 2016. O resultado foi 14% menor do que no ano passado, quando o lucro havia alcançado R$ 848,8 milhões. O balanço apresentou melhora significativa graças a performance obtida no quarto trimestre do ano de 2016, quando o lucro de R$ 157,6 milhões foi 50% superior ao registrado no trimestre anterior. A redução no lucro foi impactada pela compra de folhas de pagamento do governo do Estado, do Tribunal de Justiça e de 177 prefeituras, que consumiram R$ 102 milhões. Essas "compras" de folhas foram, na verdade, operações camufladas de empréstimos ao setor público controlador da instituição, o que é vedado pela lei. Também influenciaram despesas decorrentes da variação cambial em 2016, ao custo de mais de R$ 50 milhões. A rentabilidade de 10,3% sobre o patrimônio líquido médio foi apresentada pela direção do banco como prova da solidez do Banrisul. "O banco não será privatizado. Não tem o que se falar sobre esse assunto, nem cabe especulação. A nós, cabe trabalhar", afirmou o presidente Luiz Gonzaga Veras Mota. Ele é um burocrata de carreira do Banrisul, ao qual poderá caber o papel de encerrar as atividades da instituição como banco público. Na verdade, este seria o grande momento para a privatização, enquanto o Banrisul ainda alcança resultados positivos em seus balanços. Os grandes números do Banrisul são os seguintes: resultado operacional, +33%; patrimônio líquido - R$ 6,4 bilhões - um crescimento de R$ 234,9 milhões; ativos - R$ 68 bilhões, uma ampliação de 3,1% obtida principalmente na captação de depósitos. A inadimplência passou de 5% em 2015 para 5,63% em 2016. E o volume das operações de crédito registrou R$ 30 bilhões, 5,2% a menos do que em 2015. Ou seja, é evidente que está piorando o quadro do banco.

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