quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Propinas pagaram até a conta de gás do apartamento do peemedebista Sérgio Cabral


O relatório do Ministério Público Federal que resultou na prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e parte de sua quadrilha revela que as centenas de milhões arrecadadas em propina serviam para pagar até as despesas mais básicas. Um exemplo clássico disso está no dia 25 de agosto de 2014, quando o homem apontado como o contador do grupo, Luís Carlos Bezerra, pagou um boleto bancário de 1.760,10 reais para quitar a conta de gás do apartamento 401 da Rua Aristides Espíndola, no Leblon, um dos endereços mais nobres do Rio de Janeiro. Nesta contabilidade paralela, os investigadores da Polícia Federal e os procuradores do Ministério Público Federal conseguiram decifrar parte dos codinomes utilizados por Carlos Bezerra. Outros têm apelidos como Buldogue, Tocha, Piscina e Apóstolo, cujas identidades permanecem, por ora, um enigma. Os descobertos são Dri, para Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, e Magal, de Magali, mãe do ex-governador. Muitas contas eram pagas em dinheiro vivo que, segundo a investigação, somam exatamente 950.000 reais do que foi possível rastrear. Entre essas compras há seis vestidos de grife, móveis para escritórios, equipamentos e máquinas agrícolas, blindagem de veículos e até o cachorro quente da festa de aniversário do filho: 1.070 reais, pagos no dia 14 de agosto de 2015. Houve transferências de dinheiro para a conta da tia de Cabral, Regina, em 4 de março de 2015, de 6.000 reais, também feita pelo contador da quadrilha, e depósitos generosos para a atual esposa, Adriana (30.000 reais) e até para a ex-mulher do governador, Susana Neves Cabral, que recebeu 10.000 dólares.

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