terça-feira, 6 de setembro de 2016

Petros e Funcef detêm 17% da Eldorado Brasil, alvo da operação da Polícia Federal

Os fundos de pensão Petros (dos empregados da Petrobras) e Funcef (da Caixa), alvos da Operação Greenfield deflagrada pela Polícia Federal, são donos de 17,06% da Eldorado Brasil, enquanto a J&F Investimentos - da família Batista, dona da JBS - detém 80,9% das ações da companhia. O escritório da Eldorado em São Paulo também foi alvo de busca e apreensão. A operação investiga irregularidades em grandes fundos de pensão do País — Petros, Funcef, Previ e Postalis, todos ligados a estatais. A Eldorado opera uma fábrica de celulose em Três Lagoas (MS), que entrou em atividade em novembro de 2012 após investimento de R$ 6,2 bilhões. E planeja construir uma nova linha, com investimentos de R$ 10 bilhões somente no projeto industrial, com provável novo aporte de capital dos atuais acionistas. O presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich, indicou que a companhia pretende levantar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões por meio de equity, incluindo a possibilidade de uma oferta pública inicial de ações (IPO). O FI-FGTS, por sua vez, poderia participar do projeto de expansão com financiamento de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Outros R$ 2,5 bilhões podem ser financiados pelo BNDES, R$ 1,5 bilhão pelo Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste e cerca de US$ 700 milhões de agências de crédito à exportação da Europa e da Ásia. Essa é a segunda vez em pouco mais de dois meses que a Eldorado é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. Em 1º de julho, a Polícia Federal deflagrou a operação Sépsis, uma fase da operação Lava-Jato, com base em depoimento de delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Fábio Cleto, indicado por Eduardo Cunha, que revelou a existência de um suposto esquema de propina para liberação de recursos do FI-FGTS. Segundo Cleto, o empréstimo de R$ 940 milhões fechado pela Eldorado junto ao fundo para financiar obras relacionadas a sua primeira fábrica teria sido tratado diretamente por ele com o presidente do conselho de administração da companhia, Joesley Batista. Para liberar os recursos, Cleto teria recebido R$ 680 mil em propina. Logo após a operação, a Eldorado contratou o escritório de advocacia Veirano Advogados e a Ernst & Young “para apuração das alegações relacionadas ao processo de financiamento com FI-FGTS”. 

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