quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mercedes Benz vai demitir metalúrgicos em São Paulo



A Mercedes-Benz confirmou nesta quinta-feira (4) que vai reduzir o quadro de funcionários em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Segundo a montadora, há um excedente de 2.500 pessoas na fábrica e diante do fraco desempenho das vendas de caminhões e ônibus no País não há como manter os empregos na unidade. "Desde fevereiro colocamos 1.400 pessoas em licença remunerada. Utilizamos, também, algumas alternativas de flexibilização como o layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) e o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) por um ano. Hoje, com o cenário atual de queda de vendas e sem perspectivas que se recupere no ano que vem, precisamos reduzir o nosso quadro de pessoal", disse o diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, Luiz Carlos de Moraes. Até julho, a empresa vendeu 8.783 caminhões e 4.098 ônibus, queda de 23,3% e 27,7% respectivamente. Segundo Moraes, o PDV, que a companhia abriu em 1º de junho e se estendeu até 25 de julho, teve a adesão de 630 funcionários. "Vamos avaliar até o final do mês o tamanho desse ajuste", disse o executivo. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que serão demitidos 1.870 pessoas na unidade e por causa disso nesta quinta-feira ocorreu uma paralisação das atividades na fábrica. "Acreditamos que existam outras formas de atravessar este período, como a renovação do PPE, layoff, ou outros instrumentos que preservem empregos", afirma o vice-presidente do sindicato e trabalhador na Mercedes, Aroaldo Oliveira. Os funcionários da Mercedes-Benz têm garantia de emprego até 31 de agosto em função do PPE encerrado em maio, que por lei garante estabilidade por mais um terço do período de adesão ao programa. A montadora, que tem hoje cerca de 9,8 mil trabalhadores. Em comunicado enviado aos funcionários no dia 2 de julho, a Mercedes-Benz informou a intenção de reduzir a folha de pagamento na unidade. No comunicado, que a Folha teve acesso, a montadora ressaltou a baixa adesão ao PDV e a quantidade de pessoas a mais que mantém na fábrica. "Não temos mais como suportar um excedente de colaboradores tão alto e volumes de produção extremamente reduzidos há tanto tempo. Por isso, lamentamos que o único caminho a seguir seja o ajuste de nosso quadro de pessoal", diz o comunicado.

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