quarta-feira, 5 de outubro de 2016

"Não" em plebiscito sobre paz na Colômbia põe a organização terrorista narcotraficante Farc em limbo jurídico

A organização terrorista narcotraficante Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) se encontram num limbo jurídico e logístico. Ainda que o governo tenha anunciado que o cessar-fogo bilateral será mantido até que se encontre uma nova via por onde recomeçar as negociações de paz, e que o chefe terrorista Rodrigo "Timochenko" Londoño, tenha afirmado que não tem a intenção de voltar ao combate, a verdade é que a força de 9.000 terroristas e traficantes se encontra em um território nebuloso no qual ainda não deixou de ser uma organização criminosa, mas tampouco está sendo julgada nem foi anistiada.


"É verdade que o retorno à guerra parece improvável em um curto prazo, mas o cessar-fogo e a interrupção das atividades delitivas é frágil, pois as Farc continuam fora da lei, podem ser perseguidas, e precisam seguir financiando sua existência", diz Frédéric Massé, da Universidade Externado de Colômbia. De acordo com o que assinaram ambas as partes em Cartagena, no último dia 26, os crimes cometidos antes desse período seriam julgados pela Justiça transicional, caso o acordo fosse aprovado no último domingo (2), mas os cometidos depois dessa data já não teriam esse benefício. Ou seja, se os terroristas traficantes, seguindo lideranças ou por conta própria, seguirem cometendo delitos, estarão cometendo crimes passíveis de serem levados à Justiça comum. A grande questão é que, apesar de seu chefe ter expressado uma "vontade de paz", Timochenko não tem como garantir que as Farc não saiam em busca de seu próprio sustento, cobrando um "imposto informal" de camponeses, ocupando suas terras, atuando na mineração ilegal (atividade que veio crescendo nos últimos tempos), promovendo sequestros com resgate e, obviamente, atuando no narcotráfico, suas principais fontes de renda. Estima-se que 40% do narcotráfico colombiano esteja nas mãos das guerrilhas. 

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