sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Cientistas dizem que simpatia pode estar relacionada ao formato do cérebro


Características de personalidade podem estar relacionadas com a forma do cérebro, revelou um estudo, que mediu a correlação entre as diferenças estruturais do órgão e os cinco principais traços de caráter. "O formato dos nossos cérebros pode aportar chaves surpreendentes sobre o nosso comportamento e os riscos que corremos de desenvolver distúrbios mentais", informou, em um comunicado, a Universidade de Cambridge, que participou do estudo. Para a pesquisa, um grupo de psicólogos identificou cinco elementos básicos da personalidade: o nível de neurose, a extroversão, a abertura da mente, a amabilidade e o excesso de escrúpulos. Os estudiosos analisaram exames de scanner de 500 pessoas com idades entre 22 e 36 anos para examinar as diferenças no córtex, onde fica a matéria cinzenta. Os especialistas se concentraram em medir a espessura, a área e o número de pregas nos cérebros das diferentes pessoas. "Descobrimos que o nível de neurose está relacionado com um córtex mais grosso e com área menor e menos pregas em algumas regiões", disse Roberta Riccelli, acadêmica da Universidade Magna Graecia da Itália e coautora do estudo. Inversamente, a abertura mental "foi associada a um córtex mais fino e a uma área maior e a mais pregas". O estudo foi o primeiro a relacionar estes cinco traços com diferenças no formato do cérebro, disse Roberta Riccelli. Este é "um passo crucial para melhorar a compreensão que temos das doenças mentais", explicou a especialista. "Isto pode nos dar a oportunidade de identificar de forma preventiva pessoas que tenham alto risco de desenvolver uma doença mental, o que tem implicações evidentes para uma intervenção rápida", afirmou. Os pesquisadores abordaram um questionamento que tem inquietado filósofos e cientistas durante séculos: se as pessoas são produto da genética, da criação ou do ambiente. O estudo publicado na revista "Journal Social Cognitive and Affective Neuroscience", no entanto, não mostrou de forma conclusiva uma relação entre formato do cérebro e tipo de personalidade, destacaram os autores. "Não podemos responder à pergunta de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha", disse Roberta Riccelli, destacando que a forma do cérebro é determinada pela genética e também por fatores ambientais.

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