quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Conselho de Ética exclui petistas e militares de relatoria contra Bolsonaro


O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), inovou na escolha do relator da representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que vai julgar se ele quebrou ou não o decoro. Araújo decidiu excluir do sorteio deputados filiados ao PT e militares, que foram sorteados, embora essa vedação não esteja expressa no Código de Ética como outras que impedem, por exemplo, de o relator ser do mesmo partido que representou, Araújo vetou de ofício. Nesta quarta-feira ele anunciou que o deputado Odorico Monteiro (PROS-CE) será o relator da representação contra Bolsonaro. No primeiro sorteio, dois petistas estavam entre os três sorteados: Zé Geraldo (PA) e Valmir Prascidelli (SP). No outro, o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG). Araújo disse que refez o sorteio e escolheu o deputado Odorico Monteiro, diante das opções sorteadas. Odorico Monteiro era filiado ao PT e só trocou de legenda este ano, filiando-se ao PROS. Foi um dos deputados que votou contra o impeachment de Dilma. Araújo diz que conversou com ele hoje antes de bater o martelo e acredita que ele fará um trabalho isento. "Mesmo sem o Código vedar, achei que o PT seria parte interessada porque era uma coisa contra a Dilma. Refiz o sorteio e, pelas mesmas razões de isenção, excluí o nome do subtenente Gonzaga. E se tivesse gente da bancada da bala também tinha tirado. Fiz de ofício, para mim está claro que seria algo que poderia influenciar no relatório", afirmou Araújo, acrescentando: "O Odorico foi do PT, mas é hoje do PROS. É uma pessoa centrada, médico. Conversei hoje. Fará um trabalho isento". A representação feita pelo PV de fazer apologia à tortura ao pronunciar seu voto a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Bolsonaro dedicou o voto contra Dilma ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que dirigiu o Doi-Codi de São Paulo durante a ditadura militar. Araújo também definiu que o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) será o relator do processo contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). O presidente do Conselho de Ética disse que também teve preocupação em não dar qualquer brecha para que interpretassem suas escolhas para a relatoria com tendenciosas. Na representação feita pelo PSC, o socialista é acusado de imputar Bolsonaro e os deputados Marco Feliciano (PSC-SP) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) como parte culpada do atentado à boate Pulse, na Flórida (EUA), no começo de junho. No "massacre de Orlando", como ficou conhecido, 50 pessoas foram mortas e outras 53 ficaram feridas. Wyllys teria comparado em uma rede social o comportamento do responsável pelo ataque, Omar Marteen, aos simpatizantes dos parlamentares brasileiros. Também foram definidos os relatores dos processos contra os deputados Laerte Bessa (PR-DF) e Wladimir Costa (SD-PA). Ambos são alvo de representação do PT por declarações feitas contra o partido e Dilma. O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) irá analisar o processo contra Bessa e o Subtenente Gonzaga a queixa contra Costa.

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