terça-feira, 22 de novembro de 2016

Garotinho entra com notícia-crime contra juiz que o prendeu por falsa acusação


O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR), ingressou com notícia-crime no órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio contra o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que determinou a prisão preventiva do político. Garotinho foi preso na quarta-feira e, após passar mal, foi internado, submetido a uma cirurgia cardíaca e teve alta na manhã desta terça-feira, seguindo para prisão domiciliar. O político pediu a abertura de um inquérito policial para investigar o magistrado, o qual acusa de cometer "denunciação caluniosa". Juízes não promovem denúncia, quem faz isso é o Ministério Público. O ex-governador nega a acusação de ter liderado um esquema para compra de votos em Campos dos Goytacazes e, também, considera sua prisão "absolutamente ilegal e abusiva". Segundo a denúncia, o ex-governador comandou a distribuição dos chamados cheques cidadão durante o período eleitoral de 2016 em troca de votos em Campos, onde sua esposa, Rosinha Garotinho, é prefeita. O benefício originalmente prevê pagamentos de R$ 200,00 por mês a famílias carentes. Depoimentos de servidores confirmariam a acusação. Com o esquema, Garotinho teria ajudado a eleger onze aliados para a Câmara de Vereadores do município. A notícia-crime é assinada pelo político e seu filho, Wladimir Matheus. No texto, eles listam "episódios lamentáveis" envolvendo o juiz, que teria cometido abuso de autoridade mais de uma vez. Eles também criticam a decisão "desumana e violenta" de conduzir Garotinho para a unidade de saúde do complexo penitenciário de Bangu com o "anseio de montar a cena para o show midiático". Segundo o médico particular Marcial Uribe, Garotinho corria risco de sofrer um enfarte agudo caso não fosse submetido a uma angioplastia. A notícia-crime também cita a afirmação do juiz Glaucenir Oliveira de que o ex-governador e Wladimir lhe ofereceram R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões, por meio de terceiros, para evitar uma prisão. "Por que então o noticiado (o magistrado) não prendeu os agentes do suposto crime em flagrante?" - perguntam no texto.

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