domingo, 7 de agosto de 2016

Partido comunista sul-africano sofre sua maior derrota eleitoral


O partido governista sul-africano sofreu sua maior derrota eleitoral no pleito municipal da última quarta-feira (3). Com 99% dos votos contabilizados, o Congresso Africano Nacional (ANC, partido comunista que teve Nelson Mandela entre seus fundadores) perdeu o governo de uma importante cidade portuária e pode ficar de fora da capital. O ANC governa praticamente sem oposição desde o fim do regime separatista do apartheid, em 1994, então liderado por Nelson Mandela (1918-2013). Mas seu poder foi abalado pelo desemprego em alta, uma economia estagnada e uma série de escândalos que mancharam a imagem do atual presidente, Jacob Zuma, que, em abril passado, sobreviveu a um pedido de impeachment. Zuma é espécie de Lula sul-africano, e o CNA é semelhante ao PT, é um partido comunista extremamente corrupto.


O partido perdeu para a rival Aliança Democrática o governo na Baía Nelson Mandela, municipalidade que inclui a cidade de Port Elizabeth, centro industrial e importante porto do país. A Aliança aparece à frente ainda em Tshwane, onde fica a capital Pretória. A ANC tem uma pequena liderança na capital econômica Johannesburg. Nessas duas regiões, contudo, o resultado está muito apertado para cravar uma vitória. O resultado das eleições municipais deve redesenhar o cenário político sul-africano antes do pleito presidencial de 2019. Especialistas dizem que pode ser a oportunidade de rivais de Zuma ganharem espaço na liderança do partido comunista ANC. A Aliança manteve ainda o controle da Cidade do Cabo, que governa desde 2006. "Estes resultados sinalizam a todos que a maré no nosso país está mudando", disse Mmusi Maimane, líder da Aliança Democrática. Maimane foi eleito, no ano passado, o primeiro negro líder da legenda, em um esforço para afastar a imagem de que o partido defende apenas os interesses da população branca.

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