quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Juiz Sérgio Moro decide que julgará a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, mulher de Eduardo Cunha

 

O juiz Sérgio Moro decidiu que julgará Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado federal Eduardo Cunha, ao analisar um recurso da defesa da jornalista, que pedia para que ele se declarasse incompetente para julgar o caso e remetesse o processo para o Rio de Janeiro. Moro afirmou que o caso está relacionado à corrupção na Petrobras e que Cláudia é acusada exatamente de ocultação e dissimulação de produto de crime de corrupção no esquema criminoso na estatal. O juiz afirmou ainda em despacho que os crimes atribuídos a Cláudia Cruz foram cometidos no Brasil e no Exterior e que é provável que o acerto da propina tenha ocorrido no Rio de Janeiro, onde moravam vários dos acusados, entre eles Eduardo Cunha, mas ressaltou mais uma vez que as investigações relacionadas à Petrobras são conexas com a primeira operação de lavagem de dinheiro, que ocorreu em Londrina (PR) e foi atribuída à 13ª Vara da Justiça Federal, que ele conduz. Cláudia Cordeiro Cruz será ouvida por Moro na próxima quarta-feira, dia 16. Os primeiros réus a depor no processo são ex-diretor da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, e o lobista João Augusto Rezende Henriques. No dia 16, além da jornalista, Moro ouvirá o empresário Idalécio de Castro Rodrigues, que mora fora do Brasil. Depois de ouvir os réus, serão abertos os prazos para as alegações finais do Ministério Público Federal e da defesa, última etapa antes do julgamento. Cláudia Cordeiro Cruz é acusada por lavagem de dinheiro e evasão de divisas de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida por Eduardo Cunha pela compra de área de exploração de petróleo em Benin, na África, feita pela Petrobras. Os procuradores sustentam que ela sabia sobre a origem ilícita do dinheiro e gastou parte dos recursos para pagar compras em lojas de grifes no Exterior. Os advogados da jornalista pediram a devolução do passaporte dela e Moro aceitou o pedido, determinando apenas que possíveis viagens fossem informadas à Justiça. 

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