segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Eduardo Cunha usava codinome "Carlos Trivoli" para administrar conta na Suíça



O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato, usava um e-mail em nome de "Carlos Trivoli" para receber informações sobre suas contas na Suíça, segundo o Ministério Público Federal. O endereço de e-mail que começa com "ctrivoli0897" foi informado pelo político na abertura de uma de suas contas no banco Julius Bär, na Suíça, em 2012. É nessa conta que Eduardo Cunha teria recebido cerca de R$ 5,2 milhões em propina, pela compra de um poço de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O ex-parlamentar, que é réu numa ação na Justiça Federal do Paraná, nega e diz que seus rendimentos são lícitos. Em ofício, os procuradores destacam que "a grafia do e-mail foi aparentemente dissimulada": as letras estão levemente inclinadas para a direita no formulário entregue ao banco. O e-mail foi registrado em nome de Carlos Trivoli. Com ele, Eduardo Cunha enviou mensagens a uma funcionária do Julius Bär pedindo extratos da sua movimentação. Em um dos e-mails, pergunta: "Isso é tudo que recebi?" O valor, segundo os procuradores, "coincide com os repasses das propinas operacionalizadas por João Augusto Henriques" no caso do campo de Benin. Uma quebra de sigilo mostrou que o endereço foi acessado pela última vez em outubro de 2015, em um computador de Kayze Caze, que era assessor do gabinete de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. Ele foi exonerado em setembro deste ano, com a cassação do peemedebista. "Restou evidenciado que o e-mail era utilizado por Eduardo Cunha para a prática do crime de lavagem de dinheiro", escreveram os procuradores.

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