terça-feira, 22 de novembro de 2016

Consultorias milionárias não prestaram para nada e não tiraram o Estado do Rio Grande do Sul do buraco

As empresas de consultoria abriram guerra surda contra ONGs do tipo Movimento Brasil Competitivo (MBC), Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade e Agenda 2020, que são contratadas por governos e prefeituras gaúchas sem licitação alguma. Estas consultorias em formato de ONGs são mantidas por empresas que têm interesses em negócios com o setor público. Todas prometem enxugar o setor público e apresentar resultados. No ano passado, o governo do peemedebista José Ivo Sartori e o MBC, ao qual o PGQP é vinculado, assinarem o acordo de cooperação técnica Programa Modernizando a Gestão Pública. O convênio tem vigência de dezembro de 2015 a julho de 2017. Pela consultoria, o governo vai desembolsar R$ 2 milhões. Até pouco tempo, o Estado mantinha com o PGQP um segundo serviço de assessoria e consultoria técnica, firmado com a Secretaria da Fazenda em 2014. Quando se fala em Movimento Brasil Competitivo e Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade está se falando do barão do aço, Jorge Gerdau Johannpeter. Esse indivíduo foi conselheiro da Petrobras durante quase toda a era petralha, e não viu nada do descalabro que assaltava a estatal petrolífera. Ele não viu a roubalheira petista, ele não viu o assalto à mão desarmada, e tem mais, ele aprovou pessoalmente negócios tremendamente desastrosos como a compra da Refinaria de Pasadena. Se ele tivesse aprovado no Grupo Gerdau um centésimo do que aprovou na Petrobras, o Grupo Gerdau não existiria mais, teria sumido no meio da corrupção desbragada. No entanto, é esse tipo que orienta a administração gaúcha. E pior, esses programas de consultoria vinculados ao barão do aço têm acesso total aos bancos de dados do Rio Grande do Sul e dos gaúchos. Nunca ninguém até hoje fiscalizou esses programas de consultorias, nem essas consultorias. O Ministério Público nunca se deu a esse trabalho, e tampouco o Tribunal de Contas. No caso do Ministério Público é compreensível, afinal de contas ele deveria tomar as contas da Fundação Varig, mas nunca cumpriu o seu papel, e o resultado foi a falência e extinção da maior companhia já gerada no Rio Grande do Sul. Entre janeiro e novembro deste ano, o governo do Rio Grande do Sul desembolsou, com consultorias, em despesas correntes, o equivalente a R$ 32.572.846,44, sendo R$ 23.640.193,30 do Executivo.Os dados constam no Portal da Transparência. PGQP, MBC e Agenda 2020 "ajudam" o governo Sartori na formatação do pacote de reformas que ele encaminhou à Assembléia, mas pelo menos PGQP e MBC já estão no governo gaúcho há mais de 20 anos, desde o governo Britto. Qual foi o progreesso do Estado nesse tempo todo? Nada, só houve retrocesso. Conclusão: as consultorias são altamente ineficientes, incompetentes, desnecessárias, dinheiro jogado fora. Entre 2012 e 2015, a prefeitura firmou com o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) oito termos aditivos ao convênio que prevê a prestação de consultoria técnica especializada em gestão para apoio e qualificação dos processos. O oitavo e último aditivo, de 2015, prevê “apoio à implantação e à complementação do redesenho das etapas de Aprovação de Projetos e Habite-se, pertinentes às edificações, do processo Licenciamento Urbano Ambiental.” Os aditivos com os maiores valores são o sexto, firmado em 2013 (R$ 7 milhões) e o sétimo, de 2015 (R$ 5,3 milhões). Qual o resultado? Nenhum, a prefeitura de Porto Alegre está quebrada, não conseguirá pagar os salários do funcionalismo nos próximos meses, e recorre todo mês ao caixa do DMAE (Departamento Municipal de Águas e Esgotos), usado como um verdadeiro banco pelo governo municipal para realização de operações triangulares de empréstimos bancários. É o fim da picada. Como é possível que uma gigantesca mentira se perpetue por tanto tempo? Como é possível que os gaúchos se comportem como verdadeiros trouxas durante tanto tempo? Somados os oito contratos, a prefeitura de Porto Alegre desembolsou com as consultorias R$ 15,5 milhões, segundo o Portal da Transparência.

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