sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Santas Casas poderão alongar dívida de R$ 22 bilhões por dez anos



Os hospitais filantrópicos e Santas Casas vão poder alongar suas dívidas por dez anos, anunciou o ministro Ricardo Barros (Saúde) durante evento da CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) nesta quinta-feira (1°), em Brasília. De acordo com o ministro, uma linha de crédito específica na Caixa Econômica Federal terá seu prazo para empréstimos aumentado de 60 meses a 84 meses para 120 meses. Haverá ainda uma carência de seis meses. De acordo com informações da CMB, a dívida dessas entidades é estimada em R$ 22 bilhões. Esses empréstimos servem, basicamente, para a rolagem dessas dívidas que são consideradas impagáveis. Por isso, o ministro pediu durante o congresso da associação que as entidades filantrópicas se mobilizem para aprovar no Congresso um projeto de lei do senador José Serra (PSDB-SP), atualmente ministro de Relações Exteriores. O projeto cria uma espécie de Refis (programa de refinanciamento de dívidas federais) dessa dívida, com o governo bancando juros subsidiados para as entidades. O presidente da CMB, Edson Rogatti, diz que essa medida vai dar um "fôlego" para as 2.100 entidades que administram esses hospitais, hoje responsáveis por 56% dos atendimentos feitos dentro do SUS (Sistema Único de Saúde). Mas, para ele, o que vai mesmo funcionar é o projeto que tramita no Congresso que, segundo ele, teria o apoio do presidente Michel Temer. "Essa dívida é do governo, que ficou 12 anos sem reajustar a tabela de pagamentos. Hoje, de cada R$ 100,00 que gastamos num procedimento, o governo só paga R$ 60,00", afirmou Rogatti. Além do alongamento da linha de crédito, Barros afirmou que o governo fez pagamentos de R$ 141 milhões de emendas parlamentares para essas entidades. Além disso, ele garantiu recursos para pagar R$ 371 milhões de procedimentos realizados pelas associações, mas não cobertos pelo governo. Segundo ele, esse dinheiro só poderia ser efetivamente pago em dezembro, caso o Congresso faça uma mudança no orçamento já que não havia permissão para pagar esses procedimentos.

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