terça-feira, 27 de setembro de 2016

Petista comunista trotskista Branislav Kontic, da Libeluu, preso na Lava Jato, foi assessor de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo


Um dos assessores de Antonio Palocci preso nesta segunda-feira (26) pela Polícia Federal foi chefe de gabinete interino da então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, em 2003, à época filiada ao PT. Trata-se do sociólogo Branislav Kontic, de origem sérvia, que atuou nos dois últimos anos da gestão de Marta Suplicy – ele entrou em janeiro de 2003 e ficou como assessor especial até dezembro do ano seguinte, quando se encerrou o mandato da prefeita. Ele é um antigo militante da Libelu (Liberdade e Luta), organização revolucionária trotskista que aderiu ao petismo e teve entre entre seus quadros personagens como Antonio Palocci e o jornalista Paulo Moreira Leite (encarregado da operação de liquidação da carreira política e da candidatura presidencial de Ibsen Pinheiro, quando era secretário de Redação da revista Veja). Kontic também foi casado com uma irmã de Marta Suplicy que morreu em 2000 e teve uma empresa em sociedade com o gardelão trotskista revolucionário argentino Felipe Belisário Wermus, vulgo Luis Favre, que foi casado com a ex-prefeita petista. A socialite Marta Suplicy concorre agora à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB. Nas investigações da Operação Lava Jato, Kontic aparece como o assessor de Palocci que servia de intermediário para demandas de Marcelo Odebrecht, o ex-presidente do grupo homônimo que está preso desde julho de 2015 e já foi condenado a 19 anos de prisão. Uma dessas demandas, segundo a Polícia Federal, era a aprovação da medida provisória de número 460, de 2009, a qual reduzia custos fiscais para a Odebrecht. Por intervenção do ministro da Fazenda à época, Guido Mantega, a Medida Provisória foi vetada por Lula. Marcelo Odebrecht tentou transformar o limão em limonada, e sugeriu a edição de uma medida provisória específica para as demandas fiscais da Odebrecht. Em e-mail enviado em 30 de março de 2010, Marcelo diz o seguinte: "Brani, Tudo bem? Diga ao chefe que a única maneira de evitar as idas e vindas e acabarmos perdendo o prazo para uso do PFiscal é realmente uma MP específica. Pagaríamos o saldo com PF durante a vigência da MP, e depois não importa as emendas, a MP poderia caducar". "Se formos continuar via emendas, vai ser esta batalha inglória, onde todos querem sempre enfiar algo que o governo não aceita", continua. O relatório da Polícia Federal não explica o que era o "PFiscal" mencionado na mensagem. Kontic também é apontado como o interlocutor de Marcelo Odebrecht na compra de um terreno pela empreiteira que seria destinado ao Instituto Lula, mas acabou não sendo utilizado para essa finalidade. Em e-mail de 22 de setembro de 2010, Marcelo pergunta a Kontic: "Preciso mandar uma atualização sobre o novo prédio para o Chefe amanhã. Qual a melhor maneira?" Kontic também foi assessor de Palocci quando ele ocupou a chefia da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff, de janeiro a junho de 2011. Ele também cuidava da assessoria que Palocci manteve enquanto estava no cargo, a Projeto, que acabou funcionando como o pivô da queda do ministro – Palocci se recusou a revelar quem era os clientes que haviam pago cerca de R$ 35 milhões quando ele era deputado, entre 2007 e 2010. 

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