quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Secretária do Tesouro Nacional diz que dívida pública cairá e país recuperará o grau de investimento, ela é uma nova Mandrake


A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou nesta quarta-feira (25) que o Brasil recuperará o grau de investimento e voltará a uma trajetória de queda da dívida pública. Ela ressaltou, contudo, que o Tesouro, responsável pela gestão da dívida, está lidando com o atual cenário econômico "com os pés no chão" e "fazendo a melhor combinação possível entre risco e custo". A secretária fez a afirmação em referência a mudanças no perfil da dívida projetadas no Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2017. O governo prevê, por exemplo, uma tendência de alta dos títulos vincendos em 12 meses, ou seja, com prazo mais curto. Em 2017, eles devem representar de 16% a 19% da composição da dívida. Nos próximos anos, devem situar-se abaixo de 20% da dívida pública federal, mas a partir de 2021 devem crescer devido aos vencimentos de LFTs. A LFT (Letra do Tesouro Nacional) é um título pós-fixado cuja rentabilidade segue a variação da Selic, taxa básica de juros da economia. O PAF prevê também redução do prazo médio da dívida no curto prazo. No entanto, o objetivo do governo na condução da dívida pública deve ser substituir os títulos remunerados por taxas de juros flutuantes, como as LFTs, por títulos com rentabilidade prefixada e títulos remunerados por índices de preços. Outro objetivo deve ser o aumento do prazo médio do estoque da dívida. Ana Paula Vescovi negou que as projeções do PAF estejam em contradição com esses objetivos. "Haja vista o cenário presente, é prudente em função de custos e de prazo que usemos os instrumentos que nós temos. Por isso a participação das LFTs será importante este ano. Existe uma cultura de preferência do mercado brasileiro pelas LFTs", disse ela. A secretária afirmou ainda que, devido à situação de sucessivos déficits primários, os custos precisam ser levados em conta na gestão da dívida pública federal: "Que nossas ações de política fiscal possam diminuir a pressão sobre a dívida pública e que possamos voltar à nossa trajetória da dívida de sempre." A dívida pública encerrou 2016 em R$ 3,113 trilhões, com crescimento de 11,45% em relação aos R$ 2,793 trilhões registrados em 2015. Para 2017, o PAF prevê que a dívida fique entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões. Alguém precisaria ensinar a essa mulher o truque que foi usado durante o governo Pedro Simon, no Rio Grande do Sul, pelo secretário da Fazenda, José Ernesto Azzolin Pasquotto. Ele usava o Fundo de Garantia de Liquidez dos Títulos da Dívida Pública Mobiliária do Estado do Rio Grande do Sul para recomprar títulos emitidos pelo Estado e que venciam; desagiava esses títulos e aplicava os valores no fundo. Conseguia, com isso, reduzir o principal da dívida mobiliária do Estado e obter uma receita extraordinária (extraordinária mesmo) com os ganhos nas aplicações financeiras. No caso da União, os recursos de um fundo poderiam ser aplicados nos próprios títulos da União, que pagam as maiores rentabilizações do mercado mundial. Também podiam ser aplicados com esse objetivo parte dos recursos do fundo de garantia dos trabalhadores, que hoje são dilapidados pela União, com sua remuneração conforme a caderneta de poupança, que sempre paga abaixo da inflação do período. Em resumo, dona Ana Paula Vescovi se comporta como a figura mais desejada pelo mercado financeiro, pelos banqueiros, pelos grandes especuladores. Nada de novo no horizonte. A gestão dela na Secretaria do Tesouro Nacional é absolutamente desastrosa para o País.

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