quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Preço dos alimentos deve parar de pressionar a inflação, que voltará a cair

Após surpresa altista com o resultado do IPCA de julho, o mercado espera desaceleração para uma alta de 0,36%, considerando o fechamento de agosto, diante da menor pressão vinda dos preços de alimentos, como sugerido pelas deflações do IPA agropecuário da FGV. Ou seja, o resultado de julho não altera a visão de desaceleração da inflação ao longo deste ano, refletindo a retração da atividade econômica e, mais recentemente, a apreciação cambial e o alívio da cadeia de alimentação. Quem faz a análise acima, hoje, são os economistas do Bradesco, na newsletter diária da instituição. Leia mais:
"Conforme divulgado ontem pelo IBGE, o IPCA subiu 0,52% em julho, ficando acima da nossa projeção e da mediana das expectativas do mercado (de 0,41% e 0,45%, respectivamente) e marcando aceleração em relação à alta de 0,35% observada em junho. Em relação ao nosso número, a elevação acima da esperada foi decorrente da maior alta dos preços de alimentação. Ainda assim, a variação acumulada em doze meses do IPCA apresentou leve arrefecimento em relação ao mês anterior, ao passar de 8,84% para 8,74%. A aceleração ante junho foi impulsionada pelos aumentos de maior magnitude em quatro dos nove grupos pesquisados, com destaque para alimentação e bebidas, que passaram de uma alta de 0,71% para outra de 1,32%. Apesar disso, a expansão foi ligeiramente menos intensa que a verificada no IPCA-15, quando o item tinha mostrado avanço de 1,45%. Acreditamos que alimentação deverá apresentar altas menores nas próximas divulgações, diante da desaceleração dos preços no atacado, conforme sugerido pelos IGPs. No mesmo sentido, os preços de transportes saíram de uma deflação de 0,53% para uma alta de 0,40%, pressionados pelos reajustes das tarifas de ônibus intermunicipais e pela alta dos preços de passagens aéreas (movimento esperado, dada a sazonalidade no período). Em contrapartida, habitação mostrou deflação de 0,29%, ante elevação de 0,63% em junho, puxada para baixo pela queda dos preços de energia elétrica no período. Os indicadores de inflação subjacente apresentaram alguma aceleração na passagem de junho para julho, mas ainda apontam para continuidade do processo desinflacionário nos próximos meses. O índice de difusão subiu de 55,2% para 59,5% no período, mantendo-se abaixo de sua média histórica. Movimento semelhante foi registrado pelos preços de serviços, que aceleraram de uma elevação de 0,33% para outra de 0,64%. Nos últimos doze meses, os preços do setor acumularam alta de 7,14%, menor que a apresentada no IPCA-15 (7,28%), mas superior à variação de 7,03% registrada em junho. Por fim, o núcleo do indicador manteve o ritmo de elevação do mês anterior, ao subir 0,41% (ante 0,40%)".

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