quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Cavendish diz que pagou jóia de R$ 800 mil para a mulher de Sérgio Cabral


O empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, afirmou em sua negociação de delação premiada, que, em 2009, pagou um anel de 800.000 reais para que o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, presenteasse a então primeira-dama, Adriana Ancelmo, na data de seu aniversário, em 18 de julho. O ex-governador e o empreiteiro estavam em Mônaco, quando entraram na filial da famosa joalheria Van Cleef & Arpels, na Place du Casino, para pegar o presente que já estava reservado: um anel de ouro branco e brilhantes, que custava 220.000 euros, cerca de 800.000 reais. Aos investigadores, Cavendish entregou uma foto em que Sérgio Cabral aparece ao lado de Adriana, que exibe o anel na mão esquerda. Para provar a compra, ele também entregou a nota fiscal, o certificado de compra e o comprovante de pagamento com cartão de crédito. A entrega do presente foi feita no restaurante Le Louis XV, do chef Alan Ducasse, no Hotel de France, em Mônaco, onde o grupo de amigos liderados por Sérgio Cabral estava hospedado. O anel foi dado durante o jantar, na presença de Cavendish, que estava acompanhado da então namorada, Jordana Kfouri, do ex-secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e do então assessor de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, e as esposas deles. O anel de brilhantes, porém, foi devolvido a Cavendish, quando o empreiteiro e o ex-governador romperam a amizade. Isso aconteceu depois que surgiram revelações de que a Delta usava as empresas do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro. A descoberta foi um desdobramento da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em Goiás para desarticular um grupo que explorava máquina caça-níqueis e levou o diretor da Delta Centro-Oeste, Claudio Abreu, para a prisão. Paulo Fernando Magalhães Pinto, um amigo do ex-governador, foi quem entregou a jóia a Cavendish.

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