sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Teori libera para julgamento denúncia contra a senadora Narizinho, a petista Gleisi Hoffman


O relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, liberou para a pauta de julgamentos da Segunda Turma da corte a denúncia contra a senadora Narizinho, a petista Gleisi Hoffmann, o marido dela, o ex-ministro petista Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler. Se a maioria dos cinco integrantes do colegiado aceitar a denúncia, os três serão réus em uma ação penal. Ainda não há data marcada para o julgamento. A denúncia foi apresentada ao tribunal em maio pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O grupo responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como sempre, no Supremo, qualquer processo contra político demora uma fábula de tempo. É por isso que eles, os políticos, adoram o tal foro privilegiado, que lhes permite procrastinar quase eternamente os seus processos. Segundo as investigações, a campanha da petista Gleisi Hoffman ao Senado, em 2010, recebeu R$ 1 milhão do esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. Há indícios de que o dinheiro teria sido entregue pelo doleiro Alberto Youssef. A quantia teria sido paga em quatro parcelas a Kugler, a pedido de Gleisi e do marido. A Segunda Turma do Supremo pode receber a denúncia ou simplesmente arquivá-la, por falta de provas suficientes para justificar a continuidade das investigações. Uma das principais vozes do governo no Congresso Nacional, Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff entre junho de 2011 e fevereiro de 2014. Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento no governo Lula, de 2005 a 2011, e das Comunicações já no governo Dilma, de 2011 a 2015. A suposta participação do casal na Lava-Jato surgiu nas delações premiadas de Yousseff e do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Em seguida, veio a delação do advogado Antônio Carlos Fioravente Pieruccini, que detalhou como o dinheiro foi repassado para a campanha da petista. Em depoimento ao Ministério Público Federal, Pieruccini afirmou ter transportado R$ 1 milhão de São Paulo para Curitiba, a pedido de Yousseff. O doleiro disse que a destinatária final do dinheiro era a campanha de Gleisi. Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala de propriedade de Ernesto Kugler, localizada no shopping de Curitiba. Pieruccini levou uma caixa lacrada com a inscrição “P.B./Gleisi”. Ainda segundo Pieruccini, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil e disse que o valor “não dava nem para o cheiro”. Teriam ocorrido outras três entregas no mesmo molde, segundo o delator. 

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