quinta-feira, 28 de julho de 2016

Trump desafia Rússia a hackear e-mails que Hillary não entregou ao FBI


O republicano Donald Trump instou nesta quarta-feira a Rússia a encontrar e divulgar milhares de e-mails de Hillary Clinton. A ex-secretária de Estado não entregou mensagens de caráter privado aos funcionários que investigaram o uso do seu servidor pessoal para trocar e-mails de assuntos do governo americano. A declaração veio após as sugestões de especialistas de que Moscou estaria envolvida no recente vazamento de conversas entre democratas. — Rússia, se vocês estão escutando, espero que possam encontrar os 30 mil e-mails perdidos — disse o magnata, rival de Hillary na disputa pela Presidência dos EUA, a jornalistas. Hillary na terça-feira conquistou oficialmente a candidatura democrata e deverá aceitar a indicação em um discurso na quinta-feira durante a convenção do partido. Recentemente, a ex-primeira-dama foi absolvida na investigação sobre a sua conduta enquanto ex-secretária de Estado, porque utilizou seu servidor pessoal para enviar e-mails de assuntos do governo, entre 2009 e 2013. Embora o FBI não tenha encontrado evidências para formar acusações contra Hillary, o caso foi um contratempo para a democrata durante a corrida presidencial. O diretor do serviço de inteligência disse que ela foi extremamente descuidada na hora de lidar com informações confidenciais. Em resposta, a campanha de Hillary disse que os comentários de Trump devem ser tratados como uma questão de segurança nacional. — Esta é a primeira vez que um candidato presidencial ativamente encoraja uma potência estrangeira a espionar seu oponente político — disse o assessor de Hillary, Jake Sullivan. — Isto deixou de ser um tema de curiosidade e de política para ser uma questão de segurança nacional. Trump ainda afastou as sugestões de que a Rússia pudesse estar por trás do vazamento dos e-mails que provocaram na semana passada um escândalo no Partido Democrata. Especialistas e funcionários do governo americano afirmam que há evidências da participação russa na divulgação das mensagens para influenciar na eleição presidencial dos EUA. — É tão inverossímil, tão ridículo — declarou Trump, sugerindo que a China ou outro elemento externo poderia estar envolvido no caso. As mensagens evidenciam que a direção da legenda discutiu estratégias para favorecer a candidatura de Hillary contra a do senador Bernie Sanders nas eleições de novembro. O caso levou a presidente do Partido Democrata, a legisladora Debbie Wasserman Schultz, a renunciar ao cargo no domingo. Em comunicado, o companheiro de chapa de Trump, Mike Pence, mostrou uma postura mais séria. Ele afirmou que o FBI investigará o assunto a fundo. “Se a Rússia estiver interferindo em nossas eleições, posso assegurar que ambos os partidos e o governo dos EUA garantirão sérias consequências”, afirmou o governador. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rechaçou as acusações de que Moscou estaria por trás do vazamento das conversas de democratas. O mesmo discurso de Trump gerou ainda outra polêmica quando o magnata afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, teria se referido ao presidente americano, Barack Obama, com uma expressão de cunho racista. Segundo o republicano, Putin teria chamado o chefe da Casa Branca de "Nigger", uma palavra ofensiva para se referir aos negros. — Putin disse coisas no último ano que são muito ruins. Ele mencionou a "palavra com N" uma vez. Eu fiquei chocado de ouvilo mencionar a "palavra com N'. Ele não tem nenhum respeito pelo presidente Obama — disse Trump. O candidato afirmou ainda que, embora Putin não respeita Hillary ou Obama, ele o respeitará caso seja eleito presidente dos EUA. 

Nenhum comentário: