segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Renan Calheiros ataca prefeito reeleito de Maceió em nota pública

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), atacou o prefeito reeleito em Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Em nota divulgada nesta segunda-feira (31), acusou o tucano de recorrer à compra de votos e disse que o tucano tem motivos para se preocupar com a operação Lava Jato. É de morrer de rir um cara como ele dizendo isso.
 
 

Palmeira teve 60,27% dos votos, contra 39,73% de Cícero Almeida (PMDB). Renan preside o PMDB em Alagoas e afirmou que Rui Palmeira "sempre fez pouco caso do dinheiro público", rememorando ocasião em que o contratou no Senado e este não comparecia à Casa. Disse, ainda, que o tucano atacou Cícero de forma injusta e covarde. 
 

Dia a nota: "Só perde quem não pode esperar - Encerrado o processo eleitoral de Maceió, não devo me omitir. Faço-o agora porque, tivesse feito antes, seria interpretado, até com razão, como interferência indevida na campanha. Como presidente do PMDB, em nome das lideranças e da militância, dirijo nossos melhores cumprimentos a Cícero Almeida, pela forma correta como conduziu a campanha. Cícero foi, todo o tempo, equilibrado e maduro, apesar dos ataques injustos e covardes. Cícero não sai como derrotado. Não perdeu porque disputou de forma leal e corajosa. Teria perdido, aí sim, se o prefeito Rui Palmeira lograsse, no tapetão, retirá-lo da disputa, tal como fez anteriormente e tentou agora. Quem vai à luta nunca perde. Cícero foi acusado pelo prefeito Rui Palmeira por ter contratado empresas para limpar a cidade. O próprio Rui Palmeira, empossado prefeito, não só as manteve e foi além: aumentou o valor do contrato e quitou uma vultosa diferença que Cícero recusou pagar. Pior ainda: na eleição de 2014, obrigou-as a custear seus candidatos. Ao contrário do que diz, Rui Palmeira tem motivos para se preocupar com a Lava Jato e outras investigações. Repito aqui que qualquer denúncia deve ser investigada. Aproveito esses episódios para, paciente e serenamente, comprovar que nunca cometi irregularidades. Foi o que aconteceu à primeira e principal acusação, por ouvir dizer, como as demais, e que foi arquivada. O mesmo acontecerá com as outras. A propósito, esclareço que a citação a João Sampaio ocorreu sem meu conhecimento. As atribuições de Presidente do Congresso Nacional me obrigam a estar em Brasília. Logo que soube, pedi que fossem retiradas, e foram. Além de ser meu amigo, João Sampaio era amigo de meu pai. Colaborei de diversas formas com o Cesmac; a mais recente foi o curso de Medicina. Devo dizer que a eleição de Rui Palmeira, de certa forma, me alivia. Isso porque não me verei novamente na obrigação de dar-lhe emprego no Senado. Depois de Rui ter perdido uma eleição, tive que contratá-lo no Senado. Foi um erro, humildemente reconheço. Rui Palmeira não tinha preparo e não gostava de trabalhar. Além do outro empecilho, este insuperável porque moral: ele sempre fez pouco caso do dinheiro público. Sem que soubéssemos, Rui Palmeira viajou para a Austrália e lá ficou, alheio às obrigações e ganhando sem trabalhar. Até denúncia de Arthur Virgílio, hoje prefeito de Manaus, chegou ao meu conhecimento. Obriguei então o faltoso - disso tenho orgulho - a devolver o que havia embolsado, e documentei. Sem tabica e sem saco de dinheiro, que não são meus hábitos. Tenho nojo a violência, hipocrisia e inveja. Quem recorre à compra de votos e monta cadastros de eleitores é Rui Palmeira, não eu. Sabe disso muito bem quem esteve nas eleições de que ele participou. Esses fatos são desconhecidos da população. Como ele esconde que dezenas de vezes - perdi a conta -, para ajudar Maceió, convoquei ministros para despachar com ele em meu gabinete. Mas Rui Palmeira é pródigo em propagar o que lhe convém. Lança mão diariamente dos veículos de comunicação de sua família (que incluem concessões públicas) para atacar adversários, detratando-os com adestrados nesse ofício sujo. Na vida aprendi mais com as derrotas do que com as vitórias. Na verdade, pouco se aprende com a vitória. Sobretudo quem é arrogante, presunçoso, deslumbrado e invejoso, como o prefeito Rui Palmeira. Sempre achei que as pessoas são capazes de se emendar. Ele não foi capaz. Paciência. Parabéns ao autorretrato de bom gestor, íntegro, competente, humilde e trabalhador, com obras em todo lugar; de quem sabe o valor da gratidão, de quem se proclama respeitador do dinheiro público; de quem não apagou suas promessas para poder repeti-las. Parabéns à selfie do bom-moço e bom caráter. Maceió contará comigo até o limite da minha capacidade de trabalho. Não faltarei à nossa bela, querida e necessitada capital, porque tenho olhos na carência extrema, na saúde, na educação, nas línguas pretas. Meu saudoso pai dizia, Cícero, que só perde na vida quem não pode esperar. Vida que segue". O cangaceiro está prometendo vingança.

Comunista gaúcho Assis Melo voltará a ser deputado federal em 2017


A eleição do candidato Luiz Carlos Busato (PTB) à prefeitura de Canoas abriu espaço para que Assis Melo (PCdoB), primeiro suplente da coligação, volte a assumir uma vaga na Câmara dos Deputados. No sábado à tarde, ele planejava seu retorno: "A gente acompanhava a eleição com muita atenção, pois era uma disputa difícil. O negócio é dar continuidade ao que fiz no primeiro ano de mandato. Estou animado, pois este é um espaço importante e é preciso estar preparado para ocupá-lo".O comunista fez 2.629 votos para prefeito de Caxias do Sul, no primeiro turno. Neste domingo, Daniel Guerra (PRB) foi confirmado como novo prefeito de cidade, com 148.501 votos válidos (62,79%). Ele derrotou Edson Néspolo, que obteve 87.996 votos (37,21%). "Sou um militante convicto das políticas partidárias e pretendo trabalhar pela região, pelo Estado e pelo país", disse Assis Melo.

Mais de 1 milhão de certidões de nascimento com CPF já foram emitidas

Os cartórios de registro civil já emitiram mais de 1 milhão de certidões de nascimento com Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) incluído, informou hoje (31) a Receita Federal. O serviço de emissão de CPF com o registro começou a ser oferecido em 1º de dezembro de 2015, por meio de convênio entre a Receita e a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), e está disponível em 3.954 cartórios em todo o País. Os dados do recém-nascido ou da pessoa a ser registrada são inseridos e validados junto à base da Receita de forma on-line e, imediatamente, o número do CPF é gerado e impresso na certidão de nascimento. Para a Receita, além da gratuidade e de proporcionar comodidade ao cidadão, que obtém em um só lugar dois documentos indispensáveis, o serviço reduz riscos de fraudes e de problemas causados por homônimos. “O serviço atende à demanda da população mais carente, que necessita do número de inscrição no CPF para que seus filhos tenham acesso aos benefícios sociais proporcionados pelo Poder Público”, destacou a Receita, em nota.

Prefeito eleito de Canoas diz que sua vitória foi "a virada da justiça"


Após uma campanha tensa, marcada por operações policiais e suspeitas de irregularidades, Luiz Carlos Busato (PTB) conseguiu reverter o resultado do primeiro turno e foi eleito prefeito de Canoas (RS), cidade colada a Porto Alegre. Por volta das 17h40 de domingo, a militância que lotava o comitê do petebista comemorou o resultado aos gritos de "fora, PT". Ex-aliado do atual prefeito Jairo Jorge (PT), o deputado federal fez 84.387 votos no terceiro maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, o equivalente a 51,25% do total. A diferença para Beth Colombo (PRB), a marionete do petista Jairo Jorge, foi de pouco mais de 4 mil votos. "Essa virada é a justiça por tudo o que aconteceu durante a campanha, e a população sabe quando o político está falando a verdade. Foram muitas mentiras do lado de lá, e chegou a um ponto que a população viu que quem estava com a razão éramos nós. O nosso projeto era tirar o PT de Canoas", disse Busato, em sua primeira manifestação como prefeito eleito. O petista Jairo Jorge já está em campanha para o governo do Rio Grande do Sul, em 2018, e queria manter a base de apoio de Canoas até lá. Dois fatores foram considerados fundamentais para o desempenho do petebista nas urnas no segundo turno. O apoio do tucano Felipe Martini, que ficou em terceiro lugar e fez 14,38% dos votos no primeiro turno, e a Operação Suffragium, que investiga caixa dois na campanha de Beth Colombo, A "Beth Marionete", deflagrada pela Polícia Federal no dia 22 de setembro. Deputado federal em terceiro mandato, Busato disse que o seu primeiro ato como prefeito será a revisão de todos os contratos da prefeitura. Deve começar pelo conttrato mais caro de todos, que é o do lixo. E o lixo da cidade é recolhido pela empresa WK Borges, em contrato emergencial, sem licitação. Essa empresa é uma das investigadas na Operação Suffragium. Busato é formado em Arquitetura e começou a vida pública como secretário municipal de Planejamento Urbano. Logo após exercer a função, foi eleito vereador de Canoas, em 2004. No governo Tarso Genro (PT), ocupou a secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano. No ano retrasado, foi um dos 10 candidatos à Câmara dos Deputados mais votados do Estado. 

Magazine Luiza já realiza mais de 25% de suas vendas por meio da internet


A internet já responde por cerca de 25% do faturamento da rede varejista Magazine Luiza, segundo o balanço da empresa divulgado nesta segunda-feira. As vendas on-line cresceram 24,3% no terceiro de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a cerca de 660 milhões de reais, fazendo com que 1 de cada 4 reais venha de transações pelos canais virtuais. Se somado também o desempenho das lojas físicas, a receita bruta da empresa cresceu 10,8%, alcançando 2,7 bilhões de reais, segundo os informes financeiros da rede. Nunca o Magazine Luiza faturou tanto – em termos proporcionais – na web quanto no terceiro trimestre de 2016. O desempenho ajudou a empresa a reverter o prejuízo registrado no terceiro trimestre do ano passado e fechar o mesmo período de 2016 com lucro líquido de 24,8 milhões de reais. No intervalo entre julho e setembro de 2015, a perda foi de 19,1 milhões de reais.

Cristina Kirchner comparece a tribunal para depor em caso de corrupção

A ex-presidente argentina, a muito incompetente peronista populista Cristina Kirchner, chefe de governos tremendamente corruptos, compareceu nesta segunda-feira (31) perante o juiz federal Julian Ercolini, para depor sobre irregularidades na concessão de obras publicas durante seu governo (2007-2015). Ela foi acusada de favorecer o empreiteiro Lázaro Báez, que está preso e será processado por lavagem de dinheiro. Esse é apenas o primeiro de três casos de corrupção envolvendo Cristina Kirchner que estão sendo investigados pela Justiça. No seu depoimento, que durou duas horas, e em entrevista na saída do tribunal, a ex-presidente negou ser amiga ou sócia comercial de Báez e disse ser vítima de perseguição politica. Na sua conta no Twitter, Cristina Kirchner insinua que tudo faz parte de uma manobra do presidente Mauricio Macri, para “tapar a catástrofe social e econômica” do pais. A peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner pediu ao juiz para realizar uma auditoria completa das obras públicas – e não apenas aquelas concedidas a Báez durante seus dois mandatos presidenciais. Ela quer que seja investigado “a fundo e sem arbitrariedades nem cálculos políticos” o financiamento de todas as obras, incluíndo aquelas realizadas nos governo de seu finado marido e antecessor, Nestor Kirchner (2003-2007), e de seu rival politico e sucessor, Mauricio Macri, que assumiu em dezembro passado. Outros empreiteiros receberam concessões de obras públicas, mas o foco dessa investigação é Báez – que fez sua fortuna durante os governos de Nestor e Cristina Kirchner, recebendo 78,4% dos contratos na província de Santa Cruz. Nesse período, ele também alugou casas e quartos em hotéis, que pertencem aos Kirchner. A Justiça abriu outras duas investigações para apurar se esses aluguéis faziam parte de um esquema para lavar dinheiro, recebido em propina. Ao ser abordado por jornalistas, quer queriam repercutir as declarações de Cristina, Macri respondeu que não se intromete nas decisões da Justiça e que seu governo respeita e independência dos três poderes. Mas lembrou sua promessa de campanha de combater a corrupção. Além de ter que enfrentar três casos de corrupção, Cristina Kirchner já foi processada pelo juiz federal Claudio Bonadio, em maio passado, pela venda de dólares no mercado futuro, que causou aos cofres públicos um prejuízo equivalente a R$ 17 bilhões. Em 2015 – ultimo ano do segundo mandato presidencial de Cristina Kirchner – o Banco Central vendeu dólares “a futuro” a 10,65 pesos. Na época, o governo tinha limitado as operações cambiais e a moeda argentina valia entre 14 e 15 pesos no mercado internacional e também no mercado negro local. A diferença contribuiu para reduzir as escassas reservas do Banco Central.

José Ivo Sartori, um governador venenoso

O PSDB está a um passo do desembarque do governo Sartori, o que também faria o PDT. Ficou evidente, pelo resultado de segundo turno das eleições municipais, o violento e inexorável desgaste do governo estadual do peemedebista José Ivo Sartori. A prova mais do que evidente foi a maciça rejeição do povo de Caxias do Sul, sua cidade, onde foi prefeito duas vezes seguidas, à candidatura que ele indicou e apoiou. O caminho agora é a debandada, urgente, para que o povo não faça mais justiça em 2018. Mal terminou neste domingo a campanha eleitoral de 2016 e já começou a de 2018. E o governo muito incompetente e omisso de José Ivo Sartori é veneno.

PSDB também é o grande vitorioso nas capitais; PT é esmagado; PSB entra em zona de risco

Tucanos elegeram prefeitos em 4 capitais em 2012; agora, em 7; PSB fez cinco no pleito passado; agora, apenas duas; ao PT, restou Rio Branco

Por Reinaldo Azevedo  - Também quando se olha o mapa das capitais, percebe-se o desastre do PT e das esquerdas. E, mais uma vez, o PSB aparece em situação difícil. Os petistas governarão apenas Rio Branco, no Acre. Atenção! Em 2008, elegeram prefeito em sete capitais. Em 2012, esse número caiu para quatro: além da capital do Acre, levou João Pessoa, Goiânia e São Paulo. O PCdoB, que não tinha nenhuma, conquistou Aracaju, e a Rede, de Marina Silva, outro micão dessa disputa, fica com Macapá. Clécio Luís, que se elegeu em 2012 pelo PSOL, migrou para a Rede e foi reeleito. O PSDB, que lidera com folga o número de cidades com mais de 200 mil eleitores, também administrará o maior número de capitais, com sete: manteve Belém, Maceió, Manaus e Teresina e conquistou Porto Alegre, Porto Velho e, claro!, a joia da coroa: São Paulo. Em seguida, vem o PMDB, com quatro: manteve Boa Vista e venceu em Cuiabá, Florianópolis e Goiânia, mas perdeu o Rio de Janeiro. O PDT ficou com três: reelegeu os prefeitos de Natal, Fortaleza e São Luís. Viu Curitiba migrar para Rafael Grecca, do nanico PMN, e Porto Alegre passar para o tucano Marchezan Jr. O PSB vive uma situação difícil também nesse caso: elegeu cinco prefeitos de capitais em 2012: Recife, Belo Horizonte, Fortaleza, Cuiabá e Porto Velho. O da capital cearense migrou para o PDT. Os socialistas, no entanto, receberam Carlos Amastha, de Palmas, que saiu do PP. Desta feita, sobraram-lhes as respectivas capitais de Pernambuco e Palmas, com prefeitos reeleitos. O PSD tinha uma Prefeitura, Florianópolis. Agora, fez duas: Campo Grande e João Pessoa. O DEM manteve Salvador, sua única capital, e perdeu Aracaju para o PCdoB. O PPS reelegeu o prefeito de vitória. O PRB estreia em capitais levando o Rio, e o PHS, Belo Horizonte. Em 2012, 11 partidos chegaram ao comando das capitais; agora são 13. Há quatro anos, era este o ranking:
PSB – 5;
PT – 4;
PSDB – 4:
PDT – 3:
PMDB – 2:
DEM – 2;
PP – 2;
PSD – 1;
PTC – 1;
PPS – 1;
PSOL – 1
Em 2016, a ordem é esta:
PSDB – 7 (Belém, Maceió, Manaus, Teresina, Porto Alegre, Porto Velho e São Paulo);
PMDB – 4 (Boa Vista, Cuiabá, Florianópolis e Goiânia);
PDT – 3 (Fortaleza, Natal e São Luís); 
PSD – 2 (Campo Grande e João Pessoa);
PSB – 2 (Palmas e Recife);
PCdoB – 1 (Aracaju);
PMN – 1 (Curitiba);
Rede – 1 (Macapá);
PT – 1 (Rio Branco);
PRB – 1 (Rio de Janeiro);
DEM – 1 (Salvador);
PPS – 1 (Vitória);
PHS – 1 (Belo Horizonte)
O PP, que elegeu dois prefeitos em 2012 — Campo Grande e Palmas — perdeu a primeira cidade e viu o prefeito da segunda migrar para o PSB. O único prefeito do PTC, o de São Luís, foi para o PDT e se reelegeu. O de Macapá, eleito pelo PSOL no pleito anterior, reelegeu-se agora, mas pela Rede. As três siglas somem das capitais. Assim, também quando se verificam os números das capitais, nota-se que o grande vitorioso é mesmo PSDB. O principal derrotado, não há como, é o PT. E o PSB, resta evidente, começa a trafegar numa zona de risco.

Eleição de 2016 valeu também por um referendo: o impeachment foi aprovado por esmagadora maioria

Os partidos que se identificaram com a deposição de Dilma saíram ganhando nas urnas; os identificados com a velha ordem perderam 

Por Reinaldo Azevedo - É certo que as eleições são municipais. Os problemas da cidade — que dizem respeito, pois, à esfera de competência dos prefeitos — têm um peso enorme na escolha do eleitor. Sempre resisto muito em tomar esse pleito como antecipação do que virá ou sintoma do que está em curso. Mas também é preciso ficar atento quando uma evidência grita na nossa cara. E é possível afirmar sem medo de errar: a disputa de 2016 acrescentou ao impeachment de Dilma também a legitimidade eleitoral. A deposição da petista foi, sim, legal e legítima. A eleição dos prefeitos serviu como uma espécie de referendo. E por que se pode afirmar isso com certeza? Porque os partidos que defenderam o impeachment e que, no fim das contas, o conduziram foram os grandes vencedores. O PT amarga uma derrota muito maior do que imaginava. E o desastre se estende às esquerdas. O PT foi o terceiro partido que mais elegeu prefeitos em 2012: 638; neste ano, despencou para o 10º lugar, com apenas 254 cidades. Foi superado por PTB (261), DEM (266), PDT (299), PR (335), PSB (415), PP (492), PSD (540), PSDB (803) e PMDB (1.038).



O PMDB segue sendo a legenda com o maior número de prefeituras — cresceu 1,67% nesse quesito. O grande vitorioso, no entanto, foi mesmo o PSDB, com um aumento de 15,54% — saltou de 695 cidades para 803. Mas o seu número mais expressivo não está aí. Os dados por município já são devastadores para os petistas, que encolheram 60,19%. Mas é quando se analisa a massa do eleitorado que será administrada pelas legendas que se tem clareza da derrocada dos companheiros. Prestem atenção! O PSDB comanda hoje 19 cidades com mais de 200 mil eleitores; passará para 28: crescimento de 47,4%; o PT detém 17; ficará com apenas 1: um encolhimento de espantosos 94,12%. O PMDB também cresceu nesse grupo: saltou de 11 para 17: 27,3%. O PPS, que encolheu discretamente no número total de cidades (de 125 para 122), passará a governar, no entanto, 6 cidades com mais de 200 mil eleitores: tinha apenas 3. O DEM manteve cinco grandes municípios, mas caiu um pouco no número total: de 278 para 266.


O PSD conseguiu manter quatro grandes municípios e teve crescimento expressivo em número de cidades: de 498 para 540 (+ 8,43%), o que o coloca em terceiro lugar. O PSB não tem muito o que comemorar, o que pode ser uma certa punição pelo comportamento um tanto ambíguo do partido: teve uma queda no número de prefeituras: de 440 para 415 (-5,68%). Mas o prejuízo maior se dá nas cidades com mais de 200 mil eleitores: despencou de 11 para 5 (-54,5%). O PCdoB poderia ficar satisfeito com o seu crescimento de 50% em números totais: de 54 para 81. Mas não é o caso: nas cidades grandes, também teve uma derrocada: de 4 para apenas 1.

Resta mais do que evidente: as forças que representavam o antigo regime foram severamente punidas nas urnas; as que se identificaram com a mudança foram premiadas pelo eleitor.

domingo, 30 de outubro de 2016

Gean Loureiro é eleito prefeito de Florianópolis com 50,26% dos votos


Gean Loureiro será o prefeito de Florianópolis pelos próximos quatro anos. O candidato do PMDB foi eleito neste domingo ao derrotar a ex-prefeita Angela Amin, do PP, em segundo turno. Ele recebeu 50,26% dos votos válidos enquanto Angela teve 49,74%. A diferença foi de 1.153 votos, a mais apertada entre todas as capitais do País. Em números absolutos, Gean recebeu 111.943 votos. Já Angela Amin foi a escolha de 110.790 eleitores. A abstenção foi 16,18%, o equivalente a 51,181 pessoas. O número de votos brancos foi de 10.358 (3,91%), enquanto os eleitores que anularam chegaram a 31.988 (12,07%). No primeiro turno, Gean havia liderado a disputa, com 40,39% dos votos válidos, ao passo que Angela fez 24,79%. Eles derrotaram Elson Pereira (PSOL), Murilo Flores (PSB), Angela Albino (PCdoB), Mauricio Leal (PEN) e Gabriela Santetti (PSTU). Atualmente deputado estadual, Gean Loureiro havia sido derrotado por Cesar Souza Junior, que desistiu de concorrer à reeleição, no segundo turno da campanha de 2012. Ele foi vereador por cinco mandatos, sendo presidente da Câmara durante a gestão do hoje senador Dário Berger. Gean também foi presidente da Fatma por um ano e suplente de deputado federal. Na apuração, o candidato do PMDB começou na frente, porém, com 30,58% dos votos, a ex-prefeita saltou à frente. A situação permaneceu assim até a última parcial, quando Angela liderava por 1,497 votos. Apenas com 100% dos votos apurados foi possível descobrir o vencedor. 

Donald Trump está rigorosamente empatado com a comunista democrata Hillary Clinton


A diferença entre Donald Trump e Hillary Clinton na corrida pela Casa Branca diminuiu, como apontam as últimas pesquisas, após a reabertura de investigação do FBI sobre o uso de um servidor privado por parte da candidata democrata quando era secretária de Estado. A nove dias da eleição presidencial, uma pesquisa da ABC News/Washington Post divulgada neste domingo dá apenas um ponto percentual de vantagem a Hillary sobre seu oponente republicano – 46% contra 45%. A enquete também inclui o candidato libertário, Gary Johnson, e a candidata verde, Jill Stein. Na Flórida, Trump agora ultrapassa Hillary, com 46% contra 42%, segundo pesquisa do The New York Times Upshot/Siena College Research Institute. Na última enquete do site RealClearPolitics, a democrata ostenta uma pequena vantagem de 3,4 pontos sobre o candidato republicano em nível nacional. Embora as pesquisas continuem prevendo a vitória da ex-secretária de Estado, Trump não perdeu tempo, fazendo um grande alarde neste domingo sobre os novos percentuais. "Agora estamos liderando em muitas pesquisas, e muitas delas foram realizadas antes que se anunciasse a investigação criminal na sexta-feira", tuitou o candidato. Na última sexta-feira, o diretor do FBI, James Comey, anunciou a reabertura da investigação – que havia sido arquivada em julho – sobre o uso de um servidor privado quando Hillary era secretária de Estado, diante da descoberta de novos e-mails. 

Tucano Jorge Pozzobom derrota PT e PMDB em Santa Maria, na disputa mais acirrada do Brasil


A disputa mais acirrada no segundo turno das eleições municipais de 2016 ocorreu em Santa Maria, município da região central do Rio Grande do Sul. O candidato Jorge Pozzobom (PSDB) foi eleito com 50,08% dos votos: uma diferença de apenas 226 votos para o adversário, Valdeci Oliveira (PT), que foi escolhido por 49,92% dos eleitores. Pozzobom começou a apuração dos votos com uma folga maior em relação a Oliveira e manteve uma diferença de cerca de 2 mil votos durante a maior parte do tempo, liderando a apuração até o final. O petista diminuiu a diferença e chegou a ficar a apenas 108 votos atrás do tucano. A apuração dos últimos votos garantiu a vitória ao candidato Pozzobom, que obteve 73.003 votos. Oliveira teve 72.777. 

Yeda Crusius deverá assumir a vaga de Nelson Marchezan Jr na Câmara Federal


A eleição de Nelson Marchezan Junior (PSDB) como prefeito de Porto Alegre abre caminho para a volta ao cenário político nacional da ex-governadora do Rio Grande do Sul,  Yeda Crusius, do mesmo partido. A economista Yeda é suplente de Marchezan. Ela recebeu 71.794 votos nas eleições de 2014 e acabou na primeira suplência do PSDB, na Câmara Federal. Marchezan fez, na ocasião, 119.375 votos. Os dois são adversários internos no partido. Yeda, de 72 anos, é filiada desde 1990 ao PSDB. Foi eleita deputada federal pela primeira vez em 1994, quando obteve 104.295 votos. Foi reeleita em 1998 e em 2002. Foi também candidata a prefeita de Porto Alegre - tirou segundo lugar, em 1996 - e acabou se elegendo governadora do Rio Grande do Sul em 2006. Ela tentou a reeleição em 2010, mas não conseguiu permanecer no cargo. 

Eleitores que se abstiveram, votaram em branco ou nulo, foram mais do que os votos dados a Marchrezan Junior; portoalegrense é alienado


Em Porto Alegre, 402 mil eleitores escolheram Nelson Marchezan Júnior e 262 mil optaram pelo vice-prefeito, mas o maior contingente preferiu mesmo não votar neles. A soma de abstenções, brancos e nulos passou de 433 mil — 30 mil pessoas a mais do que as que elegeram prefeito o candidato do PSDB. Em comparação com eleições anteriores, foi uma disparada histórica na proporção dos que não votaram em nenhuma das duas opções disponíveis. Uma em cada quatro pessoas habilitadas (25,2%) sequer compareceu à seção eleitoral, sete pontos percentuais acima do registrado no segundo turno de 2012 e praticamente o dobro dos ausentes em 2000. Foram 277 mil abstenções — mais do que o número de votos do atual vice-prefeito. O índice dos que se deram ao trabalho de comparecer diante da urna e não selecionar nenhum dos dois candidatos foi o maior desde 2000. Os nulos representaram 13,36% (109 mil pessoas), contra 4,83% na eleição anterior. Os brancos pularam de 4,57% para 5,67% (46 mil). Uma das expectativas da votação tinha relação com a proporção dos votos nulos. Com a exclusão de candidatos da esquerda da disputa, os eleitores desse campo passaram as últimas semanas em um debate ferrenho sobre como se comportar diante da urna. O voto nulo avançou, mas não de forma tão acentuada: cresceu de 8,88% para 13,36% do primeiro para o segundo turno. Porto Alegre teve uma quantidade histórica de nulos, brancos e abstenções, mas não foi um caso isolado no país. O segundo turno foi marcado pela indiferença ou o protesto dos eleitores em outras metrópoles importantes. No Rio de Janeiro, os índices foram superiores aos da capital gaúcha. Os votos em branco ficaram ligeiramente abaixo (4,85% contra 5,67%), mas os cariocas optaram com muito mais avidez pela anulação ou a abstenção. Deixaram de comparecer à urna, na Cidade Maravilhosa, 26,85% dos eleitores. Os nulos foram 15,90%. No total, mais de 2 milhões de habilitados a votar não escolheram nenhum dos candidatos — 300 mil a mais do que a votação do vencedor, Marcelo Crivella (PRB). 

O tucano Artur Virgilio Neto é reeleito com grande folga em Manaus

O ex-senador tucano Artur Virgílio Neto, de 70 anos, foi reeleito prefeito de Manaus. Com o resultado, o PSDB mantém o controle das duas maiores cidades do Norte _o partido também venceu em Belém. Com todas as urnas apuradas, o prefeito manauara obteve 56% dos votos válidos, contra 44% para o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR), de 43 anos. "É a festa do coração cheio de vontade de trabalhar muito pra ver essa cidade linda se tornar cada vez melhor para todo o seu povo", escreveu o tucano, em sua página no Facebook. A disputa do segundo turno se deu entre os grupos mais tradicionais da política amazonense. O ex-senador Virgílio Neto obteve o terceiro mandato como prefeito de Manaus – venceu a primeira eleição municipal em 1988. É filho e pai de deputado federal – o também tucano Arthur Bisneto. O tucano contou com o apoio do ex-governador e senador Eduardo Braga (PMDB), um antigo adversário político. Em 2010, quando não se reelegeu senador, Virgílio Neto acusou o peemedebista de comprar votos, chamando-o de "mandante da maior fraude eleitoral do Estado do Amazonas". Além do atual governador, José Melo (Pros), Ramos foi apoiado pelo deputado federal e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR), pelo senador e ex-governador Omar Aziz (PSD) e pelo ex-governador e ex-prefeito Amazonino Mendes (PDT).

Só uma mulher é eleita nas 57 cidades com 2º turno para prefeito


Somente uma mulher conseguiu se eleger nas 57 cidades onde foi disputado o segundo turno: Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru (PE), com 53,15% dos votos válidos, contra 46,85% de Tony Gel (PMDB). Entre capitais, nenhuma mulher saiu vitoriosa neste domingo, 30. Em Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB) teve uma vitória apertada sobre a candidata do PP, Angela Amim, que obteve 49,74% dos votos. Em Campo Grande (MS), Rose Modesto (PSDB) ficou com 41,23% dos votos, contra 58,77% do prefeito eleito Marquinhos Trad (PSD). Não fosse a vitória em primeiro turno de Teresa Surita (PMDB) em Boa Vista (RR), com 79,39% dos votos, nenhuma capital seria governada por uma mulher. Esta será a quinta vez que Surita, ex-mulher do senador Romero Jucá, comandará a prefeitura da capital de Roraima. Sua primeira vitória foi em 1992. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 637 mulheres que se elegeram prefeitas no primeiro turno, de um total de mais de 5 mil cidades. Nas eleições municipais deste ano, 158.445 mulheres se candidataram para cargos no legislativo e no executivo. Para as prefeituras, foram 2.148 concorrentes do sexo feminino em todo o País.

Nelson Marchezan Junior venceu em todas as zonais de Porto Alegre


O prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), venceu seu adversário no segundo turno, o atual vice-prefeito (PMDB), em todas as zonas eleitorais da cidade. O desempenho do tucano foi melhor do que na primeira etapa da eleição, quando havia saído vitorioso em seis das 10 regiões em que o Tribunal Regional Eleitoral divide a capital gaúcha. O prefeito eleito conseguiu virar o resultado do primeiro turno sobre o vice-prefeito nas zonas 158ª (região do Sarandi e Rubem Berta), 114ª (que engloba bairros do centro-sul, como Menino Deus, Teresópolis, Cristal, Nonoai e Belém Velho), 159ª (Lomba do Pinheiro e imediações) e 161ª (extremo-sul da cidade). O percentual mais alto de votos válidos alcançado pelo peemedebista foi na 114ª zona, onde teve 45,26% da preferência do eleitorado. A área em que Nelson Marchezan obteve os melhores índices se concentrou, no turno decisivo da eleição, em bairros localizados na faixa centro-norte do município. A 111ª zona concentrou o maior percentual de votos válidos em favor do novo prefeito de Porto Alegre, com 67,8%. Essa região abrange bairros de diferentes perfis socioeconômicos — mas congrega alguns dos locais de maior renda per capita da cidade, como Bela Vista, Mont'serrat e Três Figueiras. Inclui ainda bairros como Auxiliadora, Boa Vista, Chácara das Pedras e Passo D'Areia. 

Com eleitor descrente, votos brancos e nulos batem recorde no segundo turno

O percentual dos que decidiram anular ou votar em branco no segundo turno, no domingo (30), foi o maior registrado desde as eleições municipais de 2000: 13,3% em todo o país, segundo dados preliminares do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 2012, o índice foi de 9,2%.  Em algumas cidades, essa parcela do eleitorado foi tão significativa que se assemelhou à diferença entre o candidato vencedor e o segundo colocado. No Rio, Marcelo Crivella (PRB) elegeu-se com 59,36% da preferência dos eleitores, enquanto 40,64% votaram em Marcelo Freixo (PSOL). Os 536,6 mil votos que separaram os dois candidatos são menos do que os 719,3 mil eleitores que não digitaram nem o dez (de Crivella) nem o 50 (de Freixo) nas urnas, mas resolveram votar em branco ou anular. O cientista político Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor da FGV/EAESP, destaca ainda o índice de abstenção no pleito carioca, de 26,89%. Somando-se o número aos que votaram em branco ou nulo, o resultado indica que quase metade (47,03%) do município não respaldou nenhum dos dois candidatos. No caso do Rio, entra também na conta o fato de os eleitores precisarem escolher entre o que o acadêmico vê como "candidaturas antagônicas". "Uma delas considerada representante do fundamentalismo religioso. A outra, ideológica. Houve um vazio ao centro", afirma o cientista político. "Qualquer candidato que ganhasse já tomaria posse sob uma desconfiança muito grande. [Quase] metade da cidade não escolheu nenhum dos dois." Em Belo Horizonte, onde a disputa, para Teixeira, ficou entre "outsiders" da política em uma campanha de "nível horrível", os números de não votantes foram parecidos com os do Rio. Brancos e nulos somaram 20,37% dos votos e as ausências chegaram a 22,77%.  A capital mineira elegeu Alexandre Kalil (PHS), ex-presidente do Atlético Mineiro. Parte da população votou após o recadastramento biométrico, que garante maior precisão ao excluir mortes não reportadas ao TSE e a mudança de cidade do eleitor. Diferente do Rio, onde a transição só ocorre em 2018 e os dados atuais de abstenção podem estar inflados. Entre seculares e religiosos, nesta eleição os grandes vencedores foram os descrentes. Trata-se de uma tendência que já apareceu no primeiro turno, em 2 de outubro, quando 13,18% dos votantes em todo o país lavou as mãos e preferiu não dar o voto a nenhum dos candidatos na disputa. Os resultados finais do domingo reforçam a mensagem de descontentamento da população com seus governantes, em quem perderam a confiança. Agora, três anos depois das manifestações de 2013, quando se intensificou a insatisfação política, o discurso do "não me representa" parece ter se traduzido pelas urnas. "Quando quase 30% da população que não vota [somando brancos, nulos e abstenções], chega-se a um patamar grave", diz Teixeira. Na avaliação do cientista político, exige-se de vencedores e derrotados uma "reflexão profunda".  "Senão, vamos passar a ter governos eleitos em nome de parcela pequena da sociedade", diz Teixeira. "A democracia depende da legitimidade. Se as pessoas se recusam a participar, o processo fica enfraquecido."

PMDB encerra ciclo de 20 anos do PT em Vitória da Conquista

O radialista Herzem Gusmão (PMDB) foi eleito prefeito de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, derrotando o deputado estadual José Raimundo (PT). Com 100% das urnas apuradas, Gusmão teve 57,58% dos votos contra 42,42% do adversão petista. A vitória de Gusmão, que é aliado do ministro Geddel Vieira Lima, encerra um ciclo de duas décadas do PT frente a prefeitura de Vitória da Conquista. A cidade dividia com Pintadas, também na Bahia, o título de reduto mais antigo do PT no Brasil. Os petistas, contudo, foram derrotados nas duas cidades. Vitória da Conquista tornou-se uma das principais vitrines do PT em meados dos anos 1990 com a primeira eleição do atual prefeito Guilherme Menezes para o cargo. Em sua gestão, Menezes quando implantou na cidade bandeiras históricas do partido como o orçamento participativo, além de uma rede do programa Saúde da Família que se tornou referência no Estado. "O que fica é um sentimento de gratidão à população pelos cinco mandatos que tivemos aqui. Acredito que a conjuntura nacional influenciou no resultado e era natural que outro projeto fosse vencedor", afirma Guilherme Menezes à Folha. A derrota do PT em Vitória da Conquista também representa um revés para o governador da Bahia Rui Costa (PT), que foi derrotado nas quatro maiores cidades da Bahia. No primeiro turno, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) foi reeleito com 74% dos votos. O DEM também venceu em Feira de Santana e Camaçari.

"Chora, capeta!", diz pastor Silas Malafaia sobre vitória de Crivella no Rio de Janeiro


Em sua conta no Twitter, o pastor Silas Malafaia comemorou a vitória de Marcelo Crivella (PRB) para a prefeitura do Rio com uma série de posts provocando os eleitores do derrotado Marcelo Freixo (PSOL) e veículos de comunicação. "Cambada de esquerdopatas se ferraram, tomaram uma lavada histórica. Calados!", escreveu Malafaia, logo após o resultado da apuração, completando a mensagem com "muito kkkkk". Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella venceu as eleições com 59,36% dos votos válidos. "Crivella venceu a intolerância, preconceito, manipulação jornalística, e o melhor, a esquerda comunista", continuou Malafaia, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. No primeiro post após o resultado, escreveu "Chora Capeta! Chora Freixo!", provocando ainda o PSOL, o PT, o jornal O Globo e a revista Veja, que publicaram nas últimas reportagens consideradas prejudiciais pela campanha de Crivella. Por volta das 21h, voltou a provocar, perguntando se "a essa hora tem um pessoal na Lapa fumando maconha para tentar curar a ressaca".

Lula e Dilma dão uma banana para a democracia e não vão votar; e ainda há bobo que faz vigília…

Dois ex-presidentes, ambos favoráveis ao voto obrigatório, ignoram o segundo turno porque seus respectivos candidatos nem o disputavam

Por Reinaldo Azevedo - Quem é petista e não se beneficiou das maracutaias lideradas pelo partido não deve ser bandido — embora possa gostar de bandidos… Mas uma coisa é certa: é trouxa. Por que afirmo isso? Nem Lula nem Dilma compareceram para votar neste domingo, embora tenha havido segundo turno nas cidades de seus respectivos domicílios eleitorais: São Bernardo do Campo e Porto Alegre. Sendo quem são, trata-se de uma óbvia manifestação de desrespeito pelo processo eleitoral. Só não compareceram porque ambos já haviam sido derrotados nas suas cidades. Na mítica capital do sindicalismo petista, berço político de Lula, Tarcísio Secoli, candidato do PT, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 22,57%. O segundo turno foi disputado por Orlando Morando, do PSDB, que ficou com 45,07% na primeira jornada, e Alex Manente, do PPS, com 28,41%. O tucano venceu. É claro que, houvesse um companheiro na reta final, o Apedeuta lá estaria. Dilma também deu de ombros para a eleição, não quis nem saber. Ela vota em Porto Alegre. Do mesmo modo, na capital gaúcha não sobrou esquerdista para a etapa final. Nelson Marchezan Jr., que venceu, do PSDB, enfrentou Sebastião Mello, do PMDB. Raul Pont, do PT, obteve apenas 16,37% dos votos. A outra esquerdista da turma, Luciana Genro (PSOL), que chegou a liderar a disputa, obteve apenas 12,06% e ficou em quinto lugar. A ex-presidente preferiu se mandar para a sua terra natal, Belo Horizonte, onde também não teria candidato. Reginaldo Lopes, do PT, teve desempenho de candidato nanico na primeira jornada: 7,27%. Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB) rejeitaram, obviamente, o apoio do PT. Vamos lá: eu sou contra o voto obrigatório. Acho que tem de acabar. Mas Lula e Dilma são favoráveis. Dois ex-presidentes que deixam de comparecer ao segundo turno porque não têm candidato evidencia que eles só respeitam resultado em que são vencedores. Bem, já sabíamos disso. Segundo o Inciso II do 1º Parágrafo do Artigo 14 da Constituição, Lula não é obrigado a votar porque já tem mais de 70 anos. Mas Dilma ainda tem 68. Só para lembrar: o voto também não é obrigatório para analfabetos e pessoas entre 16 e 18 anos. Ocorre que a questão, obviamente, não é de natureza legal apenas. Antes de mais nada, é política. Sendo quem são, deveriam demonstrar subordinação às regras do jogo… Bem, não seria agora que a dupla demonstraria seu amor ao Estado de Direito, não é mesmo? Fico aqui pensando naqueles, com todo respeito, bobões que ficam fazendo vigília em frente à casa de Lula ou que foram às ruas para defender o mandato de Dilma. Eis o que ganham em troca: uma solene banana. Ainda que a dupla pudesse argumentar que iria anular o voto, pouco importa. Deveria ter demonstrado que aceita as regras do jogo. Como se vê, não aceita. Para o PT, só um resultado é legítimo: a vitória do partido. Ou eles gritam: “golpe!”.

Rafael Greca promete usar papa como modelo


Depois de dizer que não é São Francisco de Assis para cuidar dos pobres, Rafael Greca (PMN), candidato eleito à prefeitura de Curitiba, disse neste domingo que vai usar o papa Francisco “como modelo” em sua gestão. “Espero fazer um serviço público transparente, usar a verdade como método. E usar o papa Francisco como modelo”, disse Greca, após sua vitória. Em 22 de setembro, ele deu uma declaração um tanto diferente e infeliz, que fez com que ele caísse nas pesquisas eleitorais. “Eu nunca cuidei dos pobres, eu não sou São Francisco de Assis. Até porque a primeira vez que tentei carregar um pobre e pôr dentro do meu carro eu vomitei por causa do cheiro”, afirmou, durante sabatina promovida pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e o jornal Bem Paraná. Neste domingo, Greca conseguiu 53,38% do total dos votos, enquanto Ney Leprevost (PSD) amealhou 46,62%. Questionado sobre o alto índice de nulos e abstenções (que somaram 15,8%), Greca disse que esses eleitores são "órfãos das antigas bandeiras que a Lava Jato pulverizou” e que tem o dever de “reencantar essas pessoas com a política”. O prefeito eleito também disse que vai começar já nesta segunda-feira e que terá como prioridade a saúde. Ele ainda criticou a gestão de Gustavo Fruet (PDT) ao dizer que saiu “espancado pelos buracos” das ruas de Curitiba no sábado, quando fez uma carreata por 75 bairros da cidade. “Até passei Cataflam na barriga”, brincou.

Crivella reza, canta e samba ao comemorar vitória no Rio de Janeiro


Em seu primeiro discurso como prefeito eleito do Rio de Janeiro com 59% dos votos, Marcelo Crivella (PRB) agradeceu a Deus, a pastores e chegou a rezar um “Pai Nosso” em Bangu, zona oeste da cidade. “Quero agradecer também aos umbandistas, kardecistas, aos que não têm religião, aos agnósticos e aos ateus”, disse. Evangélico e bispo licenciado da Igreja Universal, o senador também fez questão de demonstrar sua gratidão ao apoio da Igreja Católica. Crivella discursou após a apuração dos votos na sede social do Bangu Atlético Clube, acompanhado de sua mulher, Sylvia Jane, do vice, Fernando MacDowel, e de políticos aliados. “Quero agradecer a Deus, a minha família querida e meus companheiros que marcharam ao meu lado fazendo com que essa vitória fosse possível. Agradeço a todos que levaram o nosso projeto aos eleitores. Peço a Deus que essa modesta vida pública possa deixar para todos os cariocas esse exemplo de que sempre chega nossa vez quando a gente não desiste”, disse. Crivella citou Deus cinco vezes em seu discurso de pouco mais de oito minutos. O senador também não deixou de prestar sua homenagem ao prefeito Eduardo Paes, cujo candidato a sucessor, Pedro Paulo Carvalho, não passou do primeiro turno: “Quero parabenizar o candidato Freixo por sua luta, e também ao prefeito Paes, que me ligou. Também quero agradecer a toda a igreja Católica que nos apoiou vencendo uma onda enorme de preconceito difundido por parte de uma mídia facciosa”, continuou. Depois, na quadra do Bangu, Crivella sambou, cantou e falou novamente sobre os ataques sofridos durante a campanha por sua ligação com a igreja Universal, do seu tio, o bispo Edir Macedo. Ao citar acusações de ser machista e ultraconservador, disparou: “Nós não somos membros de um convento de pudicos, mas uma síntese do povo carioca. Nós fomos massacrados”. Crivella voltou a criticar a imprensa e a alfinetar Marcelo Freixo. “Chega dessa agenda Fora Temer, nós queremos recursos. Se o povo do Rio quisesse que essa cidade se transformasse numa luta politica, teria votado no outro candidato. Não à legalização do aborto. Não à legalização das drogas. Não à ideologia de gênero da criança”, bradou, arrancando aplausos do público. Do discurso mais moderado que o acompanhou na campanha, restou apenas a afirmação de que não “governará com revanchismo”: “Eu não quero saber de injúria. O que disseram de mim ficou para trás. Vamos concentrar todas as nossas energias à causa do Rio de Janeiro”. Crivella terminou seu discurso rezando um “Pai Nosso” e repetiu, mais uma vez, a palavra “amém”. O discurso de Crivella foi acompanhado por políticos que lhe apoiaram durante a campanha, como Clarissa Garotinho (PR), os tucanos Otávio Leite e Carlos Osório, Indio da Costa (PSD), Flavio e Jair Bolsonaro (PSC). Também estiveram presentes o peemedebista Jorge Felippe, presidente da Câmara Municipal e Rodrigo Bethlem, ex-secretario de Paes, acusado de corrupção. Bethlem, que andava entre as pessoas sem chamar muita atenção, disse que não fará parte do governo de Crivella. “Vou ajudar no que ele precisar, mas não serei secretário”, afirmou. Expulso do governo de Paes por ser acusado de desvio dinheiro, ele falou em “justiça divina” ao ser questionado sobre a sensação de ver Crivella vencer a cidade que durante oito anos foi do PMDB. “A justiça divina fala por tudo. Eu vou provar que fui injustiçado. O tempo é senhor da razão”, disse. Apesar de ter apoiado o senador, Bethlem diz que agora está fora da política e que se dedica a projetos particulares. Cacique do PMDB, Jorge Felippe, também presente, falou sobre seu apoio ao candidato. “Ele era o candidato que melhor se aproxima do diálogo, e no parlamento nos preconizamos o diálogo. Achamos que ele terá a grandeza de saber construir essa relação com o parlamento”, avisou.

Rui Palmeira se reelege em Maceió em novo revés para Renan


O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), reelegeu-se neste domingo para mais quatro anos de governo. O resultado agrava a derrota do grupo político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), nos maiores colégios eleitorais de Alagoas. Além de perder na capital, o PMDB já havia sido derrotado pelo PSDB em Arapiraca, segunda cidade mais importante – apesar de ter conseguido manter o maior número de prefeitos no geral. A vitória de Rui Palmeira tem o potencial de consolidá-lo como nome de renovação do tucanato no Nordeste, caso a Operação Lava-Jato não avance sobre ele. O prefeito não é formalmente investigado, mas seu nome apareceu em uma planilha apreendida pela Polícia Federal com a contabilidade paralela da Odebrecht. A empreiteira fechou um acordo de delação premiada coletivo para que seus executivos revelem detalhes da distribuição de propina e dinheiro a campanhas e políticos. O prefeito tucano nega irregularidades e diz que a única doação eleitoral do grupo veio por meio da Braskem, em 2012, ao diretório do PSDB de Maceió. A reeleição do tucano significa mais um revés para Renan Calheiros, no momento em que o terceiro homem na linha de sucessão da Presidência da República se vê às voltas com o avanço de investigações criminais sobre corrupção, sobretudo na Operação Lava-Jato, e abriu um enfrentamento de poderes com o Executivo e Judiciário. Nem o empenho do governador Renan Filho (PMDB), eleito em 2014, conseguiu alavancar a candidatura do ex-prefeito e deputado peemedebista Cícero Almeida. A derrota é especialmente ruim para o próprio parlamentar. Alvo de um inquérito e de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal que apuram desvios em sua gestão na capital alagoana, Cícero Almeida pode se ver sem mandato em breve. É que a Procuradoria-Geral da República já deu parecer favorável à perda do cargo de deputado federal por infidelidade partidária.

7 derrotas em 7 cidades: 2º turno confirma derrocada do PT


O resultado do segundo turno das eleições municipais confirmou o pior desempenho do PT desde 1985. Das sete grandes cidades em que o partido concorria (Anápolis, Recife, Santa Maria, Santo André, Juiz de Fora, Mauá e Vitória da Conquista), não levou nenhuma, segundo indicam os resultados da apuração. A legenda conquistou apenas uma capital, Rio Branco (Acre), ainda no primeiro turno, e ainda perdeu o controle do chamado “cinturão vermelho” — as cidades no entorno de São Paulo onde o partido era forte desde os anos 1980. Na única capital onde o partido ainda tinha chance no segundo turno, Recife, o petista João Paulo foi derrotado por Geraldo Júlio (PSB), que conseguiu a reeleição. No chamado “cinturão vermelho”, o partido também perdeu nas duas cidades em que disputava o segundo turno: Mauá e Santo André. Com isso, não vai comandar nenhuma das cidades — até este ano, tinha seis prefeitos na região, entre eles o de São Bernardo, Luiz Marinho; Lula, que vive lá, não foi nem sequer votar no segundo turno. Com isso, a maior cidade sob controle do PT no país a partir de 2017 passará a ser Rio Branco, com pouco mais de 300 000 habitantes. Em São Paulo, a maior cidade comandada pelo petista será Araraquara, com cerca de 150 000 habitantes, onde o ex-ministro de Dilma Edinho Silva foi eleito no primeiro turno.

Em São Paulo extingue-se o cinturão vermelho petista e Alckmin sai ainda maior para 2018


Nem foi preciso esperar o resultado final deste segundo turno. Na manhã deste domingo eleitoral (30/10), no jornal A Tribuna, da baixada santista, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), sentenciou: “Eu chego à conclusão de que, de alguma forma, a candidatura para presidência em 2018 deve estar no destino do Alckmin porque a composição nacional de hoje, o quadro nacional político, para quem conhece política, ele está, assim, num WO coletivo. Praticamente não há adversário, neste instante, para ele, como figura política”. O diagnóstico foi certeiro sobre o status político do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. O bom resultado do PSDB paulista no primeiro turno, simbolizado com a vitória absoluta de João Doria na capital paulista, foi confirmado no segundo turno do maior colégio eleitoral do País. Não apenas pelas vitórias do PSDB e seus partidos aliados no Estado, mas também pela derrota dos adversários fora e dentro de São Paulo. Em Minas Gerais, Aécio Neves, seu principal rival interno do PSDB, viu seu candidato tucano João Leite ser derrotado pelo neófito da política, Alexandre Kalil (PHS). Em São Paulo, seu principal adversário no campo político nacional, o PT, saiu derrotado em todas as cidades em que disputou segundo turno no Estado de São Paulo. Pela primeira vez em 34 anos, o PT não terá prefeitos eleitos no berço político histórico, o ABC paulista. Em Santo André e Mauá, os respetivos candidatos Carlos Grana e Donisete Braga, que disputavam reeleição, saíram humilhados nas urnas. Braga conseguiu 35,53% dos votos válidos em Mauá, enquanto em Santo André, Grana conseguiu apenas 21,79% dos votos válidos. Das cinco cidades que o PSDB disputava o segundo turno, tucanos saíram como vencedores em quatro delas: São Bernardo do Campo, Santo André, Jundiaí e Ribeirão Preto. A única derrota veio de Bauru, onde o candidato Sidnei Rocha (PSDB), com 43,67%, foi derrotado por Gilson de Souza (DEM), que obteve 56,33% dos votos válidos. Nem essa derrota tucana tem necessariamente cara de fracasso. DEM é um dos partidos que compõe a base política no nível estadual e será eventual apoiador em 2018 nas contas de alckmistas. O PSB, principal fiador da pré-candidatura de Geraldo Alckmin fora do PSDB, garantiu vitórias em outras três cidades paulistas: Guarulhos, Mauá e Guarujá. Outros partidos como PV, e o próprio DEM, levaram outras quatro cidades. Com isso, Alckmin sai como vitorioso em onze das treze cidades em que houve segundo turno no Estado de São Paulo, só saindo derrotado em Bauru e Suzano. De olho para 2018, são motivos mais do suficientes para Alckmin e seus aliados comemorarem.

A conexão Uruguai da família Lula

Lava Jato investiga se mansão em Punta Del Este pertence ao ex-presidente petista. Esquema seria semelhante ao do tríplex no Guarujá e ao do sítio em Atibaia. Seu filho caçula, depois de implicado por delatores da Odebrecht, já arrumou um emprego no país vizinho


As investigações sobre o patrimônio oculto do ex-presidente Lula ultrapassaram as fronteiras do Brasil. Depois de identificarem ligações do ex-presidente com imóveis suspeitos em solo nacional, como o tríplex no Guarujá, o sítio em Atibaia e uma cobertura em São Bernardo do Campo, procuradores do Ministério Público Federal (MPF), integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, apuram se uma mansão em Punta Del Este, no Uruguai, pertence a Lula. A investigação foi iniciada em agosto. O esquema seria semelhante ao adotado pelo petista para as outras propriedades utilizadas por ele no Brasil. No modus operandi tradicional, os imóveis ficam registrados em nome de empresários amigos. Em troca de benesses e tráfico de influência no governo ou fora do País, Lula se transforma no dono real desses imóveis, com poder para deles usufruir quando bem entender, determinar quem entra e sai e até mesmo promover caríssimas reformas, mesmo que oficialmente as propriedades não figurem em seu nome. O que ISTOÉ revela agora é que essa prática se repetiria no Uruguai. Neste caso, a mansão – segundo colaboradores do Ministério Público Federal que estiveram em Punta Del Este – pertenceria a uma offshore ligada ao empresário Alexandre Grendene Bertelle, um dos donos da indústria de calçados Grendene e que, no Uruguai, é proprietário de um sem-número de casarões – entre os quais uma suntuosa casa na rua paralela à do imóvel suspeito de ter ligações com Lula – e sócio de empreendimentos bem-sucedidos como o Hotel e Cassino Conrad.


A casa que motiva a investigação da Lava Jato possui um terreno de 7,5 mil metros quadrados e fica localizada na Calle Timbó, conhecida por Villa Regina, com valor estimado em US$ 2 milhões, segundo corretores locais. A mansão adota o estilo de chalé suíço, com uma escadaria de acesso à residência. O que mais chama a atenção é a grande área verde da propriedade, que cerca toda a edificação. A reportagem de ISTOÉ esteve no local na última quarta-feira 26. A mansão está vazia. Outras moradias da região, reduto de endinheirados da América Latina que escolhem o local para passar temporadas de veraneio, são ocupadas apenas por caseiros. As informações sobre a possível propriedade de Lula no país vizinho foram transmitidas ao MPF por um conhecido colaborador. Ele fora responsável pelas denúncias que levaram à deflagração da Operação Lava Jato. Daí a sua confiabilidade. No mesmo dia em que entregou documentos à Lava Jato, esse delator narrou que vários ônibus de excursão, responsáveis por conduzir comitivas de brasileiros pela paradisíaca Punta Del Este, passam defronte a casa de Calle Timbó e dizem, sem pestanejar, que a propriedade pertence a Lula. Em duas dessas visitas monitoradas, os turistas brasileiros demonstraram revolta ao receberem a informação. Um deles chegou a fotografar a casa de dentro do ônibus. Na última semana, o procurador destacado para investigar o caso disse à ISTOÉ que se encontra na fase de coleta de provas. Ele não descarta a possibilidade de pedir a colaboração do governo uruguaio. Na Procuradoria da República, a investigação está sendo tratada com total discrição. A avaliação é de que, se no Brasil já é difícil caracterizar a ocultação de patrimônio quando ele figura em nome de terceiros, em Punta del Este, no Uruguai, torna-se ainda mais complicado puxar o fio desse intrincado novelo. Haja vista que lá os imóveis, em geral, ficam escondidos em offshores, dificultando o rastreamento. Procurada por ISTOÉ, a assessoria de Lula repetiu uma versão já conhecida. Disse que o ex-presidente não tem nenhuma casa ou conta no exterior e que todas as propriedades dele estão em São Bernardo do Campo e são devidamente declaradas.


Se o triplex do Guarujá está em nome da OAS de Léo Pinheiro, o sítio de Atibaia no de Fernando Bittar e Jonas Suassuna e a segunda cobertura de São Bernardo no de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai, o mecenas de Lula na mansão de Punta Del Este seria o bilionário Alexandre Grendene. O empresário do ramo calçadista mantém relações com Lula – e com os políticos de um modo geral. Durante o governo do petista, Grendene obteve empréstimos subsidiados do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 3 bilhões. Esses empréstimos estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal de Novo Hamburgo (RS). Só para a compra da Vulcabrás, o BNDES emprestou R$ 314 milhões para a Grendene. Os irmãos Pedro e Alexandre Grendene participaram também em 2008 de um negócio para implantação de usinas de açúcar e álcool no valor de R$ 1,8 bilhão, com dinheiro do governo. Integraram a negociação, além dos Grendene, a Odebrecht, o empresário André Esteves (Banco Pactual) e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo íntimo de Lula.


Há outro significativo elo entre o empresário e Lula. Grendene foi um dos empresários que doaram parte dos R$ 10,8 milhões que custearam o filme “Lula, o filho do Brasil”, inspirado na trajetória do ex-presidente petista e dirigido por Fábio Barreto. Ele também colaborou com o “Fome Zero”, carro-chefe da política social do petista no início do primeiro mandato – uma espécie de embrião do Bolsa-Família. Ainda no primeiro governo petista, o guitarrista Lenny Kravitz doou sua guitarra para o programa de combate à pobreza, que leiloou o instrumento em maio de 2005. O empresário Pedro Grendene pagou R$ 322 mil pela guitarra, uma cobiçada Epiphone Flyng V preta autografada, mas o episódio, como tantos outros envolvendo o PT, terminou na Lava Jato. A força-tarefa passou a investigar o destino da renda obtida com os instrumentos. Análise de e-mails de Bumlai, amigo de Lula, mostrou que houve uma disputa entre a ONG Ação Fome Zero e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo direito dos recursos levantados com os leilões. Em resposta à ISTOÉ na quinta-feira 27, a assessoria de Grendene disse que ele estava no Exterior. Um assessor da diretoria da empresa afirmou, no entanto, que a história de que Grandene seria uma espécie de testa-de-ferro do ex-presidente petista no Uruguai não “passa de um absurdo completo”. Nos últimos dias, a Lava Jato fez novas descobertas acerca do patrimônio oculto de Lula. No caso do sítio de Atibaia, um dos maiores amigos do ex-presidente na área empresarial, Alexandrino Alencar, ex-executivo da Odebrecht, revelou detalhes da reforma do imóvel feita pela empreiteira durante processo de delação premiada em Curitiba. O executivo era um dos porta-vozes de Lula dentro da empresa. Era o amigo das viagens feitas por Lula à América Latina e África à bordo de jatinhos da Odebrecht. Na negociação de sua delação com a Justiça do Paraná, Alexandrino confirmou que a Odebrecht participou de um consórcio junto com a OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai, para reformar o sítio de Atibaia. Segundo ele, a Odebrecht iniciou a reforma em outubro de 2010, quando Lula ainda era presidente. A empreiteira ficou responsável pelas obras de um anexo às quatro suítes do sítio. A propriedade está em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, e Lula, mais uma vez, nega ser dono do local. A Polícia Federal, no entanto, não tem dúvidas de que o sítio é mesmo do ex-presidente.


Em outra frente, a força-tarefa da Lava Jato deu início esta semana a uma investigação sobre uma segunda cobertura que Lula ocupa no edifício Green Hill, em São Bernardo do Campo. O Ministério Público Federal investiga se o imóvel, localizado ao lado da primeira cobertura de Lula, foi adquirida com dinheiro da Odebrecht. Em dezembro de 2010, Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai recebeu R$ 800 mil da DAG Construtora, investigada pela PF por ter sido usada pela Odebrecht para negócios ilícitos. Com o dinheiro, Glaucos comprou a cobertura vizinha de Lula e a alugou para o ex-presidente. O petista garante que pagou aluguéis e que os mesmos encontram-se declarados em seu Imposto de Renda. Somente em 2015 pagou R$ 51,3 mil a Glaucos. Os procuradores suspeitam que tudo tenha sido feito para ocultar o verdadeiro dono do imóvel. Na realidade, o próprio Lula. A história se repete.


Punta Del Este, no litoral Sul do Uruguai, onde está localizada a mansão alvo de investigação da Lava Jato por possíveis ligações com Lula, é considerada a Saint-Tropez da América do Sul. Praias paradisíacas, cassinos de luxo, hotéis suntuosos. Uma cidadezinha de 10 mil habitantes, mas que no verão reúne os novos ricos do mundo todo e muitos milionários brasileiros, provocando congestionamentos de Mercedes-Benz e Ferraris nas ruas da cidade. Os carros são conduzidos de São Paulo para lá – a distância é de 1.900 Kms – pelos motoristas, enquanto os patrões percorrem o trajeto de avião. As mansões de veraneio de milhares de dólares ficam vazias o ano todo, mantidas por caseiros que se recusam a falar com jornalistas, e só são ocupadas na alta temporada. Foi nesse cenário bucólico que Lula foi descansar logo que se elegeu presidente pela primeira vez em 2002. Jornalistas locais relataram que o petista descansou na casa de um amigo em Punta Del Este por alguns dias. Gostou do que viu.

Erdogan submeterá restauração da pena de morte ao Parlamento turco

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou neste sábado que a restauração da pena de morte para os participantes da tentativa de golpe de Estado em julho passado será submetida ao Parlamento, acrescentando que as críticas ocidentais sobre esse assunto "não contam". "Nosso governo submeterá isto (a restauração da pena de morte) ao Parlamento. E estou convencido de que o Parlamento a aprovará, e eu a ratificarei", declarou Erdogan durante um discurso em Ancara, sem informar datas para apresentar a iniciativa. "Logo, logo, não se preocupem. Será em breve, se Deus quiser", disse Erdogan, em resposta à multidão que gritava "queremos a pena de morte" para os autores do golpe fracassado de julho. Um eventual debate parlamentar sobre a pena de morte se antevê tumultuado, em um momento em que o governo precisa do apoio dos deputados da oposição para reformar a Constituição e instaurar um regime presidencialista. Desde o dia seguinte à tentativa de golpe de 15 de julho, o presidente Erdogan, prometendo eliminar "os vírus" infecciosos do Estado, mencionou uma possível restauração da pena capital, o que provocou indignação na União Europeia (UE), com quem Ancara mantém relações instáveis. A pena de morte foi abolida na Turquia em 2004, no âmbito da candidatura de Ancara para entrar na UE, de modo que a sua restauração poderia acabar com as negociações de adesão ao bloco, além de agravar as preocupações relativas ao Estado de direito. "O Ocidente diz isto, o Ocidente diz aquilo. Me desculpem, mas o que conta não é o que diz o Ocidente, é o que diz o meu povo", afirmou Erdogan, que se pronunciou durante a cerimônia de inauguração de uma estação de trem de alta velocidade na capital turca. Mais de 35.000 pessoas foram presas na Turquia durante as investigações sobre o golpe fracassado, segundo dados do governo.

Nova pesquisa mostra Hillary e Trump separados por apenas dois pontos

Hillary Clinton e Donald Trump estão separados apenas por dois percentuais segundo uma nova pesquisa eleitoral divulgada neste sábado pelo “Washington Post” e pela “ABC News”. A democrata tem 47% das intenções de voto, e o republicano, 45%. A pesquisa foi conduzida entre segunda e quinta-feira. Há pouca mudança em relação à última simulação divulgada, que analisou as intenções de voto entre domingo e quarta-feira. Nela, Hillary aparece com 48%, e Trump, 44%. Apesar disso, os números divulgados neste sábado revelam uma aproximação substancial entre os candidatos, uma vez que, no último fim de semana, a democrata liderava com uma margem folgada. A semana teve reviravoltas, como o retorno de alguns grupos republicanos à campanha de Trump e a decisão do FBI de voltar a investigar se Hillary seguiu normas de segurança no uso do e-mail institucional quando era secretária de Estado. Em setembro, uma pesquisa conjunta também do “Washington Post” e da “ABC News” mostrou que 63% dos americanos desaprovavam a postura da democrata quando era perguntada sobre seu uso do e-mail — dos quais 48% desaprovavam fortemente. Outras pesquisas divulgadas nesta semana mostraram diferentes margens de liderança da democrata. Números da “Fox News” e “Investors’ Business Daily/TIPP” mostram Hillary na frente apenas por três pontos; já segundo a “CNBC” e o “USA Today/Suffolk”, ela ganharia por nove pontos; finalmente, segundo uma pesquisa da “Associated Press” e GfK, a diferença é de 14 pontos. As diferenças mostram variações de reação diante de novos eventos, além de ondas de entusiasmo entre os apoiadores dos dois candidatos.

Odebrecht diz que pagou caixa dois para Serra na Suíça

A Odebrecht revelou à Lava Jato que R$ 23 milhões da empreiteira foram destinados à campanha presidencial de José Serra (PSDB) via caixa dois em 2010. Parte do dinheiro teria sido repassada por meio de uma conta na Suíça. A Odebrecht apontou dois nomes como sendo os operadores dos R$ 23 milhões à campanha de Serra, hoje ministro das Relações Exteriores do Governo de Michel Temer (PMDB). “O acerto do recurso no Exterior, segundo a Odebrecht, foi feito com o ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (ex-PSDB e hoje no PSD), que integrou a coordenação política da campanha de Serra”: “O caixa dois operado no Brasil, de acordo com os relatos, foi negociado com o também ex-deputado federal Márcio Fortes (PSDB-RJ), próximo de Serra”. Os repasses foram mencionados por dois executivos da Odebrecht nas negociações de acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, e a força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. “Um deles é Pedro Novis, presidente do conglomerado de 2002 a 2009 e atual membro do conselho administrativo da holding Odebrecht S.A. O outro é o diretor Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, que atuava no contato junto a políticos de São Paulo e na negociação de doações para campanhas eleitorais”. Essa foi a primeira menção ao nome de Serra na investigação que apura esquema de desvio de recursos na Petrobras. Para corroborar os fatos relatados, a Odebrecht promete entregar aos investigadores comprovantes de depósitos feitos na conta no EExterior e também no Brasil. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, a empreiteira doou oficialmente em 2010 o total de R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional da campanha do PSDB à Presidência da República (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos). Os executivos da Odebrecht disseram aos procuradores que o valor do caixa dois foi acertado com a direção nacional do PSDB, que depois teria distribuído parte dos R$ 23 milhões a outras candidaturas. 

Conservador Mariano Rajoy investido novamente chefe de governo da Espanha

O conservador Mariano Rajoy foi investido neste sábado (29) novamente como chefe de governo da Espanha por uma maioria simples do Congresso, pondo fim a dez meses de bloqueio político no país. No poder desde 2011, Rajoy obteve a confiança do Congresso para um segundo mandato com 170 votos a favor, 111 contra e 68 abstenções - estas últimas procedentes, a princípio, de seu rival histórico, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que se mostrou dividido sobre a questão.

sábado, 29 de outubro de 2016

Túmulo de Jesus é aberto para ser estudado por pesquisadores


O túmulo onde o corpo de Jesus Cristo foi sepultado, segundo a tradição cristã, foi aberto pela primeira vez desde 1555, no início desta semana. Pesquisadores da Universidade Nacional e Técnica de Atenas tiveram acesso ao local sagrado, que fica dentro da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, para realizar uma pesquisa sobre a tumba e um projeto de restauração. O lugar onde Jesus foi supostamente enterrado está coberto por uma edícula com placas de mármore há 461 anos, por isso não era possível ver o interior do túmulo. Depois de retirarem a primeira camada, os arqueólogos encontraram uma pilha de entulho e uma nova pedra de mármore, que será removida para que possam visualizar o que esperam: a caverna de pedra onde o corpo de Jesus teria sido colocado. O pedido dos pesquisadores de investigarem o local foi aprovado em 2015 pelos seis grupos religiosos católicos, ortodoxos e coptas que regem a basílica, através de um acordo de 1852. Com o fim das investigações, em março de 2017, os arqueólogos devem conduzir a restauração do local. Segundo a revista National Geographic, que acompanhou a abertura, a análise do túmulo deve permitir que os pesquisadores entendam a forma original da tumba e possam estudar como o ponto de veneração evoluiu ao longo dos anos. “A técnica que estamos usando neste monumento único permitirá que o mundo estude nossas descobertas como se eles mesmos estivessem na tumba de Cristo”, afirmou a pesquisadora Antonia Moropoulou. A edícula onde fica o túmulo de Jesus é considerada um dos locais mais sagrados pelos cristãos do mundo todo. O lugar foi identificado pela mãe do imperador romano Constantino, Helena, em 326 d.C., que mandou construir a Basílica do Santo Sepulcro. 

Antonio Britto está abandonando o Brasil


Antonio Britto, ex-governador do Rio Grande do Sul, resolveu abandonar o Brasil. Ele vai morar na Flórida, nos Estados Unidos. Sua mulher Luciana e os trigêmeos já viajaram e começam agora o primeiro semestre de escola secundária nos Estados Unidos. Antonio Britto é o grande executivo da Interfarma, poderoso sindicato que reúne os grandes laboratórios farmacêuticos que atuam no Brasil. Ele espera o vencimento do contrato, no final do ano, para seguir o caminho da família. Enquanto isso ele ficará na ponte aérea. Antonio Britto é o melhor governador que o Rio Grande do Sul teve desde Leonel de Moura Brizola, no final da década de 50. Brizola iniciou a modernização do Estado, rasgou as duas estradas da Produção, ligando as zonas de produção agrícola direto ao porto de Rio Grande. Fundou a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), para dotar o Estado da energia necessária para a implantação de projetos industriais, e também a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), para dotar o Estado das comunicações necessárias ao crescimento das empresas e dos negócios. Além disso, colocou escolas públicas em todos os lugares e implantou um vigoroso programa de educação pública. Seu governo deu um vigoroso impulso ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Antonio Britto, em 1994, elegeu-se governador e começou a implantar um fortissimo programa de modernização do Estado. Começou por privatizar as duas empresas básicas de infraestrutura que haviam sido fundadas por Brizola, a CEEE e CRT, que haviam se transformado em violento empecilho para o desenvolvimento, incapazes de cumprir com suas missões. Britto também foi em busca de uma nova matriz econômica para o Estado, por meio da industrialização via atração de indústrias automobilísticas. Conseguiu implantar a primeira, o complexo da General Motors, em Gravataí. Mas foi brecado na intenção de implantar um complexo automotivo da Ford em Guaíba, devido à reação promovida pelo que de mais atrasado já gerou o Rio Grande do Sul, que é o petismo. Os gaúchos cometeram o mais imbecil, profundo e histórico de seus erros ao negarem um segundo mandato a Antonio Britto, por míseros 40 mil votos. Britto perdeu a eleição devido aos votos dos fazendeiros da Fronteira Oeste da da Região da Campanha que resolveram apostar no governo do petismo retrógrado. Se Antonio Britto tivesse tido um segundo governo o Rio Grande do Sul não estaria na falência como se encontra hoje. A perseguição política movida contra ele foi brutal, descomunal, levando-o a sair do Estado e da própria política, embrenhando-se no caminho da atividade empresarial. Nesse intervalo, formou-se em advocacia, conheceu a mulher durante o curso de Direito, teve os trigêmeos e agora, em função deles, resolveu se mudar para a Flórida. É o caso típico de alguém nascido em Livramento, na fronteira do Uruguai, jogado para fora do Rio Grande do Sul. Os gaúchos, o Estado, não perdoam a capacidade, a inovação, a modernidade. O Rio Grande do Sul aposta sempre no mais profundo dos atrasos. É por isso que o PT sempre teve sucesso no Estado. O Rio Grande do Sul é escravo do corporativismo estatal, que é essencialmente retrógrado. Não há remédio para isso. Os filhos de Antonio Britto terão uma esmerada educação, certamente serão membros da elite do futuro imediato, mas o Rio Grande do Sul não desfrutará disso. Parece uma maldição.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Não foi suicídio, Plinio Zalewski, coordenador de campanha do vice-prefeito de Porto Alegre, foi assassinado dentro do diretório municipal do partido


O editor de Videversus, jornalista Videversus, recebeu a notícia, de uma fonte altamente confiável, na noite desta sexta-feira, que não foi suicídio no caso do coordenador de campanha do vice-prefeito de Porto Alegre, o militante comunista-peemedebista Plinio Zalewski Vargas. Ele comeu um churrasco na sede do PMDB, na Avenida João Pessoa, em frente ao Parque da Redenção, ao meio dia do dia 16 de outubro. Seu corpo foi encontrado no domingo, dia seguinte, 17 de outubro, pouco depois do meia dia, cerca de 24 horas depois de seu desaparecimento. Seu corpo foi encontrado com uma faca atravessada no pescoço, de lado a lado. O corpo estava nú no banheiro. Havia muito sangue. Seu celular estava sem chip. Se tivesse chip, teriam sido ouvidas chamadas para ele, haveria ruído dentro do banheiro. Havia um chip dentro de sua mochila, não se sabe se era o chip utilizado no celular. Na noite desta sexta-feira o editor de Videversus recebeu a informação cabal: o laudo do IML - Instituto Médico Legal diz, com todas as letras, que são "incompatíveis" com suicídio os sinais e ferimentos encontrados no corpo de Plínio Zalewski Vargas. Isso serve de consolo à mulher e suas três filhas. Mas, instala um novo tormento: não tendo se suicidado, Plínio Zalewski foi assassinado dentro da sede do diretório municipal do PMDB, entre 14 e 18 horas do domingo, dia 16 de outubro. Às 18 horas as portas do diretório foram fechadas e acionado o alarme que percebe movimentos dentro do prédio. Portanto, ele só pode ter sido assassinado nesse intervalo de tempo. O corpo foi encontrado na segunda-feira, logo após o fim de uma reunião de todo o comando da campanha realizado no andar de cima, durante a qual, supostamente, seus participantes discutiam qual versão dar à opinião pública sobre o sumiço do coordenador de campanha Plínio Zalewski Vargas.

Ultima pesquisa Ibope aponta Nelson Marchezan Junior novo prefeito de Porto Alegre

Saiu o resultado da última pesquisa Ibope antes da eleição deste domingo em Porto Alegre. A pesquisa aponta que o deputado federal Nelson Marchezan Jr. (PSDB) ganha a eleição por Ibope 44 a 36 do atual vice-prefeito, candidato do PMDB. O Ibope errou rotundamente o resultado do primeiro turno, apontando que o vice-prefeito seria o vencedor e que Marchezan disputaria o segundo lugar taco a taco com o candidato do PT. Foi um erro brutal, gigantesco, abissal, monumental, um erro tão grande que deveria ter sido investigado por um inquérito policial. Agora o Ibope divulga uma pesquisa que também será desmentida logo após a abertura das urnas em Porto Alegre. Videversus aposta em um resultado: 62% para Nelson Marchezan Jr; e 37% do atual vice-prefeito peemedebista. Portanto, conforme a aposta de Videversus, Marchezan Jr. deve fazer quase o dobro de votos do seu adversário. E tem mais: Videversus aposta que Nelson Marchezan Jr, ganha em todas as quatro regiões de Porto Alegre.

Presidente do PMDB quer reduzir repasses do Fundo Partidário a fundações

 

Após a disputa por dinheiro na campanha deste ano entre o PMDB e a Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido, o presidente da legenda, senador Romero Jucá (RR), apresentou projeto de lei para reduzir os repasses para as fundações, dos atuais 20% do Fundo Partidário, para 5%. A iniciativa de Jucá é uma resposta ao presidente da fundação, o secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, que negou pedido para “devolver” recursos, que seriam usados nas campanhas peemedebistas nestas eleições municipais. Na justificativa do projeto, o senador diz que a redução desse percentual mínimo se faz necessária por considerar “desproporcional” a destinação de 1/5 da receita total do partido “para apenas uma entidade”.  “Os partidos possuem obrigações com seus Diretórios (Nacional, Estatuais/Distrital e Diretórios Municipais). Trata-se de quantidade significativa de Diretórios, pois, além dos 26 Estados, do Distrito Federal e do órgão nacional, há mais de 5.500 municípios cujos diretórios devam ser contemplados, sem contar o custeio das campanhas eleitorais, que na atualidade ocorrem a cada dois anos”, defende Jucá. “É importante ressaltar que a redução proposta do percentual, de vinte para cinco, não se traduz em prejuízo para as fundações partidárias e/ou para sua atividade fim (pesquisa e doutrinação política), pois a fixação legal é apenas para um percentual mínimo. Logo, o partido poderá aplicar percentual maior, conforme sua necessidade e conveniência”, completa o senador. A iniciativa de Jucá desagradou Moreira. Ele chegou a questionar, a interlocutores, se a mudança era de fato possível e reafirmou que o dinheiro da fundação não pode ser usado em campanhas eleitorais. Em setembro, antes do primeiro turno da eleição municipal, a cúpula partidária do PMDB entrou em confronto com dirigentes da Fundação Ulysses Guimarães pelo controle de R$ 8 milhões do Fundo Partidário. O presidente do PMDB e o tesoureiro da legenda, senador Eunício Oliveira (CE), tentavam convencer Moreira Franco a repassar o valor ao partido, para que fosse distribuído entre os candidatos a prefeito. Moreira Franco foi fortemente criticado por caciques locais do PMDB por se negar a levar a operação adiante. O argumento de Moreira é que a fundação não pode reverter recursos para campanhas, já que suas atividades são de pesquisa, doutrinação e educação política.

Repatriação de dinheiro não declarado depositado no Exterior á rendeu R$ 40,1 bilhões ao governo


A Receita Federal informou, nesta quinta-feira, que o programa de repatriação já assegurou arrecadação de R$ 40,1 bilhões em Imposto de Renda (IR) e multas aos cofres públicos. Até o início da manhã de quinta-feira já haviam sido entregues 18.651 declarações de pessoas físicas e 605 declarações de pessoas jurídicas que decidiram regularizar ativos mantidos ilegalmente no exterior. No total, esses bens somam R$ 133,6 bilhões. O prazo final para fazer o acerto de contas com a Receita é 31 de outubro. Até lá, o Fisco espera conseguir arrecadar, pelo menos, R$ 50 bilhões. Esses recursos são considerados essenciais para o fechamento das contas públicas de 2016. Estados e municípios, que ficarão com uma parte do valor recolhido com o Imposto de Renda, também contam com esses valores para pagar despesas até o final do ano. Segundo a Receita, o aplicativo para preenchimento da declaração de regularização de ativos (Dercat) está em funcionamento 24 horas. O serviço de recepção será interrompido às 23h59min59s do dia 31. O programa de repatriação aplica-se aos residentes ou domiciliados no Brasil em 31 de dezembro de 2014 que tenham sido ou ainda sejam proprietários ou titulares de ativos, bens ou direitos em períodos anteriores a essa data.  O prazo para regularizar recursos no Exterior vai até o próximo dia 31. O processo pode ser aberto por meio de bancos e corretoras ligadas a bancos, que já têm dificuldade para atender o grande volume de interessados. 

Nova fase da Operação Acrônimo investiga licitação da Universidade Federal de Juiz de Fora

Uma das frentes da nova fase da Operação Acrônimo, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, investiga suspeitas de fraudes em uma licitação realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O ex-reitor da instituição, Henrique Duque, foi alvo de mandado de condução coercitiva.  A suspeita da Polícia Federal é que o Benedito Oliveira, o Bené, delator na operação, elaborou um edital de licitação para serviços gráficos na universidade e, ao mesmo, tempo “participou ilicitamente do certame” por meio da empresa Gráfica e Editora Brasil, que saiu vencedora da concorrência. Ele teria solicitado, ainda, que outras duas empresas participassem da licitação, com o objetivo de garantir que sua gráfica saísse vencedora. Após a fraude, diz a Polícia Federal, Bené “pagou a Henrique Duque uma quantia de 5% sobre o faturamento do contrato” até o final da gestão de Duque, em março de 2014. A empresa também prestou serviços ao Ministério da Saúde, segundo o Ministério Público. Segundo a Polícia Federal, a universidade pagou à gráfica um valor total de R$ 38,6 milhões. Em delação premiada, Bené relatou que foi procurado por Duque para elaborar o projeto básico e o termo de referência de uma futura licitação para contratação de empresas prestadora de serviços gráficos. Para isso, disse que participou de pelo menos três reuniões em Juiz de Fora com Duque e com o vice-reitor de administração da instituição, Carlos Elízio Barral. Após formular o edital, Bené afirmou que participou da licitação por meio da Gráfica e Editora Brasil e solicitou que outras duas empresas (Colorprint e Projects Comunicação) participassem do certame. “Benedito afirmou que ajustou com Henrique Duque uma quantia de 5% sobre o faturamento do contrato e que encaminhou a Duque a quantia em espécie relacionada à execução do contrato até o fim da gestão dele como reitor de tal universidade, ou seja, até março de 2014”, diz relatório da Polícia Federal. Bené afirmou que entregou o dinheiro pessoalmente a Duque em um hotel em Brasília. “Essas quantias alcançaram algo em torno de R$ 600 mil, durante a gestão do reitor”, relatou o delator. Segundo ele, “ocorreram por volta de cinco entregas”. A maior parte do material teria sido confeccionado pela empresa Esdeva Indústria Gráfica, subcontratada pela Gráfica Brasil. A Colorprint é de propriedade de Sebastião Pereira Dutra. Segundo o relatório da Polícia Federal, ele já foi indiciado “por ter emitido notas fiscais ideologicamente falsas da Gráfica Colorprint para dissimular valores referente aos materiais gráficos produzidos para campanha de Fernando Pimentel para o cargo de governador do estado de Minas Gerais em 2014, com o intuito de ocultar os valores reais empregados durante a campanha eleitoral”. Duque, Elízio, Luiz César (sócio da Projects), André Freitos (sócio da Esdeva) e Dutra foram alvo de mandados de condução coercitiva. A Justiça ainda mandou realizar busca e apreensão no endereço deles, e na Gráfica Brasil e na Universidade Federal de Juiz de Fora.