sábado, 13 de agosto de 2016

Moro suspende por duas semanas ação contra Odebrecht e marqueteiro petista João Santana


O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, em Curitiba, suspendeu nesta sexta-feira a ação penal correspondente à 26ª fase da operação batizada de Xepa, que tem como réus, entre outros, o o sinhozinho baiano e empreiteiro propineiro Marcelo Odebrecht e o marqueteiro também baiano João Santana. Moro justificou sua decisão, contrária à manifestação prévia do Ministério Público Federal, a partir das informações de que “todos os presos por este processo” estão negociando delações premiadas com a força-tarefa da Lava Jato. O magistrado escreveu que “há notícia de que alguns acusados, inclusive todos os presos por este processo, estariam negociando alguma espécie de acordo de colaboração, que pode ser determinante para posição que adotarão em seus interrogatórios nesta ação penal. Nesta condição, com concordância das defesas, resolvo suspender Ação Penal por duas semanas”.  O despacho foi dado no termo de audiência de três testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público e ouvidas nesta sexta-feira por Sergio Moro: Vinícius Veiga Borin, Marco Pereira de Sousa Bilinski e Luís Augusto França. O processo, sobre cuja continuação o juiz decidirá após as duas semanas, diz respeito às investigações que escancararam um setor de pagamento de propina instalado na Odebrecht, eufemisticamente denominado “Setor de Operações Estruturadas”. Na verdade era o Departamento da Propina, com sistema informatizado próprio e servidores localizados na Suiça. Revelado pela ex-secretária da Odebrecht, Maria Lúcia Tavares, o sistema era de tal maneira organizado que altos executivos da empresa eram os responsáveis por liberar os pagamentos ilícitos. Além de Maria Lúcia, operavam o departamento de propinas executivos de alto escalão da empreiteira – incluindo o herdeiro, o sinhozinho baiano Marcelo Odebrecht. 


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